MAGALHÃES,
Luís Eduardo
*const.
1987-1988; dep. fed. BA 1987-1998.
Luís Eduardo Maron de Magalhães nasceu em Salvador (BA) no dia 16 de março de 1955, filho de
Antônio Carlos Peixoto de Magalhães e de Arlete Maron de Magalhães. Membro de
uma família atuante na política baiana e nacional, seu avô paterno, Francisco
Magalhães Neto, intelectual responsável por redigir os discursos de Juraci
Magalhães como interventor federal na Bahia após a chamada Revolução de 1930,
integrou a Assembléia Constituinte de 1934 como deputado eleito na legenda do
Partido Social Democrático (PSD). Seu pai, Antônio Carlos Magalhães, foi
deputado estadual, deputado federal, governador, ministro das Comunicações,
senador e presidente do Senado Federal. Antônio Carlos Peixoto de Magalhães Júnior, irmão de Luís Eduardo, foi diretor do Correio da Bahia,
jornal pertencente à família, e eleito suplente do pai no Senado. Seu tio
Ângelo Magalhães foi deputado federal e o primo Paulo Magalhães, filho de
Ângelo, deputado estadual e federal.
Luís
Eduardo iniciou na carreira política aos 18 anos como oficial-de-gabinete do
pai, então governador da Bahia, mantendo-se na função entre os anos de 1973 e
1975. Neste último ano, além de ingressar na Faculdade de Direito da
Universidade Federal da Bahia, tornou-se chefe de gabinete do primeiro-secretário
da Assembléia Legislativa da Bahia, função que só deixou de exercer em 1979,
quando, depois de eleito na legenda da Aliança Renovadora Nacional (Arena) no
pleito do ano anterior, iniciou o seu primeiro mandato como deputado estadual. Ainda
em 1979 foi membro da Comissão Especial da Seca e assumiu a liderança da Arena
estadual. Com o fim do bipartidarismo em novembro desse ano e a conseqüente
reorganização partidária, ingressou no Partido Democrático Social (PDS),
legenda que deu continuidade à Arena. No ano seguinte foi membro titular da
Comissão de Reforma à Constituição e da Comissão de Constituição e Justiça. Em
1981 bacharelou-se em direito. Durante esse ano e o de 1982, foi membro titular
da Comissão de Meio Ambiente e da Comissão de Finanças e Orçamento, bem como
vice-líder do PDS na Assembléia Legislativa.
Reeleito
deputado estadual no pleito de novembro de 1982, entre 1983 e 1985 presidiu a
Assembléia Legislativa, onde, neste último ano, foi titular da Comissão de
Fiscalização e Controle e da Comissão de Desenvolvimento Econômico e
Financeiro.
Em
novembro de 1986, integrando o Partido da Frente Liberal (PFL), do qual fora um
dos fundadores no ano anterior, Luís Eduardo elegeu-se deputado federal
constituinte, mandato que assumiu em 1º de fevereiro de 1987, data em que
tiveram início os trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte. Dias antes,
falando como segundo deputado mais votado da Bahia, declarou que defenderia a
limitação do papel do Estado na economia para pôr fim à concorrência entre o
governo federal e a livre iniciativa, sendo a favor da privatização das
empresas estatais e contra a presença do governo no sistema financeiro.
Na Constituinte, além de tornar-se membro titular da Comissão
de Sistematização, Luís Eduardo foi um dos fundadores do Centrão, bloco
suprapartidário formado por parlamentares de orientação conservadora. Como um
dos principais articuladores do Centrão, em dezembro de 1987 declarou que o
bloco não pretendia massacrar a minoria, mas buscar o entendimento em torno de
suas principais tarefas, entre as quais a de desestatizar o projeto de
Constituição aprovado pela Comissão de Sistematização e a de viabilizar avanços
para os trabalhadores sem desestabilizar o mercado de trabalho. Sobre
estabilidade do emprego, alegava que não se podia “fazer uma guerra entre a
direita e a esquerda em prejuízo do que vem a ser melhor para o trabalhador”,
pois não adiantava tentar protegê-lo inviabilizando o país, mas sim “coordenar
os dois aspectos da questão, pois sem empregador não haveria trabalhador”.
Sobre
a reserva de mercado para a informática, ainda em dezembro de 1987 Luís Eduardo
declarou que os estímulos dados à indústria nacional de computadores deviam ser
“proporcionais à sua competência para sobreviver”. Manter a reserva, segundo
ele, levaria à “abertura de um conflito com os Estados Unidos”, onde o
presidente Ronald Reagan pretendia impor sanções ao Brasil que só iriam
“atrapalhar a vida de nossos trabalhadores”.
Em maio de 1988, reconheceu “a pobreza ideológica” do
Centrão, caracterizando-o como “um agrupamento de teses convergentes e
interesse principal pela defesa da iniciativa privada, para enfrentar as
esquerdas e os nacionalistas”, dizendo que o excesso de nacionalismo e a
tendência estatizante da nova Constituição comprometeriam o desenvolvimento e a
modernização do país.
