LIMA, JOSÉ FERNANDES DE BARROS
LIMA, José Fernandes de Barros
*dep. fed. AL
1894-1896; gov. AL 1918-1924; sen. AL 1924-1930; dep. fed. AL
1935-1937.
José Fernandes de Barros Lima nasceu em Camarajibe (AL) no dia 21 de agosto de 1868, filho
de Manuel José de Lima e Constantina Acióli de Barros Lima.
Partidário da causa abolicionista, pertenceu à Sociedade Libertadora
Alagoana. Em 1888 foi um dos fundadores do Clube Republicano Acadêmico em Recife. Nesse período, colaborou nos jornais Arrebol, Movimento e Norte de
Alagoas e na revista republicana O Norte.
Iniciou sua carreira política já após a proclamação da
República (15/11/1889), elegendo-se deputado estadual em Alagoas. Assumiu sua cadeira em 1892 e, no ano seguinte, bacharelou-se em ciências jurídicas
e sociais pela Faculdade de Direito de Recife. De volta a seu estado natal,
passou a exercer a advocacia em Camarajibe. Elegendo-se deputado federal, entre maio de 1894 e dezembro de 1896 ocupou uma
cadeira na Câmara dos Deputados.
Em
sua atuação na política de Alagoas, destacou-se pela oposição à oligarquia
dominante, chefiada por Euclides Malta, que governou o estado de 1900 a 1902 e de 1907 a 1912. Intensificou sua ação ao assumir, em junho de 1911, a direção do jornal oposicionista Correio de Maceió, órgão oficial do Partido Democrata
de Alagoas. Nesse mesmo ano, candidatou-se ao cargo de vice-governador
na chapa do Partido Democrático (PD), encabeçada pelo coronel Clodoaldo da
Fonseca, parente do então presidente da República, marechal Hermes da Fonseca
(1910-1914). Essa candidatura foi favorecida pela nova orientação do governo
federal, que passou a promover a intervenção em alguns estados, inclusive com o
afastamento de seus governadores, no que ficou conhecido como “política das
salvações”. Em virtude das manifestações contrárias a seu governo, Euclides
Malta passou a reprimir a oposição, que se organizou e lutou contra as forças
estaduais levando o governador à renúncia. O resultado das eleições, realizadas
em junho de 1912, deu a vitória aos candidatos do PD, que tomaram posse no mês
seguinte. Barros Lima substituiu interinamente o governador de janeiro a abril
de 1915.
Em março de 1918 foi eleito governador de Alagoas, cargo que
assumiu em junho do mesmo ano, sucedendo a João Batista Acióli Júnior. Reeleito
em 1921, permaneceu no exercício do governo até junho de 1924, quando foi
substituído por Pedro da Costa Rego. Ainda nesse ano foi eleito por seu estado
ao Senado Federal, onde exerceu o mandato até que a Revolução de Outubro de
1930 suprimiu os órgãos legislativos do país.
Já após a reconstitucionalização efetivada com a promulgação
da nova Carta em julho de 1934, foi eleito no pleito de outubro desse ano
deputado federal por Alagoas. Assumiu seu mandato em maio de 1935 e permaneceu
na Câmara dos Deputados até novembro de 1937, quando o advento do Estado Novo
fechou o Congresso Nacional e as demais casas legislativas do país.
Foi
membro fundador da Academia Alagoana de Letras e do Instituto Histórico de
Alagoas.
Faleceu em Maceió no dia 16 de maio de 1938.
Publicou Cartas de um democrata (1888) e Tiradentes
(1884), e foi publicado sobre ele O senador Fernandes Lima, ex-governador
de Alagoas, tendo nas mãos... (1927).
FONTES: ABRANCHES,
J. Governo; ALTA-VILA, J. História; Boletim Min. Trab. (5/36);
CÂM. DEP. Deputados; CÂM. DEP. Relação nominal; CORONEL,
E. República velha; Grande encic. Delta; INF. Francisco Amorim;
LIRA, A. Senado.