NOVAIS,
Israel
*dep.
fed. SP 1967-1969, 1975-1987.
Israel
Dias Novais nasceu em Avaré (SP), no dia 30 de abril
de 1920, filho de José de Araújo Novais e de Judite Dias Novais. Seu irmão
Paulo Novais foi deputado federal por São Paulo de 1992 a 1995.
Bacharel
em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade de Direito da Universidade de
São Paulo (USP), fez parte da diretoria do Centro Acadêmico 11 de Agosto.
Colaborador no periódico Parnaso, da mesma faculdade, foi signatário do
Manifesto à nação lançado em novembro de 1943 contra o Estado Novo (1937-1945).
Em
1956 assumiu a chefia de gabinete do secretário de Governo de São Paulo, na
gestão do governador Jânio Quadros (1955-1959), cargo em que permaneceu até
1957, quando ocupou interinamente a Secretaria de Governo do estado, à frente
da qual criou a Comissão Estadual da Literatura e o Conselho Estadual de
Cultura.
Jornalista
e empresário do ramo agropecuário, no pleito de outubro de 1958 elegeu-se
deputado estadual por São Paulo, na legenda da União Democrática Nacional
(UDN). Tomou posse em fevereiro do ano seguinte. Reeleito em outubro de 1962,
dessa vez com o apoio da Aliança Eleitoral pela Família, associação civil de
âmbito nacional sucessora da Liga Eleitoral Católica, tornou-se vice-líder da
bancada da UDN.
Com
a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº. 2 (27/10/65) e a
posterior implantação do bipartidarismo, filiou-se à Aliança Renovadora
Nacional (Arena), partido de apoio ao regime militar instaurado no país em
abril de 1964. Na Assembléia Legislativa manteve a vice-liderança da Arena.
Disputou
por esta legenda uma cadeira de deputado federal por São Paulo no pleito de
novembro de 1966. Eleito, deixou a Assembléia paulista em janeiro de 1967,
assumindo no mês seguinte o mandato na Câmara dos Deputados. Em janeiro de
1969, por ter votado contra o pedido de licença para processar o deputado
federal Márcio Moreira Alves, perdeu o mandato com base no Ato Institucional
nº. 5 (13/12/68), mas manteve os direitos políticos.
Filiado
ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime
militar, foi reeleito deputado federal por São Paulo no pleito de novembro de
1974, assumindo o mandato em fevereiro de 1975. Vice-líder da bancada do
partido na Câmara, integrou a Comissão de Minas e Energia. Reeleito pela mesma
legenda em novembro de 1978 e titular da Comissão de Relações Exteriores,
presidiu a Comissão de Comunicações, Transportes e Obras Públicas e a Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) que estudou o problema do índio. Também
participou da CPI do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e da comissão
especial do Código Civil. Ainda nesta legislatura, enquanto presidente da
Comissão de Cultura, organizou o 1º Seminário sobre a Censura no Brasil.
Com
a extinção do bipartidarismo em novembro de 1979, e a conseqüente reformulação
partidária, filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB),
sucessor do MDB. Voltou a se eleger deputado federal por São Paulo, no pleito
de novembro de 1982. Assumindo o mandato em fevereiro do ano seguinte,
participou dos trabalhos legislativos como vice-presidente da Comissão de
Relações Exteriores.
Em
25 de abril de 1984, votou a favor da emenda Dante de Oliveira, que previa
eleições diretas para presidente da República. Derrotada a proposição, no
Colégio Eleitoral, reunido em 15 de janeiro de 1985, Israel Novais apoiou o
candidato oposicionista Tancredo Neves, eleito pela Aliança Democrática, uma
união do PMDB com a dissidência do Partido Democrático Social (PDS) abrigada na
Frente Liberal. Doente, Tancredo Neves não chegou a ser empossado, vindo a
falecer em 21 de abril de 1985. Seu substituto foi o vice José Sarney, que já
vinha exercendo o cargo interinamente desde 15 de março deste ano.
Concorrendo
a uma cadeira de deputado federal constituinte no pleito de novembro de 1986,
pelo PMDB, Israel Novais obteve uma suplência, e deixou a Câmara ao termino da
legislatura, em janeiro de 1987.
Encerrada
a vida pública, retomou as atividades nos setores jornalístico e agropecuário,
em suas propriedades, nos municípios de Avaré e Campo Grande (MS). Em 1987 foi
eleito presidente da Academia Paulista de Jornalismo. Foi ainda secretário de
redação e redator-chefe do Correio Paulistano, bem como redator do serviço
público. Ensaísta e poeta, editou a Revista Brasileira de Poesia, atuando
também como crítico literário e biógrafo. Também presidiu o Instituto Histórico
e Geográfico de São Paulo.
Membro
da Academia Brasiliense de Letras e da Academia Paulista de Letras, presidiu
esta última em 1999.
Publicou
Ensaios crítico-biográficos sobre Fagundes Varela (1941), Ensaios sobre
Clemente Ferreira, A administração de Prestes Maia em São Paulo, O amor, a
poesia, as viagens, Minhas páginas de Amiel, Um rio e outros personagens
brasileiros, Papel de jornal (1985).
Casou-se
com Marina Vilares da Silva Novais, com quem teve cinco filhos.
FONTES:
CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1967-1971,
1975-1979, 1979-1983 e 1983-1987); CÂM. DEP. Relação nominal; Estado
de São Paulo (5/9/62 e 23/9/62); Folha de São Paulo (7/12/86); Globo
(26/4/84 e 16/1/85); INF. BIOG.; MELO, L. Dic.; MENEZES, R. Dic.;
NÉRI, S. 16; Perfil (1980); TRIB. SUP. ELEIT. Dados (4, 6
e 8).