Considerado
um importante quadro da chamada “nova direita”, atuante e bom articulador
político, Luís Eduardo destacou-se como um defensor da livre iniciativa e da
abertura econômica ao capital estrangeiro. Ainda em maio, defendeu a supressão
de parte dos dispositivos do texto constitucional aprovado no primeiro turno,
alegando terem sido votados sem consulta prévia a todos os integrantes do
Centrão. Previu assim um forte confronto entre a direita e a esquerda no
segundo turno da Constituinte em torno das questões econômicas e sociais, entre
as quais propunha-se a lutar pelo fim da jornada diária de seis horas de
trabalho, do tabelamento dos juros bancários em 12%, da nacionalização da
exploração dos recursos minerais, da proibição de novos contratos de risco para
a exploração do petróleo, do voto facultativo a partir dos 16 anos, do direito
de greve e da licença-paternidade de oito dias.
Também
na Constituinte, que promulgou a nova Constituição em 5 de outubro de 1988,
Luís Eduardo votou contra o rompimento de relações diplomáticas do Brasil com
os países com políticas de discriminação racial, a limitação do direito de
propriedade privada, o mandado de segurança coletivo, a remuneração de 50% para
o trabalho extra, a jornada semanal de 40 horas, o aviso prévio proporcional, a
soberania popular, a proibição do comércio de sangue, a limitação dos encargos
da dívida externa, a criação de um fundo de apoio à reforma agrária e a
desapropriação da propriedade produtiva. Votou a favor da pena de morte, do
presidencialismo e do mandato de cinco anos para o presidente José Sarney. Não
esteve presente à votação sobre o aborto e absteve-se quanto à legalização do
jogo do bicho.
Em 1989, Luís Eduardo assumiu a vice-liderança do PFL na
Câmara e tornou-se membro titular da Comissão de Economia, Indústria e
Comércio, posições que ocupou até o ano seguinte, quando passou também a
titular da Comissão de Defesa Nacional.
Nas eleições presidenciais de 1989, apoiou o candidato
Fernando Collor de Melo, do Partido da Reconstrução Nacional (PRN), vitorioso
no segundo turno realizado em 17 de dezembro, por pequena margem de votos em
relação ao candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Luís Inácio Lula da
Silva.
Reeleito deputado federal na legenda do PFL em 1990, como
candidato mais votado no estado, no ano seguinte tornou-se membro titular da
Comissão de Finanças e Tributação, permanecendo nela até 1992. Neste último ano
opôs-se ao movimento pelo impeachment do presidente Fernando Collor,
ocorrido durante as investigações realizadas pela CPI instituída na Câmara para
apurar a ligação do chefe do Estado com as irregularidades atribuídas a Paulo
César Farias, tesoureiro de sua campanha à presidência, denunciadas pelo irmão
Pedro Collor à revista Veja em maio de 1992. Em 29 de setembro desse
ano, votou contra a abertura do processo de impeachment do presidente
Collor na Câmara, que o afastou e substituiu, em 2 de outubro, pelo vice-presidente
Itamar Franco, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Collor
renunciou à presidência em 29 de dezembro, horas antes de ser julgado no
Senado, que decidiu pelo seu impedimento, determinando a perda dos seus
direitos políticos por oito anos. Nesse mesmo dia, Itamar foi efetivado na
presidência.
Ainda
em 1992, Luís Eduardo tornou-se líder do PFL na Câmara, presidiu a Comissão
Especial de Regulamentação do Sistema Financeiro Nacional e foi titular da
Comissão Especial de Desregulamentação da Economia e da Comissão Especial da
Antecipação do Plebiscito sobre a forma de governo. Em novembro desse ano,
influiu na decisão final da CPI que apurava irregularidades na privatização da
VASP, realizada na gestão de Orestes Quércia no governo de São Paulo. Na
ocasião chegou a ameaçar um dos membros da comissão, o deputado José Moura
(PFL-PE), voto certo contra Quércia, condicionando sua permanência naquela
legenda ao voto em favor do texto elaborado pelo relator da CPI, Pedro Correia
(PFL-PE). Em seu relatório, Correia concluiu que a privatização da VASP havia
sido legal e transparente, que Quércia tinha agido corretamente no caso e que a
ligação entre o empresário Vagner Canhedo, novo dono da companhia, e o esquema
P.C. Farias não havia passado de uma leve suspeita. Afirmou ainda ignorar a
supervalorização dos bens dada por Canhedo como garantia para a compra da VASP,
e a injeção de 53 milhões de dólares pelo governo paulista na empresa às
vésperas de sua privatização, recomendando que fosse investigada apenas a
denúncia acerca de 10,6 milhões de dólares em cheques depositados na conta de
Canhedo por “fantasmas” de Paulo César Farias.
