MEDEIROS FILHO, DAVI DE
MEDEIROS FILHO, Davi de
*militar; rev.
1935.
Davi de Medeiros Filho nasceu
no dia 29 de março de 1909.
Sentou praça em março de 1929, ingressando na Escola Militar
do Realengo, no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, da qual saiu
aspirante-a-oficial em janeiro de 1932. Em julho desse ano lutou ao lado das
forças governamentais contra a Revolução Constitucionalista de São Paulo.
Promovido a segundo-tenente em agosto seguinte, chegou a primeiro-tenente em
outubro de 1933.
Em novembro de 1935 participou do levante do 3º Regimento de
Infantaria (3º RI) na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, liderado pelos
capitães Agildo Barata, Álvaro de Sousa e José Leite Brasil. O movimento fazia
parte de uma revolta de âmbito nacional promovida pelo Partido Comunista
Brasileiro, então Partido Comunista do Brasil (PCB), em nome da Aliança
Nacional Libertadora (ANL). No levante do 3º RI, sua tarefa era de, juntamente
com o segundo-tenente Tomás Meireles, sublevar a 1ª Companhia de Fuzileiros, da
qual ambos faziam parte e cuja oficialidade estava dividida entre revoltosos e
legalistas. Buscariam ainda, com o apoio de diversos subalternos, imobilizar a
2ª, 3ª e 4ª companhias de Fuzileiros e a Companhia de Metralhadoras Leves do 1º
Batalhão, cujo comando era legalista ou não se encontrava sublevado. Instantes
após ter sido deflagrado o movimento, os revoltosos conseguiram isolar o posto
de comando legalista e apossar-se de todos os companheiros, com exceção das
companhias de Metralhadoras Leves do 1º e 2º batalhões, cujos comandantes, após
resistirem algum tempo, acabaram por render-se. Entretanto, o cerco e o
bombardeio do quartel do 3º RI por tropas legalistas levaram à rendição dos
revoltosos, que foram presos e processados.
No inquérito aberto pela polícia do Rio de Janeiro, Medeiros
Filho foi acusado de ser um dos líderes do levante. Em depoimento prestado às
autoridades, justificou sua participação no movimento por discordar da
orientação do governo de Getúlio Vargas, alegando ainda ter sido instado a
revoltar-se por Tomás Meireles. Este o teria avisado de que o movimento era
dirigido por uma junta central, cujos integrantes se desconheciam e à qual
caberia a articulação com os demais estados. Disse ainda Medeiros Filho esperar
que a revolta adquirisse cunho popular, abrangendo todas as forças do país, e
que só teria sido alertado para a data do levante na véspera, ainda por
Meireles, ignorando que o comando do movimento coubesse ao líder comunista Luís
Carlos Prestes e que este houvesse alcançado a Escola de Aviação Militar.
Acusado de haver ferido o capitão Arione Brasil, o sargento Aristides da Hora e
o soldado Nélson de Matos, teve a patente militar cassada pelo Decreto nº 558,
de 31 de dezembro de 1935.
Em
maio de 1937 foi condenado pelo Tribunal de Segurança Nacional a oito anos de
prisão.
FONTES: BARATA, A. Vida
(8/35); COSTA, R. Tribunal; MIN. GUERRA. Almanaque (1933);
PORTO, E. Insurreição; SILVA, H. 1935; SILVA, H. 1937.