LEONI, ARLINDO
LEONI,
Arlindo
*magistrado; dep. fed. BA 1912-1923 e 1935-1936.
Arlindo
Batista Leoni nasceu em Barra (BA) no dia 29 de janeiro
de 1869, filho de Manuel Batista Leoni e de Messias Valedici de Sousa Leoni.
Fez os primeiros estudos no Colégio D. Pedro II, em Salvador,
bacharelando-se em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito de
Recife em 1886.
Foi promotor público na comarca de Brejo Grande, atual Ituaçu
(BA), de 1887 a 1890, e juiz municipal de Pombal, atual Ribeira do Pombal (BA),
de 1890 a 1892. Em seguida foi juiz de direito dos municípios baianos de
Paraguaçu, Bom Conselho — atual Cícero Dantas — , Juazeiro, Maragojipe e
Valença. Deixando a magistratura em 1904, instalou um escritório de advocacia
em seu estado.
Em 1910 elegeu-se senador estadual na Bahia, reelegendo-se
para a legislatura seguinte. Em janeiro de 1912 elegeu-se deputado federal pela
Bahia, renunciando à senatoria baiana. Foi reeleito nos pleitos de 1915, 1918 e
1921, sempre com o apoio de José Joaquim Seabra, importante chefe político do
estado durante a Primeira República. Integrou as comissões de Constituição e
Justiça e de Finanças por várias legislaturas.
Candidatou-se a uma cadeira no Senado na legenda do Partido
Republicano Democrático (PRD) no pleito de julho de 1923, realizado para
preencher a vaga aberta com o falecimento de Rui Barbosa em abril do mesmo ano.
Sua eleição, entretanto, não foi reconhecida pelo Senado Federal, que proclamou
a vitória de Pedro Lago, candidato da Concentração Republicana da Bahia (CRB).
Em dezembro seguinte renunciou ao seu mandato na Câmara para candidatar-se ao
governo da Bahia na Legenda do PRD no pleito daquele mesmo mês. Segundo o
sociólogo Eul-Soo Pang, Arlindo Leoni era um chefe de segundo escalão do PRD,
tendo sido escolhido à última hora pelo partido, que estava plenamente
consciente da inutilidade do gesto, dada a crescente popularidade do candidato
da CRB, Francisco Marques de Góis Calmon. Realizado o pleito, os dois partidos
reivindicaram a vitória, forçando o Legislativo estadual a “reconhecer” o
vencedor. Em março de 1924 a vitória de Góis Calmon foi proclamada, em meio a
grande tensão política. Surgiram rumores de que o governador Seabra transmitira
o cargo a Leoni, ignorando a decisão da Assembléia. Ainda nesse mês, o
presidente Artur Bernardes (1922-1926) decretou o estado de sítio na Bahia,
garantindo a posse de Góis Calmon.
Após
a Revolução de 1930, Arlindo Leoni, juntamente com outros políticos do antigo
PRD, rompeu com Seabra, aliando-se ao interventor federal Juraci Magalhães. Em
janeiro de 1933 participou da fundação do Partido Social Democrático da Bahia.
No pleito de maio do mesmo ano elegeu-se deputado à Assembléia Nacional
Constituinte pela Bahia, na legenda do seu partido, mas não participou dos
trabalhos de elaboração da nova Carta por motivos de saúde. Em outubro de 1934
elegeu-se deputado federal por seu estado, assumindo o mandato em maio do ano
seguinte.
Durante sua vida pública advogou no Rio de Janeiro, então
Distrito Federal, onde veio a falecer no dia 6 de setembro de 1936, em pleno
exercício do mandato.
Publicou Testamento e suas modalidades perante o direito e a
legislação pátria (1897) e Penhor mercantil (1898).
FONTES: ABRANCHES,
J. Governos; ASSEMB. NAC. CONST. 1934. Anais; CÂM. DEP. Deputados; EUL-SOO
PANG. Coronelismo; GODINHO, V. Constituintes; Ilustração brasileira (10/22);
MACEDO, R. Efemérides; VELHO SOBRINHO, J. Dic.