Em setembro de 1993, quando preparava no PFL o início da
Revisão Constitucional para o mês seguinte, Luís Eduardo constatou que tanto o
PMDB quanto o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) eram contrários à
revisão naquele momento e que o próprio presidente Itamar Franco dava maior
prioridade à elaboração do Plano Real por sua equipe econômica. O plano
compunha-se de medidas urgentes contra a inflação a serem enviadas ao Congresso
e aprovadas até o fim de 1993, para desafogar o caixa do governo.
Em
maio de 1994, Luís Eduardo empenhou-se na aliança do PFL com o PSDB em favor da
candidatura de Fernando Henrique à presidência da República, sendo convidado
para vice de sua chapa por Fernando Henrique Cardoso, que o considerava o
melhor nome para o cargo. Negando-se a aceitar o convite, no mês de agosto
seguinte, quando Fernando Henrique já contava com grande popularidade devido à
queda da inflação pelo Plano Real por ele executado na pasta da Fazenda, Luís
Eduardo ouviu dele que poderia assumir qualquer dos ministérios do futuro
governo e que o apoiaria caso disputasse a presidência da Câmara dos Deputados.
Ao lado do então presidente do PFL, Jorge Bornhausen, articulou a aliança de
seu partido com o PSDB, a qual mostrou-se essencial para a vitória de Fernando
Henrique nas eleições presidenciais de 1994.
Em
janeiro de 1995, Luís Eduardo votou pela elevação salarial dos deputados e
senadores, de 3.150 reais para oito mil reais. Aprovada, a lei deu um aumento
superior a 150% e garantiu aos parlamentares, que não tinham sequer o 13º, o
direito ao 14º e 15º salários, além de elevar os vencimentos dos ministros para
oito mil reais e os do presidente da República para 8.500 reais. Esses
aumentos, somados aos de outros dois mil funcionários graduados, acrescentaram
quinhentos milhões de reais anuais à folha salarial dos três poderes, estimada
em 30 bilhões de reais para o ano de 1995.
No
mesmo mês de janeiro, Luís Eduardo foi um dos poucos parlamentares contrários
ao aumento do salário mínimo de 70 reais para cem reais, pondo-se ao lado do
novo presidente da República, que havia decidido vetar o aumento se fosse
aprovado, alegando que elevaria em três bilhões de reais os benefícios pagos
pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), os quais, tendo o mínimo
como base, criariam um rombo de 1,7 bilhão de reais. Contudo, a Câmara aprovou
o novo salário.
Novamente eleito deputado federal mais votado da Bahia no
pleito de outubro de 1994, Luís Eduardo, contando com o apoio do chefe do
governo, foi escolhido para a presidência da Câmara em fevereiro de 1995, ao
disputar a vaga com o deputado José Genoíno (PT-SP).
No
mês de maio seguinte, a emenda constitucional relativa à quebra do monopólio do
gás encanado, a ser votada dias depois em segundo turno na Câmara, teve sua
deliberação adiada em razão da denúncia de que tinha sido patrocinada pela
empreiteira OAS, empresa associada a sete das dez estatais com sócios privados
no país, através de sua subsidiária Gaspart. A emenda, apresentada pelo
deputado Hélio Rosas (PMDB-SP), propunha a transferência do monopólio da União
para as empresas públicas do setor nos estados e a manutenção dos contratos
dessas empresas com seus parceiros privados, alguns com 30 anos de duração. O
fato deixou perplexos os parlamentares que aprovaram a emenda em grande maioria
no primeiro turno. Parte deles, ao saber da denúncia, se confessou incapaz de
manter seu voto em favor de uma empreiteira caracterizada por participar de
irregularidades apuradas pela CPI do ex-presidente Collor. O caso deixou Luís
Eduardo em situação constrangedora, por ser cunhado de César Mata Pires, um dos
donos da OAS, e seu sócio em uma emissora de TV em Salvador, enquanto o governo
acabou concordando em modificar o texto, cuja votação foi marcada para a semana
seguinte.
Na condição de presidente da Câmara, em 17 de outubro de 1995
Luís Eduardo assumiu interinamente a presidência da República por cinco horas e
37 minutos, ocasião em que sancionou uma lei alterando o quadro de pessoal da
Marinha e nomeou o embaixador do Brasil em Israel. Durante os dias 6 e 7 do mês seguinte voltou a ocupar o cargo, devido a viagens do
presidente Fernando Henrique e do vice-presidente Marco Maciel.
