FONSECA, Leopoldo Néri da
*militar; rev.
1922; rev. 1930.
Leopoldo Néri da Fonseca Júnior nasceu no Amazonas em 6 de janeiro de 1885.
Sentou praça em 1901. Tornou-se aspirante em 1908, sendo
sucessivamente promovido a segundo-tenente (1909), primeiro-tenente (1914) e
capitão (1919), bacharelando-se ainda em ciências físicas e matemáticas durante
este período.
Em
5 de julho de 1922, participou do levante do forte de Copacabana, deflagrado no
Rio de Janeiro, então Distrito Federal, em protesto contra a eleição de Artur
Bernardes à presidência da República e as punições impostas a militares pelo governo
de Epitácio Pessoa.
O
levante, que iniciou o ciclo de revoltas tenentistas da década de 1920, deu
origem ao episódio dos 18 do Forte, do qual Leopoldo Néri da Fonseca não
participou diretamente por ter sido incumbido de vigiar o general Bonifácio da
Costa, comandante do 1º Distrito de Artilharia da Costa, que estava detido no
forte. Debelada a revolta no mesmo dia, Leopoldo Néri foi aprisionado e enviado
para o Hospital Central do Exército, de onde conseguiu fugir. Reintegrou-se
então ao movimento tenentista, conspirando sob os cognomes de Marcos da Frota e
Clóvis Garcez. Preso novamente, mais uma vez conseguiu evadir-se.
Em 2 de maio de 1925, junto com outros oficiais, atacou o
quartel do 3º Regimento de Infantaria na Praia Vermelha, no Rio, visando conquistar
seus efetivos para uma marcha sobre o palácio do Catete, sede do governo
federal. O golpe fracassou logo na fase inicial, com a debandada dos soldados
do 3º RI. Durante a rápida troca de tiros, morreu o tenente rebelde Jansen de
Melo.
Em 1928 foi condenado a um ano e quatro meses de reclusão
pelos acontecimentos de 1922.
Na
fase de preparação da Revolução de 1930, Leopoldo Néri da Fonseca foi convidado
para a chefia militar do movimento em Minas Gerais, em substituição ao coronel João Maria Xavier de Brito, gravemente doente. Aceitando o convite, demitiu-se
do cargo de diretor da 4ª Seção das Obras de Saneamento, em Campos (RJ),
rumando para Minas Gerais.
Segundo
seu próprio relato, nas vésperas da eclosão do movimento recebeu de Lindolfo
Collor, um dos líderes gaúchos da revolução, uma missão secreta que exigia sua
presença na capital federal. Assim, encarregou Aristarco Pessoa de substituí-lo
nas suas funções em Minas Gerais.
Sua ausência em Minas durante a revolução deu margem a que
fosse acusado de traição, o que, entretanto, foi desmentido posteriormente por
vários revolucionários, como Virgílio de Melo Franco, José Antônio Flores da
Cunha e Aristarco Pessoa. Todos confirmaram a existência da missão de Néri na
capital federal, sem que, entretanto, tenha sido revelada sua finalidade.
Com a vitória da Revolução de 1930, foi promovido a major em
15 de novembro do mesmo ano e, logo depois, nomeado ajudante-de-ordens de
Afrânio de Melo Franco no Ministério das Relações Exteriores.
Em 1932, combateu a Revolução Constitucionalista em Mato Grosso.
Em 1933, foi eleito suplente de deputado à Assembléia
Nacional Constituinte, na legenda da Aliança Trabalhista Liberal do Amazonas.
Em 1934, escreveu a seguinte obra: Agora, eu!... Defesa
do major Néri da Fonseca.
Helena
Faria
FONTES: ASSEMB. NAC.
CONST. 1934. Anais; CONSULT. MAGALHÃES, B.; FONSECA, L. Agora; FRANCO,
V. Outubro; MIN. GUERRA. Almanaque; NOGUEIRA FILHO, P. Ideais;
SILVA, H. 1922; SILVA, H. 1930.