MEDRADO, Marcos
*dep. fed. BA 1991-1996, 2007-.
Marcos Antônio Medrado nasceu em Mucugê (BA) em 30 de junho de l946, filho de Mário
Medrado e Moema Medrado Matos. Por parte de pai, descendia de uma tradicional
família de grandes proprietários rurais, com atividade política local e
regional.
Em 1972 ingressou na Faculdade de Administração de Empresas,
em Salvador, concluindo o curso em 1976. Iniciou-se na política em 1974 ao se
filiar ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime
militar instaurado no país em abril de 1964. Com a extinção do bipartidarismo
em 29 de novembro de 1979 e a conseqüente reorganização partidária, optou em
1980 pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), agremiação que
sucedeu o MDB.
Eleito deputado estadual constituinte em novembro de 1986
pelo estado da Bahia, assumiu o mandato em fevereiro. Os trabalhos da Constituinte iniciaram-se em 1989 e a Assembléia Legislativa
manteve suas atividades antes disso. Foi titular da Comissão do Meio Ambiente
entre 1987 e 1989.
Nessa legislatura desligou-se do PMDB e ingressou em 1990 no
Partido da Reconstrução Nacional (PRN), agremiação que elegera, em dezembro do
ano anterior, Fernando Col- lor de Melo como presidente da República. Atuou
como presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia (1990-1991).
Eleito deputado federal pela Bahia em outubro de 1990,
iniciou o primeiro mandato em fevereiro. Entre 1991 e 1992 foi membro titular da Comissão de Minas e Energia e, em 1992, da de Viação e Transportes, Desenvolvimento
Urbano e Interior.
Assim
como a maioria dos deputados Medrado votou a favor, em 29 de setembro de 1992,
pela abertura do processo de impeachment
do presidente Fernando Collor de Melo por crime de responsabilidade perante a
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou denúncias de corrupção
contra o ex-tesoureiro da campanha presidencial, Paulo César Farias. Afastado
da presidência após a votação na Câmara, Collor renunciou ao mandato em 29 de
dezembro, antes mesmo da conclusão de seu julgamento pelo Senado. Foi
substituído na presidência pelo vice-presidente Itamar Franco, que já vinha
exercendo a função interinamente desde o dia 2 de outubro.
Em 1993, Medrado desligou-se do PRN e ingressou no Partido
Democrata Cristão (PDC). Membro titular da Comissão de Defesa do Consumidor,
Meio Ambiente e Minorias em 1993, nesse mesmo ano transferiu-se mais uma vez de
partido filiando-se ao Partido Progressista (PP). Sob essa legenda, atuou como
titular da Comissão especial sobre produtos que contenham asbesto/amianto e, em
1994, da Comissão de Constituição e Justiça.
Prevista para essa legislatura, a revisão da Constituição de
1988 acabou não se realizando e poucas alterações na Carta foram aprovadas.
Esteve ausente da sessão que rejeitou o fim do voto obrigatório e manifestou-se
a favor da criação do Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF) e
do Fundo Social de Emergência (FSE), concebidos como fontes de financiamento
para o plano de estabilização econômica do governo, batizado de Plano Real.
Concorreu
à reeleição em outubro de 1994 pelo PP. Com Salvador como sua base eleitoral
obteve 82 mil votos, o que o tornou o primeiro mais votado da legenda e o
segundo em todo o estado. Iniciou o novo mandato em fevereiro. Em agosto, ingressou no Partido Progressista Brasileiro (PPB), agremiação
resultante da fusão do PP com o Partido Progressista Reformador (PPR). Em 1996
foi vice-presidente da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público.
Nas
votações das emendas constitucionais propostas pelo governo Fernando Henrique
Cardoso em 1995, seguiu as orientações da bancada governista da Câmara
pronunciando-se a favor da abertura da navegação de cabotagem à concorrência
estrangeira, da revisão do conceito de empresa nacional, da extinção do monopólio
dos governos estaduais nas telecomunicações, na exploração do petróleo e na
distribuição de gás canalizado, e da prorrogação do Fundo Social de Emergência
(FSE), rebatizado Fundo de Estabilização Fiscal (FEF), que permitia ao governo
desvincular 20% da arrecadação de impostos, sem que estas verbas ficassem
obrigatoriamente ligadas aos setores de saúde e educação.
Candidato à prefeitura de Salvador, em junho de 1996, após
negociações com o senador Antônio Carlos Magalhães, do Partido da Frente
Liberal (PFL), desistiu da candidatura para disputar a vice-prefeitura da
capital baiana em chapa encabeçada por Antônio Imbassahy, indicado por
Magalhães. Sua renúncia teria sido uma conseqüência do acordo firmado entre o
PFL de São Paulo e lideranças nacionais do PPB visando a sucessão municipal na
capital paulista. A chapa saiu vencedora no pleito de outubro daquele ano e
Medrado foi empossado vice-prefeito em 1º de janeiro de 1997. Deixando a Câmara
dos Deputados, sua vaga foi ocupada por José Lourenço, também filado ao PPB.
Ao assumir a vice-prefeitura de
Salvador, atuou também como Secretário de Transportes até o final do mandato,
em dezembro de 2000, após a reeleição de sua chapa nas eleições municipais
daquele ano.
No pleito de 2004, candidatou-se com
sucesso ao cargo de vereador da cidade. Durante as eleições, porém, rompeu com
senador Antonio Carlos Magalhães quando este retirou seu apoio a César Borges (PFL-BA), a cuja chapa o seu Partido Progressista (PP), nova sigla que substituíra
a do PPB, se coligou no primeiro turno. Passou então a apoiar, no segundo
turno, o candidato João Henrique, do Partido Democrático Trabalhista (PDT),
eleito ao final do pleito.
Em 2006, agora filiado ao PDT, Medrado
candidatou-se ao cargo de deputado federal pela Bahia, e foi eleito. Na
legislatura, iniciada em fevereiro de 2007, foi titular de comissões
permanentes como as de Constituição, Justiça e de Cidadania e Minas e Energia.
Casou-se com Rosa Cristina Rodrigues Medrado, com quem teve
três filhos.
Candidata à deputada federal pelo PPB da Bahia na eleição de
outubro de 1998, Rosa Medrado obteve apenas uma suplência.
Sônia Zilberberg/Márcia Cristina de Sousa
FONTES:
CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1995-1999);
Estado de S. Paulo (15/6/96);
Folha de S. Paulo (18/9/94,
31/1/95, 14/1/96, 10/10/98); Portal Bahia Notícias. Disponível em : <http://www.samuelcelestino.com.br
>. Acesso em : 19 out. 2009; Portal da Câmara dos Deputados. Disponível em :
<http://www.camara.gov.br/
>. Acesso em : 19 out. 2009; Portal do TSE. Disponível em : <http://www.tse.gov.br>.
Acesso em : 19 out. 2009.