LIMA
FILHO, Vivaldo de Palma
*dep. fed. AM 1947-1949; sen. AM 1951-1967.
Vivaldo de Palma Lima Filho nasceu
em Manaus no dia 28 de agosto de 1902, filho de Vivaldo de Palma Lima e de
Elvira Augusta Baraúna de Lima.
Cursou
o primário no Colégio Raiol e o secundário no Ginásio Amazonense, ambos em
Manaus. Ingressando na Faculdade de Medicina da Bahia, participou da Reação
Republicana, movimento que promoveu em 1921-1922 a candidatura de Nilo Peçanha
à presidência da República. Foi presidente e vice-presidente da Sociedade da
Beneficência Acadêmica Alfredo Brito, entre 1925 e 1927. Em 1926 foi monitor
voluntário da cadeira de medicina operatória em sua faculdade. No ano seguinte
foi auxiliar voluntário do Dispensário Ramiro de Azevedo. Diplomou-se em
dezembro de 1927 com especialização em ortopedia e traumatologia.
Participou da Aliança Liberal (1929-1930). Em 1935, foi
escolhido delegado do estado do Amazonas e do Sindicato Médico Brasileiro à III
Conferência Pan-Americana da Cruz Vermelha. Em 1938 representou a Cruz Vermelha
Brasileira no I Congresso Americano e Brasileiro de Cirurgia.
Com
o fim do Estado Novo (1937-1945) e a promulgação da nova Constituição
brasileira (18/9/1946), elegeu-se, no pleito suplementar de janeiro de 1947,
deputado federal pelo Amazonas, por uma coligação formada pela União
Democrática Nacional (UDN) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Empossado
no mês de maio seguinte, tornou-se membro da Comissão de Educação e Cultura da
Câmara. Em 1948 foi escolhido chefe da delegação da Cruz Vermelha Brasileira à
XVII Conferência Internacional da entidade, realizada em Estocolmo, Suécia. No
ano seguinte, tornou-se membro honorário da Cruz Vermelha Venezuelana.
Renunciou ao mandato em novembro de 1949, antes do término da legislatura.
Em outubro de 1950 elegeu-se senador pelo PTB amazonense,
assumindo a cadeira em fevereiro do ano seguinte. Nesse período chefiou a
delegação da Cruz Vermelha Brasileira à Conferência do Conselho dos
Governadores da Liga das Sociedades da Cruz Vermelha, realizada em Monte Carlo,
Mônaco, bem como a delegação daquela entidade à VII Conferência Interamericana,
realizada no México. Em novembro de 1964 tornou-se membro honorário do
Instituto Brasileiro de História da Medicina. Ainda nesse ano chefiou a
delegação da Cruz Vermelha Brasileira à Conferência do Conselho dos
Governadores da Liga das Sociedades da Cruz Vermelha, realizada em Oslo, na
Noruega.
Em 1956 foi escolhido primeiro-secretário do Senado. No
pleito de outubro de 1958 foi reeleito. Em março de 1963 tornou-se vice-líder
do PTB no Senado. Com a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional
nº 2 (27/10/1965) e a instauração do bipartidarismo, filiou-se à Aliança
Renovadora Nacional (Arena), de apoio ao governo. Por essa legenda chegou a
lançar sua candidatura a nova reeleição, retirando-a, contudo, antes do pleito
de novembro de 1966, no qual o arenista Álvaro Botelho Maia elegeu-se senador
pelo Amazonas. Concluiu seu mandato em janeiro de 1967, não retornando ao
Senado.
Foi
médico ortopedista da Prefeitura do antigo Distrito Federal e por duas vezes
presidente da Cruz Vermelha Brasileira; professor de cirurgia infantil e
ortopédica na Faculdade de Medicina da capital federal e de prática cirúrgica
na Escola de Enfermeiras da Cruz Vermelha Brasileira; membro do Conselho
Diretor da Cruz Vermelha Brasileira; vice-presidente, diretor e chefe do
serviço de ortopedia e traumatologia do Hospital da Cruz Vermelha Brasileira, e
vice-presidente do Conselho de Governadores da Liga das Sociedades da Cruz
Vermelha. Capitão-médico da reserva do Serviço de Saúde do I Exército,
trabalhou também como cirurgião traumatologista da União Panificadora, ligada à
Companhia de Seguros de Acidentes do Trabalho. Foi chefe do Serviço de Cirurgia
e Traumatologia da Meridional e da Novo Mundo, ambas vinculadas à Companhia de
Seguros e Acidentes do Trabalho. Trabalhou como cirurgião ortopedista do
hospital do Pronto-Socorro de Assistência Municipal do Distrito Federal. Foi
delegado do Amazonas à I Conferência de Proteção à Infância e ao II Congresso
Nacional de Higiene. Representou também o Instituto Histórico e Geográfico do
Amazonas no I Congresso Nacional de História e Geografia e no Congresso das
Academias e Sociedades de Cultura Literária do Brasil. Chefiou a delegação da
Cruz Vermelha Brasileira à XVIII Conferência Internacional da Cruz Vermelha em
Toronto, Canadá.
Foi sócio da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de
Janeiro, do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e da Sociedade de Ortopedia e
Traumatologia — com sede em Rosário, Argentina. Foi ainda membro do Conselho
Deliberativo do Sindicato Médico Brasileiro, membro-honorário do Grupo
Americanista de Intelectuais e Artistas do Uruguai, membro-fundador do
Instituto Histórico e Geográfico do Amazonas, membro-fundador e presidente do
Conselho Deliberativo da Unio Nationali et Internationali Energiae Renovatrice
(Uniter), membro de honra da I Jornada do Serviço de Saúde da Aeronáutica e
sócio-honorário da Cruz Vermelha da Guatemala.
Faleceu em Brasília no dia 28 de julho de 1979.
Era casado com Maria de Nuria Vilas Boas de Lima, com quem
teve uma filha.
Publicou
Sobre oleotórax (tese de doutoramento, 1927); O pneumotórax artificial (1927),
Sobre a ostrossíntese dos ossos do antebraço (1934), A posição do antebraço nas
fraturas do rádio (1934), A cura dos pés tortos (1934), Equiparação dos cursos
de enfermeiras profissionais (1935), O papel da aviação sanitária nos casos de
calamidade (1935), Sobre um caso de fratura multifragmentar diafisária. A
patologia geral (1937), Fratura do côndilo interno umeral (1938), Consolidação
viciosa da fratura supracondiliana do úmero (1939), Feudarrose da tíbia e
consolidação viciosa do perônio. Osteossíntese (1938), Sobre os métodos de
osteossíntese (1939), Fratura cominutiva da rótula Patelectomia (1940),
Gangrena gasosa em fratura fechada do perônio (1941), Osteossíntese metálica em
fratura de Dupuytrem (1942), Contribuição à técnica de artro-pneumo-radiografia
(1942), Sobre alguns casos de cirurgia óssea e articular (1942), além de outros
artigos e discursos.
FONTES: AUDRÁ, A.
Bancada; CÂM. DEP. Deputados; CISNEIROS, A. Parlamentares; CORTÉS, C. Homens;
COUTINHO, A. Brasil; Diário do Congresso Nacional; FLEISCHER, D. Thirty;
HIRSCHOWICZ, E. Contemporâneos; Jornal do Brasil (16/10/66 e 30/7/79); MACEDO,
N. Aspectos; Rev. Ciência Pol. (1966); ROQUE, C. Grande; SENADO. Dados; SENADO.
Relação; SENADO. Relação dos líderes; TRIB. SUP. ELEIT. Dados (1, 2 e 8).