Em
dezembro de 1995, Luís Eduardo teve o nome incluído entre os políticos
beneficiados em suas campanhas eleitorais por financiamentos do Banco Econômico,
no qual o Banco Central (BC) tinha intervindo no mês de agosto passado. O fato
veio a público com a descoberta de uma pasta cor-de-rosa pela equipe do BC que
intervinha no Econômico, na Bahia. Os documentos encontrados na pasta deixaram
evidente que entre os 26 candidatos apoiados pelo Econômico na campanha de
1990, com um total de 2,5 milhões de dólares, o mais favorecido fora Antônio
Carlos Magalhães, então eleito governador da Bahia pelo PFL, que recebera 1,1
milhão de dólares ou cerca de 45% do total investido pelo banco naquelas
eleições. Em 1994, o Econômico participou com 2,2 milhões de reais, ao
contribuir com 921 mil reais para a campanha de Paulo Souto (PFL) ao governo da
Bahia, com 150 mil reais para a de Mário Covas (PSDB) ao governo de São Paulo,
com 148,7 mil reais para a de Fernando Henrique à presidência e, dentre outros,
com 80 mil reais para a campanha de Antônio Carlos Magalhães ao Senado e o
mesmo valor para a de Luís Eduardo à Câmara. Tornou-se público na época que os
maiores financiadores de campanhas eleitorais no país eram os empreiteiros e os
banqueiros, que haviam investido respectivamente 25 milhões de reais e 13
milhões de reais nas eleições de 1994.
No
mês de maio de 1996, Luís Eduardo fez um inflamado discurso em resposta às
críticas do comentarista da Rede Globo Arnaldo Jabor ao fisiologismo existente
no Congresso, chamando-o de “desqualificado e bajulador” e determinando à
procuradoria da Câmara que o processasse por injúria, calúnia e difamação. Em
defesa da Lei de Imprensa que tramitava na Casa, cuja votação era apressada por
deputados que se sentiam prejudicados por ataques de jornais, rádios e
televisão e cujo texto era visto como mais duro do que o da lei em vigor,
herdada do regime militar, por estabelecer penas de prisão e multas pesadas o
bastante para fechar empresas jornalísticas, Luís Eduardo afirmou que não devia
ser entendida como um instrumento para cercear a liberdade de imprensa, mas sim
para que os parlamentares pudessem “reagir e repelir aqueles que nos acusam sem
provas”. Acrescentando que a Câmara dos Deputados era o poder mais transparente
da República, concluiu sua resposta às declarações de Jabor, que havia dito que
os parlamentares fisiológicos tinham resolvido se organizar na Câmara para
criar um novo Centrão. O objetivo seria reunir todos os deputados que, acima de
partidos, se uniam por interesses profundos como venda de votos em troca de
cargos, defesa de corporações, empreiteiras, bancos falidos, ruralistas,
evangélicos.
Em
julho de 1996, Luís Eduardo empenhou-se para aprovar os projetos do governo
votados pela Câmara em convocação extraordinária do Congresso. Entre outros,
foi aprovada em dois turnos a criação da Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira (CPMF), prevista para entrar em vigor em dezembro do
mesmo ano. A CPMF, sugerida pelo ministro da Saúde Adib Jatene, visava a
princípio a cobrança de 0,2% do valor correspondente a cada cheque descontado e
a outras formas de movimentação financeira realizadas no país. Previa-se
arrecadar com ela 4,5 bilhões de reais ao ano para cobrir déficits e
investimentos na área da saúde. Vista como uma nova versão do Imposto
Provisório sobre a Movimentação Financeira (IPMF), criado em 1993 pelo então
ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, com uma alíquota de 0,25%, a
CPMF acabou sendo aprovada com uma taxa de 0,2%, isentando os aposentados que
recebiam até dez mínimos, os trabalhadores que ganhavam até três mínimos, as
cadernetas de poupança sem movimentação por noventa dias e os repasses de recursos
dentro do setor público.
Outro projeto do governo, aprovado em segundo turno pela
Câmara contando com a articulação política de Luís Eduardo, foi o da reforma da
Previdência. No entanto, contrariando a proposta governista, o texto manteve a
aposentadoria proporcional dos servidores públicos, fixada em 30 anos de
contribuição para os homens e 25 para as mulheres; a aposentadoria especial
para os professores das redes pública e privada de primeiro, segundo e terceiro
graus, também com 30 e 25 anos de contribuição para homens e mulheres; a
acumulação de aposentadorias e vencimentos de inativos reintegrados ao serviço
público; e a paridade entre servidores ativos e inativos, assegurando a estes
últimos os reajustes e gratificações concedidos aos da ativa, mas
retirando-lhes a promoção ao se aposentarem, que em média elevava em 20% o
benefício pago.
Foi aprovada ainda a aposentadoria por tempo de contribuição,
que substituiu a concedida por tempo de serviço. Seguindo a nova medida, a
bancada governista aprovou aposentadoria integral somente após 35 anos de
contribuição para o INSS, pelos homens, e 30 anos pelas mulheres. Quanto aos
servidores públicos, foi decidido que só teriam benefício integral os que
possuíssem no mínimo dez anos de serviço e 35 de contribuição, para os homens,
e 30 para as mulheres, bem como o teto de oito mil reais para a acumulação de
aposentadorias, ficando os militares de ter regras definidas por lei
complementar.
Ainda
na convocação extraordinária de julho de 1996, a Câmara aprovou a extinção do Instituto de Previdência dos Congressistas (IPC), a
regulamentação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a
admissibilidade da emenda do serviço civil obrigatório na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ), além do texto original que regulamentava a escuta
telefônica.
