BRITO,
Veiga
*dep. fed. GB 1967-1971.
Luís Roberto Veiga de Brito
nasceu no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, no dia 11 de julho de 1927,
filho de Joaquim Azarias de Brito e de Alice Veiga de Brito.
Diplomou-se
engenheiro civil em 1951 e engenheiro topógrafo em 1953 pela Escola de
Engenharia da Universidade do Brasil, atual Faculdade de Engenharia da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), realizando a seguir curso de
pós-graduação em engenharia rodoviária.
Em 1958 candidatou-se à Câmara Municipal do Distrito Federal
na legenda do Partido de Representação Popular (PRP), conquistando apenas uma
suplência. Membro da administração do governo do então estado da Guanabara
durante a gestão de Carlos Lacerda (1960-1965), ocupou diversos cargos, tendo
sido diretor-geral dos departamentos de Transporte, de Locomoção e de Águas.
Foi também o primeiro presidente da Companhia Estadual de Águas (Cedag) e o
engenheiro responsável pela construção da nova adutora do Guandu. Ainda nesse
período viajou aos EUA em missão junto ao Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) e à United States Agency for International Development
(USAID), visando à obtenção de financiamento para o referido programa de
abastecimento de água do estado da Guanabara.
Eleito
presidente do Clube de Regatas do Flamengo para o período de 1966-1969, ainda
em julho de 1966 Veiga Brito e outros políticos lacerdistas filiaram-se ao
Movimento Democrático Brasileiro (MDB), seguindo a orientação de seu líder, que
aprofundava gradualmente sua dissensão com o governo de Humberto Castelo
Branco, implantado após a deposição do presidente João Goulart pelo movimento
político-militar de 31 de março de 1964. No entanto, abandonou em seguida o
partido de oposição, elegendo-se no pleito de novembro de 1966 deputado federal
pela Guanabara na legenda da Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de sustentação
do regime militar.
Assumindo
o mandato em fevereiro do ano seguinte, pautou sua atividade parlamentar pela
fidelidade à linha política de Lacerda, vinculando-se à Frente Ampla, movimento
que reuniu o ex-governador da Guanabara aos ex-presidentes Juscelino Kubitschek
e João Goulart na oposição ao governo. Embora a Frente Ampla tivesse sido
proibida de atuar em abril de 1968 e Lacerda fosse cassado em dezembro desse
ano, logo após a edição do Ato Institucional nº 5 (13/12/1968), Veiga Brito
manteve o mandato, exercendo-o até o final da legislatura em janeiro de 1971.
Na Câmara dos Deputados pugnou em defesa de uma política nacional de saneamento
através da proposta de criação da Sanebrás. Em novembro de 1970 concorreu à
reeleição na mesma legenda, obtendo uma suplência, o que voltou a ocorrer no
pleito de novembro de 1974. Em 1976 não aceitou a inclusão de seu nome na chapa
de candidato da Arena à Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, tendo-se
declarado surpreendido pelo anúncio dos dirigentes do partido de que retornaria
ao cenário político.
Com
a extinção do bipartidarismo em 29 de novembro de 1979 e a conseqüente
reformulação partidária, filiou-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e
nessa legenda concorreu a uma cadeira na Câmara dos Deputados pelo estado do
Rio de Janeiro no pleito de novembro de 1982, obtendo apenas uma suplência.
Transferindo-se posteriormente para o Partido Liberal (PL),
candidatou-se nessa legenda a deputado estadual pelo Rio de Janeiro no pleito
de novembro de 1986. Eleito com a maior votação de seu partido no estado, ao
assumir sua cadeira na Assembléia Legislativa, em fevereiro do ano seguinte,
tornou-se líder da bancada liberal.
Dedicou-se a atividades profissionais no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, tendo sido responsável pelo projeto de construção de uma usina de açúcar no
vale do Jaíba (MG). Foi também diretor-geral do Departamento Nacional de Obras
e Saneamento (DNOS).
Faleceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 5 de setembro de
1987, em pleno exercício do mandato. Em homenagem a Veiga Brito, a nova adutora
do Guandu foi inaugurada com seu nome.
Era casado com Teresinha de Roure Veiga de Brito, com quem
teve um filho.
FONTES: CÂM. DEP. Deputados;
CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1967-1971); CASTELO BRANCO,
C. Militares; Globo (25/6/80, 6/9/87); Grande encic. Delta;
Jornal do Brasil (6/10/66, 26/7/76, 6/9/87); NÉRI, S. 16; TRIB.
SUP. ELEIT. Dados (8 e 9); Veja (16/9/87).