LACERDA,
Jorge
*jornalista; dep. fed. SC 1951-1956; gov. SC 1956-1958.
Jorge Lacerda nasceu em
Paranaguá (PR) no dia 1º de agosto de 1915, filho de Kominos Jorge Lacerda e de
Anastácia Lacerda, imigrantes gregos.
Fez os estudos primários e secundários no Ginásio
Catarinense, em Florianópolis, onde sua família se fixou. Transferindo-se para
Curitiba, ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade do Paraná. Durante
sua vida universitária estabeleceu os contatos iniciais com a literatura e a
política, aproximando-se do integralismo. Conviveu nesse período com Augusto
Frederico Schmidt, Francisco de San Tiago Dantas e Adonias Filho, entre outros,
e formou-se em medicina em 1937.
Já como líder influente do integralismo no sul do país,
envolveu-se no malogrado levante de 11 de maio de 1938, irrompido no Rio de
Janeiro, então Distrito Federal, sob liderança da Ação Integralista Brasileira
(AIB). O movimento, que contou com o apoio de oposicionistas liberais, visava a
deposição do presidente Getúlio Vargas.
Dedicando-se em seguida ao jornalismo no Rio de Janeiro, aí
fundou e dirigiu o suplemento Letras e Artes, de A Manhã, o jornal criado em
1941 para defender o Estado Novo e que foi dirigido por Cassiano Ricardo, um
dos expoentes do “verde-amarelismo”, corrente modernista da década de 1920
liderada por Plínio Salgado. Participou e foi orador oficial do I Congresso de
História Catarinense, realizado em 1948, e no ano seguinte integrou o gabinete
do ministro da Justiça, Adroaldo Mesquita da Costa, bacharelando-se ainda pela
Faculdade de Direito de Niterói.
No pleito de outubro de 1950 elegeu-se deputado federal por
Santa Catarina na legenda da União Democrática Nacional (UDN), assumindo o mandato
em fevereiro do ano seguinte. Reeleito em outubro de 1954, concorreu em outubro
de 1955 ao governo catarinense, vencendo o pleito mais uma vez na legenda da
UDN, com o apoio do Partido de Representação Popular (PRP). Deixou a Câmara dos
Deputados em janeiro de 1956 e, no fim desse mesmo mês, tomou posse como
governador de Santa Catarina. Durante sua gestão empreendeu, entre outras
obras, o início do asfaltamento da rodovia Itajaí-Blumenau e a abertura da
estrada-tronco em direção ao planalto, lançando ainda as bases para a
instalação da Sociedade Termelétrica Catarinense (Sotelca) e iniciando a
construção do novo Instituto Estadual de Educação de Florianópolis.
Membro da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), foi também
chefe de divisão do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do
Estado (IPASE) e médico do Serviço de Assistência aos Menores (SAM).
Faleceu em pleno exercício do mandato governamental em
desastre aéreo ocorrido nas proximidades de Curitiba no dia 16 de junho de
1958, quando também pereceram dois outros políticos catarinenses, o senador e
ex-presidente da República Nereu Ramos e o deputado Leoberto Leal. Foi
substituído no governo do estado por Heriberto Hülse.
Era casado com Kyrana Lacerda, com quem teve três filhos.
Seus discursos foram publicados postumamente no volume
Democracia e nação (1960).
FONTES: ASSEMB.
LEGISL. SC. Dicionário político; CABRAL, O. Era; CABRAL, O. História; CÂM. DEP.
Deputados brasileiros. Repertório (1951-1955 e 1955-1959); CARNEIRO, G.
História; CISNEIROS, A. Parlamentares; Encic. Mirador; Grande encic. Delta;
JAMUNDÁ, T. Catarinenses; MEIRINHO, J. Nomes; MENESES, R. Dic.; RICHARD NETO,
G. Homens; SILVA, H. 1938; TIAGO, A. História.