No mês de agosto seguinte, após uma pesquisa eleitoral feita
pelo Instituto Data-Folha, apontando o então prefeito de São Paulo pelo Partido
Progressista Brasileiro (PPB), Paulo Maluf, como possível candidato à
presidência da República em 1998, preferido na capital paulista por 38% do
eleitorado, contra 16% de Luís Inácio Lula da Silva (PT) e 16% do presidente
Fernando Henrique, este último reuniu-se com Luís Eduardo, autorizando-o a iniciar
as articulações para acelerar a votação da emenda da reeleição, de autoria do
deputado Mendonça Filho (PFL-PE), na Câmara dos Deputados. Certo de que sem a
reeleição do presidente a coligação PSDB-PFL, vitoriosa no pleito de 1994,
seria desfeita por falta de outro candidato para reproduzi-la, Luís Eduardo
participou ativamente para a sua aprovação.
No
mês de setembro de 1996, em reunião com os ministros da Articulação Política,
Luís Carlos Santos (PMDB), e das Comunicações, Sérgio Mota (PSDB), e com o governador
do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB-BA), Luís Eduardo ajudou a traçar uma
estratégia para mobilizar os prefeitos vitoriosos no pleito do mesmo ano,
justificada por serem eles, mais do que os governadores, a base de sustentação
das campanhas dos candidatos a deputado federal. A estratégia, que buscava
também atrair os governadores para trabalhar as bancadas por partido e não por
estados, visava a conseguir o apoio necessário para acelerar os trabalhos da
comissão especial da Câmara, a ser instalada em 15 de outubro seguinte para
analisar a emenda e votá-la até dezembro, de modo que fosse decidida em
plenário até janeiro de 1997. Em outubro, ao ser homenageado com um jantar no
clube Monte Líbano, em São Paulo, por cerca de quatrocentos empresários, do
qual participaram o presidente da República e os principais líderes do
Congresso, Luís Eduardo garantiu que a emenda seria aprovada ainda em seu
mandato na presidência da Câmara, a encerrar-se em fevereiro do ano seguinte.
Visando
acelerar a tramitação da emenda, no início de novembro de 1996 os governistas
instalaram uma sessão na Câmara com apenas 15 deputados no plenário sob as
críticas da oposição, que, apoiada no artigo 79 do regimento interno, exigia a
presença de 51 deputados na casa, tendo à frente o deputado Chico Vigilante
(PT-DF). Em um plenário tumultuado, onde os governistas afirmavam haver dentro
da Câmara os 51 parlamentares que pedia o regimento, Vigilante chegou a rasgar
uma cópia do documento, em episódio que só foi resolvido com a intervenção de
Luís Eduardo, chamado às pressas para presidir e controlar a sessão. Em
princípio de dezembro, além da sucessão dos presidentes do Senado e da Câmara,
incluíam-se então nas negociações para aprovar a emenda da reeleição, nas duas
casas, entre outros projetos: os que dificultavam a privatização da Companhia
Vale do Rio Doce; o que limitava o uso de medidas provisórias; o que criava o
contrato de trabalho coletivo; o que alterava as alíquotas do Imposto
Territorial Rural (ITR); o da renegociação de dívidas e vantagens para setores
produtivos, beneficiando agricultores, microempresários, exportadores e outros;
o de regulamentação do fim do monopólio no setor de telecomunicações; bem como,
as reformas da previdência e administrativa, e as discussões em andamento sobre
uma possível reforma ministerial voltada para redistribuir os cargos do
Executivo entre as legendas que disputavam maior participação no processo
político. Na época, Luís Eduardo obteve novamente carta branca de Fernando
Henrique para optar pela cadeira que quisesse em sua equipe ministerial,
prevendo-se inclusive que ocuparia a vaga de Nélson Jobim na pasta da Justiça.
Presidindo a Câmara, Luís Eduardo fechou um acordo com o
então presidente do Senado, José Sarney, e com Fernando Henrique, na segunda
semana de dezembro, para que até o final da mesma fosse votado o orçamento de
1997 e encerrados os trabalhos do Congresso relativos a 1996, visando conter
duas crises ali desencadeadas. Uma delas devida à descoberta de uma lista de
nove parlamentares do PPB endividados com o Banco do Brasil, com a qual,
segundo o senador Esperidião Amin, presidente da legenda, o ministro Luís
Carlos Santos (PMDB), da Articulação Política, pretendia constranger os
adversários da reeleição de Fernando Henrique. Outra crise deveu-se a denúncias
de que o deputado Pedrinho Abraão (PTB-GO) teria tentado cobrar uma propina de
4% da construtora Andrade Gutierrez para liberar os recursos do orçamento para
a construção da barragem do Castanhão, no Ceará. Além disso, realizou-se na
mesma época um ato público contrário à emenda da reeleição, no salão nobre da
Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, que reuniu posições políticas diversas como as de Luís Inácio Lula da Silva
(PT-SP), o líder do Partido Liberal (PL) na Câmara, Valdemar Costa Neto, Ciro
Gomes (PSDB-CE), o vereador Miguel Colassuono (PPB-SP), representando o
prefeito paulista Paulo Maluf, e correligionários do Partido Comunista do Brasil
(PCdoB).
