SGUAREZZI, Nilso
*const.
1987-1988; dep. fed. PR 1987-1991.
Nilso Romeu Sguarezzi nasceu em São José d’Ouro, município de Lagoa Vermelha (RS), em 28 de outubro de 1940, filho de
Frederico Sguarezzi e Irene Fagion Sguarezzi.
Em 1962, ingressou na Faculdade de Direito da Universidade
Federal do Paraná (Ufpr), vindo a presidir o Centro Acadêmico Hugo Simas.
Bacharelou-se em 1967.
Filiado à
Juventude Trabalhista do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), com a extinção
dos antigos partidos e instalação do bipartidarismo em 29 de outubro de 1965,
pelo Ato Institucional nº 2, filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro
(MDB), agremiação política de oposição ao regime militar implantado em abril de
1964. Em novembro de 1968, elegeu-se vereador no município de Pato Branco, área
de colonização gaúcha no sudoeste paranaense. Tomou posse em fevereiro do ano
seguinte e permaneceu até o fim da legislatura, em fevereiro de 1973.
Em
novembro de 1974, concorreu à Assembléia Legislativa. Eleito com 22 mil votos,
integrou as comissões de Constituição e Justiça e de Segurança, além de exercer
a liderança do MDB. Reeleito em novembro de 1978 com cerca de 25 mil votos,
iniciou novo mandato em fevereiro do ano seguinte. Com a extinção do
bipartidarismo (29/11/1979) e a posterior reorganização partidária, filiou-se
ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Líder do partido e do
governo na Assembléia, reelegeu-se em novembro de 1982 com votos provenientes,
em sua maioria, das regiões sudoeste, oeste e noroeste do estado.
Membro
da Comissão de Saúde, presidiu a Assembléia entre 1985 e 1986 e foi líder do
governo José Richa. Candidatou-se, em novembro de 1986, a deputado federal constituinte, pelo PMDB. Eleito com a quarta votação do estado, cerca de 74
mil votos, assumiu em 1º de fevereiro de 1987. Membro da Subcomissão do Poder
Judiciário do Ministério Público, da Comissão da Organização dos Poderes e
Sistema de Governo, e suplente da Subcomissão de Tributos, Participação e
Distribuição das Receitas, da Comissão do Sistema Tributário, Orçamento e
Finanças, Nilso Sguarezzi votou contra a pena de morte, a limitação do direito
de propriedade privada, a jornada semanal de 40 horas, o presidencialismo, a
estatização do sistema financeiro e o mandato de cinco anos para o presidente
José Sarney.
Manifestou-se
favoravelmente ao rompimento de relações diplomáticas com países com política
de discriminação racial, ao aborto, ao turno ininterrupto de seis horas, à
unicidade sindical, à soberania popular, ao voto aos 16 anos, à nacionalização
do subsolo, ao limite de 12% ao ano para os juros reais e à limitação dos
encargos da dívida externa. Apresentou emenda proibindo a anistia fiscal em
qualquer nível tributário. Foi membro titular da Comissão de Fiscalização e
Controle, da qual foi o relator da comissão especial que investigou a quebra
das bolsas de valores provocada pelo megaespeculador Naji Nahas, ex-presidente
da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Nessa ocasião pela primeira vez o
Legislativo quebrou o sigilo bancário de pessoas físicas e jurídicas,
produzindo provas que, submetidas ao Judiciário, levaram à condenação de Nahas.
Deixou
a Câmara em janeiro de 1991, no fim da legislatura. Passou a dedicar-se à sua
banca de advocacia em Curitiba deixando a militância partidária.
Posteriormente, constituiu empresa de consultoria especializada na área
tributária, destinada a atender às prefeituras na atualização e reforma de seus
códigos e da legislação tributária municipal, matéria na qual fez
pós-graduação. Foi professor de direito penal na Pontifícia Universidade Católica
do Paraná.
Durante
a campanha eleitoral para o governo do estado de 2006 Sguarezzi prestou
assessoria jurídica para o candidato Osmar Dias, do Partido Democrático
Trabalhista (PDT). O pleito, bastante disputado, resultou numa vitória no
segundo turno por estreita margem de votos do adversário de Osmar Dias, o
governador em exercício Roberto Requião (PMDB), tendo Dias obtido 2.658.132
(49,9%) votos, contra 2.668.611 (50,1%) dados ao governador reeleito.
Em
agosto de 2007 foi convidado pelo então prefeito de Curitiba, Beto Richa, do
Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) para ocupar a recém-criada assessoria
especial de relações institucionais na capital paranaense, assumindo o cargo no
mesmo mês. Durante sua gestão na assessoria, com poderes de secretário
municipal, conduziu diversas articulações da prefeitura com outros órgãos
públicos. Permaneceu no cargo até dezembro de 2008 quando foi substituído pelo
então secretário municipal de Turismo, Luiz de Carvalho.
Após
sair do cargo que ocupava na prefeitura de Curitiba retomou suas atividades
profissionais em seu escritório de advocacia, e ocupou um cargo comissionado na
prefeitura de Araucária (PR) como assessor especial lotado no gabinete do
prefeito desta cidade.
Casou-se com Maíra Cardoso Sguarezzi, com quem teve três
filhos.
FONTES: ASSEMB. NAC.
CONST. Repertório (1987-1988); COELHO, J. & OLIVEIRA, A. Nova;
INF. BIOG; O Estado do Paraná (31/12/2008); Jornale (13/07/2007); Gazeta
do Povo (12/07/2006); http://www.araucaria.pr.gov.br/ (acesso em
18/12/2009).