MARCONDES FILHO, GENTIL
MARCONDES
FILHO, Gentil
*comte. I Ex. 1979 -1981.
Gentil Marcondes Filho nasceu
no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, no dia 18 de outubro de 1916, filho
de Gentil Marcondes e de Edite Marcondes.
Sentou
praça em março de 1934, ascendendo à aspirante e segundo-tenente em janeiro de
1937. Atingiu os postos de primeiro-tenente em setembro de 1939; capitão em
setembro de 1944, major em janeiro de 1952, tenente-coronel em agosto de 1958 e
coronel em abril de 1964. Em julho de 1969 alcançou o generalato, como
general-de-brigada, e em novembro de 1974 foi promovido a general-de-divisão,
ao mesmo tempo em que assumia o comando da 9ª Região Militar em Mato Grosso.
Durante
o governo de Ernesto Geisel (1974-1979), Marcondes Filho serviu como chefe do
Estado-Maior do II Exército, chefiado pelo general Ednardo Dávila Melo. Nesta
época, morreram nas dependências do Centro de Operações para a Defesa Interna
(CODI), subordinado a este Exército, o operário Manuel Fiel Filho e o
jornalista Vladimir Herzog, gerando intensa crise entre o governo e os setores mais
radicais das forças armadas, resultando na demissão do ministro do Exército,
Sílvio Frota, e no afastamento do comandante do II Exército.
No início de 1979 Marcondes Filho alcançou a patente de
general-de-exército, assumindo o comando do I Exército, sediado no Rio de
Janeiro. Processava-se nesta época a política de distensão e abertura do regime
militar, promovida pelo presidente Ernesto Geisel e concluída pelo seu
sucessor, João Batista de Oliveira Figueiredo, criando um grande debate
político em todo o país e nova crise no interior das forças armadas.
Como
desdobramento deste debate, realizou-se no dia 1º de maio de 1981 um grande
show de música popular no Riocentro, Rio de Janeiro, em comemoração ao Dia do
Trabalhador, promovido pelo Centro Brasileiro Democrático (Cebrade), reunindo
cerca de 20 mil pessoas. Durante o evento, no estacionamento da casa, explodiu
uma bomba no interior de um automóvel, matando um dos seus ocupantes, o
sargento Guilherme Pereira Rosário, e ferindo gravemente o outro, o capitão
Wilson Luís Chaves Machado. Os militares eram lotados no CODI do I Exército.
Marcondes Filho procurou inocentar os seus subordinados, promovendo um
inquérito, onde concluiu que os militares haviam sido “vítimas de uma armadilha
ardilosamente colocada no carro do capitão”. Segundo o general Otávio Costa, em
depoimento ao Centro de Pesquisa e Documentação da História Contemporânea do
Brasil da Fundação Getulio Vargas (Cpdoc/FGV), o atentado foi provocado por
elementos da chamada “linha dura”, militares contrários à abertura política e à
anistia. De acordo com esse depoimento, corroborado pelos depoimentos dos
generais Adir Fiúza de Castro e Leônidas Pires Gonçalves, Marcondes Filho não
só não tivera conhecimento prévio deste atentado, como também sua saúde fora
seriamente afetada pelo acontecimento.
Marcondes Filho passou para a reserva remunerada no posto de
marechal em setembro de 1981.
Faleceu no Rio de Janeiro no dia 6 de dezembro de 1983.
Foi casado com Maria Iolanda de Aquino, com quem teve dois
filhos.
FONTES:
ARAÚJO, M. Anos de chumbo; ARQ. MIN. EXÉRC.; Globo (2/5/81); MIN.
EXÉRC. Almanaque.