Ainda
em dezembro de 1996, a imprensa noticiou que funcionários do Ministério das
Comunicações haviam montado um esquema para a venda de concessões de rádios FM,
enquanto era aguardada a divulgação de 120 editais de concessão de rádio e TV,
anunciada antes pelo ministro titular da pasta, Sérgio Mota (PSDB-SP). Na
ocasião Luís Eduardo afirmou que seriam criadas duas comissões de sindicância
na Câmara para apurar a denúncia. Essa dirigia-se sobretudo à ex-chefe de gabinete
do deputado João Iensen (PPB-PR), Naura Beatriz Severo, acusada de estar
cobrando de 50 mil reais a 150 mil reais para intermediar vendas de concessões
de rádio FM. Também em dezembro, Luís Eduardo opôs-se à realização de um
plebiscito sobre a reeleição, visto pelo governo como uma possível alternativa
para aprovar a medida, caso continuassem as dificuldades de vencê-la no
Congresso.
Em
janeiro de 1997, Luís Eduardo, empenhado em um acordo entre seu partido e o
PMDB para eleger seu pai à presidência do Senado, em reunião realizada em sua
casa, presenciou o anúncio feito pelos líderes do PFL, deputado Inocêncio de
Oliveira, e do PSDB, José Aníbal, de que as duas legendas apoiariam a chapa de
Michel Temer (PMDB-SP) para a presidência da Câmara. Com isso superava-se outra
barreira contra a reeleição, imposta pela decisão do PMDB de só votá-la depois
de eleito o presidente da Câmara, alegando que o cargo era seu, com base em
acordo feito dois anos antes com o PFL. Finalmente, no dia 28 desse mês foi
aprovada em primeiro turno a emenda da reeleição, por 336 votos, ou 28 acima do
exigido, no plenário da Câmara, com seis abstenções e 17 contra. O substitutivo
aprovado, de autoria do deputado Vic Pires Franco (PFL-PA), beneficiava tanto
ao presidente Fernando Henrique Cardoso como aos governadores e prefeitos,
permitindo-lhes concorrer a mais um mandato.
Disposto a concorrer ao governo da Bahia nas eleições de
1998, ao final de janeiro de 1997 Luís Eduardo, despedindo-se da presidência da
Câmara e envolvido na campanha de Michel Temer para o cargo, acenou com a
possibilidade de candidatar-se a presidente da República em 2002. Já em
fevereiro, seu pai, Antônio Carlos, elegeu-se presidente do Senado com o apoio
de Fernando Henrique Cardoso e de aliados no PMDB e na oposição, obtendo 52
votos contra 28 de seu adversário, Íris Resende (PMDB-GO). Com um projeto
pessoal de promover a candidatura de Luís Eduardo à presidência em 2002,
Antônio Carlos comprometeu-se na ocasião a acelerar as reformas
constitucionais, inclusive a emenda da reeleição. No mesmo mês, em substituição
a Luís Eduardo, Michel Temer (PMDB) elegeu-se presidente da Câmara.
Em
março seguinte, apoiou a proposta das oposições na Câmara para a criação de uma
CPI que investigasse a denúncia de venda de votos em favor da emenda de
reeleição, divulgada pela imprensa. Nela envolviam-se os deputados Ronivon
Santiago e João Maia, do PFL do Acre, então expulsos como réus confessos pela
executiva nacional do partido, por terem afirmado em declarações gravadas que tinham
recebido duzentos mil reais cada um pelo voto da reeleição
Ao final de abril de 1997, Luís Eduardo e seu pai foram
citados pelo presidente do PFL, José Jorge, como os nomes mais cogitados no
partido para concorrer à presidência da República em 2002.
Em
maio de 1997, Luís Eduardo foi convidado pelo presidente Fernando Henrique para
ocupar a liderança do governo na Câmara, ou um ministério forte como o das
Minas e Energia, que nos meses seguintes comandaria um programa de privatização
avaliado em 50 bilhões de dólares, prevendo que em qualquer desses cargos teria
força para articular a política governista. O convite foi feito em meio a uma
reforma ministerial promovida pelo governo, visando esvaziar a crise política
surgida com a denúncia da compra e venda de votos pela reeleição, e com a
ameaça de instalação de uma CPI sobre o caso pelas oposições, que foi vista com
simpatia pela ala oposicionista do PMDB, pelo menos até a indicação dos
peemedebistas Eliseu Padilha, para ministro dos Transportes, e Íris Resende,
para a pasta da Justiça.
