CAMPOS,
Mauro
*
const. 1987-1988; dep. fed. MG 1987-1991.
Mauro Fernando Orofino Campos
nasceu no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, no dia 27 de setembro de
1939, filho do comerciário José Luís Campos e da professora Margarida Orofino
Campos.
Cursou o primeiro e o
segundo graus no Colégio Militar do Rio de Janeiro de 1953 a 1959 e diplomou-se
como engenheiro naval em 1964, na Escola Nacional de Engenharia, atual
faculdade de engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ainda nessa
escola cursou a pós-graduação em engenharia nuclear e engenharia de produção.
Em 1969 foi nomeado diretor do departamento de engenharia da Superintendência
Nacional da Marinha Mercante (Sunamam).
Presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia Naval (Sobena) em 1970, viajou à Polônia em missão oficial do
Ministério dos Transportes para vistoriar navios adquiridos naquele país pelo
governo federal. Em 1971 passou a integrar o Conselho de Desenvolvimento
Industrial do Ministério da Indústria e Comércio (MIC). Membro da Comissão
Nacional de Energia Nuclear, em 1972 esteve em Hamburgo, Alemanha.
Em 1973 o Ministério dos
Transportes o encarregou de ir ao Japão a fim de promover a transferência de
tecnologia de navios de grande porte. Pouco depois começou a trabalhar na Transportes
Fluviais e Marítimos S/A, primeira empresa brasileira especializada em
transportes de produtos químicos (1973-1989).
Diretor da Granéis
Internacionais, firma de transportes marítimos (1979-1989), retornou à Sobena
(1982-1984) e presidiu o Instituto Pan-Americano de Engenharia Naval
(1984-1987).
Filiado ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro
(PMDB) – desde 1972, Mauro Campos era membro do Movimento Democrático
Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime militar instaurado no país em abril
de 1964 –, disputou uma vaga na Câmara dos Deputados no pleito realizado em
novembro de 1986. Eleito deputado federal constituinte por Minas Gerais, atuou
na Assembléia Nacional Constituinte (ANC), instalado em fevereiro do ano
seguinte, como titular da subcomissão do Sistema Financeiro, da Comissão do
Sistema Tributário, Orçamento e Finanças, e suplente da subcomissão da Política
Agrícola e Fundiária e da Reforma Agrária, da Comissão da Ordem Econômica.
Dentre as diversas votações, pronunciou-se favoravelmente ao rompimento de
relações diplomáticas com países que praticassem políticas de discriminação
racial; à soberania popular; ao voto facultativo aos 16 anos; ao mandato de
cinco anos para o então presidente José Sarney; ao aborto; à proibição do comércio
de sangue; ao turno ininterrupto de seis horas; ao aviso prévio proporcional; à
unicidade sindical; à nacionalização do subsolo; à anistia aos micro e pequenos
empresários; à desapropriação da propriedade produtiva. Foi contra a pena de
morte; a limitação do direito de propriedade; a estatização do sistema
financeiro; o limite de 12 % ao ano para os juros reais; o presidencialismo; o
mandato de segurança coletivo; a jornada semanal de 40 horas; a pluralidade
sindical; a criação de um fundo de apoio à reforma agrária; a legalização do
jogo do bicho. Após a promulgação da nova Carta em 5 de outubro de 1988, passou
a exercer o mandato ordinário.
Ainda nesse ano, filiou-se ao recém-criado Partido da
Social Democracia Brasileira (PSDB). Titular da Comissão de Minas e Energia, em
1990 opôs-se à absorção das dívidas do Lloyd Brasileiro pelo Tesouro Nacional,
conforme estava previsto na Medida Provisória que estabelecia as bases de sua
privatização ou extinção. No pleito de outubro de 1990 tentou a reeleição, mas
foi malsucedido e deixou a Câmara ao término da legislatura, em janeiro do ano
seguinte.
Foi coordenador do grupo
de trabalho criado pelo governo do Rio de Janeiro para elaborar um diagnóstico
da situação da marinha mercante, construção naval e os portos do estado (agosto
de 1991) e representante do governo fluminense no grupo interministerial que
deveria propor a revisão da política nacional do setor naval (outubro de 1991).
Por indicação do PSDB mineiro, asusmiu a Diretoria de Planejamento e Engenharia
da Eletrobrás em março de 1993, ao mesmo tempo em que a holding federal
passou a ser presidida pelo engenheiro José Luís Alquéres. Nessa condição,
atuou como chefe do Grupo Coordenador de Planejamento dos Sistemas Elétricos e
vice-coordenador do Sistema Nacional de Transmissão de Energia Elétrica e do
Fundo de Financiamentos da Eletrobrás (Finel).
De volta ao setor naval, assumiu a presidência da
Companhia Docas do Rio de Janeiro (1995-1999), e em abril de 1999, chamado por
Henri Philippe Reichstul, presidente da Petrobrás, incorporou-se à Petrobrás
Transportes S. A., subsidiária daquela estatal.
Formado em economia aplicada à navegação na
Universidade de Michigan (EUA), foi professor de desenho industrial na Escola
Henrique Laje, em Niterói (RJ), e de engenharia naval na antiga Escola Nacional
de Engenharia. Como assistente da cadeira de resistência estrutural e
estabilidade do navio lecionou na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Engenheiro-chefe de projeto do Estaleiro Caneco e titular do Escritório de
Serviços Técnicos e Assessoria Industrial, especializado em projetos navais de
embarcações, instalações portuárias e complexos industriais, foi ainda diretor
da Cooperativa Sossego e do Sindicato dos Produtores Rurais de Santana do
Deserto (MG), e membro do Clube de Engenharia e da Society of Naval Architect
and Marine Engineer, American Bureau of Shipping.
Casado com a jornalista Gilse Simões Campos, teve dois
filhos.
Marcia
Quarti/ Rogério Barros
FONTES: ASSEMB. LEGISL. MG. Dicionário
biográfico; ASSEMB. NAC. CONST. Repertório (1987); CÂM. DEP. Deputados
Brasileiros. Repertório. (1987-1991 e 1991-1995); COELHO, J. et Oliveira,
A. Nova; CURRIC. BIOG.; Globo (18/12/90, 20/4/99).