Nos
primeiros dias de junho de 1997, após recusar-se a preencher qualquer vaga na
equipe ministerial, Luís Eduardo aceitou a liderança do governo na Câmara em
substituição a Benito Gama (PFL-BA), também a convite do presidente da
República, que o incumbiu de tornar-se a principal peça do novo esquema de
coordenação política do governo no Congresso. Na ocasião afirmou que retomaria
a votação das reformas constitucionais, paralisada por quase um mês na Câmara e
que tinha como objetivo fortalecer a base governista, composta pelos PFL, PMDB,
PSDB, PPB e pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), para fazer dela o
embrião da aliança política necessária à reeleição do presidente em 1998. Ao
mesmo tempo temia a pressão das oposições para impedir que a reeleição fosse
votada no Senado, as quais, no dia anterior à votação marcada para 5 de junho,
encaminharam ao Supremo Tribunal Federal (STF), através dos senadores do PT, do
Partido Democrático Trabalhista (PDT) e do Partido Socialista Brasileiro (PSB),
um mandado de segurança com pedido de liminar para que a emenda não chegasse ao
plenário, alegando que o processo estava “viciado” devido ao escândalo da venda
de votos. Considerando genéricos os argumentos apresentados pelos senadores da
oposição, o STF garantiu a votação final da emenda da reeleição, aprovada em
segundo turno por 62 votos a 14 e duas abstenções, e promulgada em seguida no
Congresso pelos presidentes do Senado, Antônio Carlos Magalhães, e da Câmara,
Michel Temer, que ao lado de Luís Eduardo e outros líderes governistas levaram
a emenda ao presidente da República, no Palácio do Planalto.
Iniciada
a votação da reforma administrativa, no mesmo mês de junho, Luís Eduardo não
conseguiu evitar a derrota na primeira emenda da reforma administrativa votada
na Câmara, que fixava o salário dos ministros do STF, então de 12.720 reais,
como teto para os salários e mais gratificações e para a acumulação de
vencimentos com aposentadoria dos servidores públicos, justificando que só seria
possível vencê-la em plenário depois que o maior teto salarial fosse
estabelecido por lei específica. Colaborou a seguir para a aprovação do
contrato de gestão, pelo qual as administrações diretas da União, estados e
municípios poderiam firmar contratos de gestão com empresas e fundações
privadas. Convocado para depor na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que
apurava a venda de votos favoráveis à emenda da reeleição, Luís Eduardo, em
breve depoimento, afirmou não ter negociado a compra de votos com deputados
para aprová-la, limitando-se ao papel de marcar a data da votação, a ele
atribuído pelo presidente Fernando Henrique. Ainda no mês de junho, empenhou-se
na votação do projeto da Lei Geral das Telecomunicações, aprovado na Câmara e
visto como um passo importante para a privatização do setor pelo governo, que
previa com isso investimentos de 90,7 bilhões de reais no mesmo até 2003.
Concluído
em julho de 1997 o primeiro turno de votação da reforma administrativa, em
convocação extraordinária da Câmara, foram aprovadas entre outras a emenda que
fazia com que o aumento de vencimentos por gratificações e auxílios, até então
decidido pelas cúpulas do três poderes, fosse fixado por lei; a que acabava com
o direito de acumular dois empregos públicos e com as vinculações de categorias
para efeito de aumento de salário; a que substituía o salário integral pelo
proporcional ao tempo de trabalho dos servidores em disponibilidade; a do
orçamento, pela qual os órgãos da administração pública que economizassem seus
orçamentos teriam no ano seguinte a dotação correspondente para melhorar
salários, recompor quadros ou contratar pessoal para suprir vagas, e para
incrementar programas que exigissem novas verbas, sem ter que devolver, como
antes, as sobras de dinheiro ao Tesouro, para serem aplicadas onde o governo
decidisse; além da emenda que exigia uma revisão salarial anual para o
funcionalismo, apoiada em lei a ser aprovada pelo Congresso, e da que dizia que
os estados e municípios que descumprissem a Lei Rita Camata, que limitava os
gastos com pessoal a 60% da receita municipal, estadual e federal, não teriam
direito a transferência voluntária de recursos, antecipação de receita ou à
operação de créditos junto aos bancos oficiais para cobrir a folha de
pagamentos.
Na
mesma convocação de julho, foi aprovada a emenda que restituía aos municípios
parte das perdas provocadas pelo Fundo de Estabilização Fiscal (FEF) do
governo, pela qual os poderes municipais receberiam da União 50% das perdas
ainda em 1997, 60% em 1998 e 80% no ano seguinte, até quando o FEF foi
prorrogado. Foi derrotada a emenda que proibia a incorporação de gratificações
aos salários, e que prefeitos, governadores e o presidente da República
criassem novas gratificações. A emenda sobre o fim da estabilidade dos
servidores foi aprovada parcialmente, elevando de dois para três anos o tempo
de serviço para o pessoal concursado tornar-se estável, e mantendo a demissão
dos servidores que não tivessem avaliação de desempenho satisfatória. Ficou de
ser votada no segundo turno a possibilidade de demissão por excesso de quadros,
ao encontrar resistência na oposição, contrária à emenda, e na bancada
governista, por acreditar que os governos estaduais e municipais chegariam ao
limite de 60% de gastos com pessoal, demitindo apenas os servidores não
estáveis e os de cargos comissionados.
Em abril de 1998, referindo-se ao então ministro das
Comunicações Sérgio Mota (PSDB), internado com uma infecção pulmonar
grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, Luís Eduardo afirmou que “o afastamento de Mota seria o pior desfalque que o
governo poderia sofrer”. O ministro, que acabou falecendo no dia 19 desse mês,
em aliança com Luís Eduardo cumpria o papel de cobrar as responsabilidades do
Legislativo, com um rigor que lhe valeu a alcunha de “trator”, enquanto seu
aliado ditava o ritmo no Congresso, fazendo acertos para que a votação das
matérias de interesse do governo fossem votadas em momentos a ele favoráveis, e
promovendo acordos com governistas e oposicionistas.
Presente
ao funeral de Sérgio Mota, em São Paulo, Luís Eduardo expressou a seu pai o
cansaço por não ter dormido na noite anterior, justificando-o não só pelo abalo
com a morte do amigo como pela preocupação de ter que prosseguir no comando da
reforma da Previdência e das articulações do governo no Congresso, sem contar
com o apoio do ex-ministro. De volta a Brasília, na manhã seguinte, 21 de
abril, sentiu-se mal, dirigindo-se ao Serviço Médico da Câmara. De lá, foi
removido para a UTI do Hospital Santa Lúcia, vítima de um enfarte do miocárdio,
agravado por ser hipertenso e fumante, falecendo às 20 horas do mesmo dia.
Sua
morte e a de Sérgio Mota levaram o governo Fernando Henrique a perder, em 48
horas, os dois principais canais de diálogo, de negociação e de execução de
seus planos, inclusive o de reeleger-se no pleito de 1998, além de ser atingido
pelo abalo sofrido por seu maior aliado, o presidente do Senado Antônio Carlos
Magalhães, pai de Luís Eduardo. Este, visto como o mais importante, eficiente e
respeitado articulador político do governo no Congresso, era então o preferido
do eleitorado como pré-candidato ao governo da Bahia em 1998, e o nome mais
forte do PFL para concorrer à presidência da República em 2002. Sua morte foi
sentida tanto por governistas como pelos mais importantes membros da oposição,
que realçaram, entre outras virtudes políticas de Luís Eduardo, sua capacidade
de fazer e de cumprir acordos, além da falta que faria sua participação atuante
nas negociações entre as duas bancadas.
Presidiu o conselho administrativo da Empresa Santa Helena
S.A. — Incorporação e Construções, e a Empresa de Jornalismo S.A. — Correio da
Bahia.
Luís Eduardo Magalhães foi casado com Michelle Marie Pimentel
Magalhães, com quem teve três filhos.
Justino
Santos
FONTES: CÂM. DEP. Deputados
brasileiros (1995-1999); Estado de S. Paulo (15/5/88, 6/5/89,
28/9/95, 30/1, 28/2, 1/3, 4/5, 26/8, 9 e 19/10, 7 e 9/12/96, 7/1, 4/2, 14, 15 e
25/5, 3, 5, 10, 12, 17 e 26/6, 25/7/97, 22 e 23/4/98); Folha de S. Paulo (19/1/87,
1/3, 16/5/88, 23/2, 25/10, 9/11/95, 1/3, 24/5, 12 e 26/7, 22, 25/8, 21/12/96,
5, 9, 20/2, 15, 18, 21, 29 e 30/5, 4, 5, 12, 17, 18, 19 e 26/6, 2, 3, 8, 10, 17
e 28/7/97, 22 e 23/4/98); Globo (6/12/87, 1/4 e 22/5/88, 26/6, 18/7,
28/8, 30/10, 2, 7, 8, 10 e 24/12/96, 10, 27, 29 e 30/1, 15/3, 18, 26 e 31/5, 3,
5, 6, 11, 14, 18 e 19/6, 11, 29/7/97, 22 e 23/4/98); Jornal da Bahia
(31/1/87); Jornal do Brasil (28/4 e 28/11/87, 19/4, 31/5, 20/6, 24,
25/7, 26, 30/8, 19, 22/9, 24, 30/10, 5 e 9/11, e 21/12/96, 7/1, 23, 24, 26/5,
3, 4, 5, 12/6, 3, 17 e 25/7/97, 22 e 23/4/98); Veja (9/12/87, 8/7, 23/9
e 25/11/92, 29/11/93, 13/4, 4 e 11/5, 31/8, 19/10, 30/11 e 21/12/94, 25/1, 1 e
23/2, 17/4, 12/7, 16, 23 e 30/8, 13 e 20/12/95 e 22/4/98).