LEÃO,
Odelmo
*dep.
fed. MG 1991-2003, 2004
Odelmo Leão Carneiro Sobrinho nasceu
em Uberaba (MG), no dia 26 de maio de 1946, filho de Olavo Leão Carneiro e de
Maria Aparecida Mendes.
De 1960 a 1968, com apenas o segundo grau completo,
trabalhou como bancário, primeiro no Banco da Lavoura do Estado de Minas
Gerais, depois no Banco do Triângulo Mineiro. Empresário rural, assumiu a
presidência do Sindicato Rural de Uberlândia (MG) em 1975, e entre 1978 e 1982
participou de vários congressos e seminários de zootecnia e de estudos para a
implantação de projetos de pecuária leiteira e de lavoura tecnificada. Foi
também autor de análises sobre a implantação de seringueiras e cacau no
Triângulo Mineiro e em parte de Goiás, e acerca da situação real do produtor
rural e da pecuária de cria e de corte. Foi vice-presidente da Federação da
Agricultura do Estado de Minas Gerais de 1982 a 1987, vindo a ocupar a
presidência da entidade em 1988. Em 1985 participou da comissão de instalação
do curso de agronomia da Universidade Federal de Uberlândia, em cuja Faculdade
de Filosofia, Ciência e Letras diplomou-se em psicologia aplicada à
administração.
Em 1989 foi nomeado secretário de Agricultura da
prefeitura de Uberlândia, cargo que exerceria até 1990. Nesse ano filiou-se ao
Partido da Reconstrução Nacional (PRN) e candidatou-se a uma cadeira na Câmara
dos Deputados no pleito de outubro. Eleito, tomou posse em fevereiro de 1991,
participando dos trabalhos legislativos como presidente da Comissão de
Agricultura e Política Rural, titular da Comissão de Defesa Nacional e da
comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre a Companhia Nacional de
Abastecimento, e suplente das comissões de Educação, Cultura e Desporto e de
Planos, Orçamento Público e Fiscalização.
Embora pertencente aos quadros do partido que
conduzira Fernando Collor de Melo à presidência da República, na sessão da
Câmara de 29 de setembro de 1992 votou a favor da abertura do processo de impeachment
do presidente. Acusado de crime de responsabilidade por ter-se envolvido num
amplo esquema de corrupção liderado por Paulo César Farias, tesoureiro da sua
campanha eleitoral, Collor renunciou ao mandato em 29 de dezembro, pouco antes
da conclusão do processo pelo Senado Federal, sendo então efetivado na
presidência o vice Itamar Franco, que já vinha exercendo o cargo interinamente
desde o dia 2 de outubro.
Primeiro vice-presidente da Comissão de Viação e
Transportes e vice-líder do PRN, Odelmo Leão deixou o partido em 1993, tendo
sido um dos fundadores do Partido Progressista (PP). Já como representante do
PP, presidiu a subcomissão especial que tentou estruturar um programa de
combate à fome e à miséria. Titular da Comissão de Agricultura e Política Rural
e das comissões mistas de Planos, Orçamento Público e Fiscalização, e de vetos
relativos ao projeto de reforma agrária, participou também da CPI sobre
endividamento rural. Foi suplente da Comissão de Trabalho, Administração e
Serviço Público, da comissão especial sobre o programa de estabilização do
governo e da CPI que investigou denúncias de contrabando de recursos minerais.
Em 1994 assumiu a vice-liderança do partido.
Durante a legislatura, votou a favor da emenda
constitucional que criou o Fundo Social de Emergência (FSE), que permitia ao
governo gastar até 20% da arrecadação vinculada às áreas de saúde e de
educação, e pela cobrança do Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira
(IPMF), fonte de recursos suplementares para a saúde. Foi contra o fim do voto
obrigatório.
Reelegeu-se no pleito de outubro de 1994, na legenda
do PP, e tomou posse em fevereiro do ano seguinte. Em agosto de 1995, com a
criação do Partido Progressista Brasileiro (PPB), resultado da fusão do PP com
o Partido Progressista Reformador (PPR), tornou-se líder da bancada na Câmara.
Nas votações das emendas constitucionais propostas pelo governo Fernando
Henrique Cardoso em 1995, votou a favor da quebra do monopólio nos setores de
telecomunicações, exploração de petróleo, distribuição de gás canalizado e
navegação de cabotagem; da mudança no conceito de empresa nacional; e da
prorrogação do FSE, rebatizado como Fundo de Estabilização Fiscal (FEF).
Em janeiro de 1996 foi reconduzido à liderança do
PPB na Câmara, derrotando o deputado Paudernei Avelino, do Amazonas, por 63
votos a 19. Com a formação de um bloco parlamentar do PPB com o Partido Liberal
(PL), somando 96 parlamentares, condicionou a aprovação da reforma da
Previdência à maior participação do PPB no governo Fernando Henrique Cardoso,
efetivada com a indicação do deputado Francisco Dornelles para o Ministério da
Indústria e Comércio. Em maio, com apoio da bancada ruralista, obteve a
aprovação do pedido de urgência para a votação do projeto de sua autoria que
aliviava os encargos trabalhistas nos contratos rurais. Em julho, apoiou a
criação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), nova
denominação do chamado “imposto do cheque”.
Mantendo-se pelo terceiro ano consecutivo na
liderança do PPB, em janeiro de 1997 seguiu a orientação do presidente do
partido, Paulo Maluf, e determinou que a bancada não comparecesse à votação em
primeiro turno da emenda constitucional que previa a reeleição de presidente da
República, governadores e prefeitos. No segundo turno, ainda ausente, liberou a
bancada para votar segundo interesses próprios. Em novembro, deu seu voto à
emenda que pôs fim à estabilidade dos funcionários públicos.
Em novembro de 1998, já reeleito deputado federal
no pleito de outubro, sempre na legenda do PPB mineiro, votou a favor do teto
de 1.200 reais para a aposentadoria dos servidores públicos, e dos critérios de
idade mínima e tempo de contribuição para os trabalhadores do setor privado.
Iniciando novo mandato na Câmara em fevereiro de 1999, manteve-se líder do
partido por toda a legislatura.
Em 2002, foi mais uma vez eleito deputado federal
por Minas na legenda do PPB. Porém, assumiu o mandato apenas para dele
licenciar-se, a fim de ocupar a partir de 2003 a Secretaria de Agricultura,
Pecuária e Abastecimento do Estado de Minas Gerais, no governo de Aécio Neves
(PSDB-MG). Nesse ano, o PPB mudou de nome para Partido Progressista (PP).
Em 2004, deixou a pasta para sair candidato à
prefeitura de Uberlândia. Venceu a eleição com 152.981 votos. Renunciou ao
mandato de deputado federal em 31 de dezembro e no dia seguinte foi empossado
prefeito. Suas ações durante o governo lhe garantiram um alto índice de
aprovação. Em 2008, concorreu à reeleição para a prefeitura de Uberlândia.
Dessa vez, venceu o pleito no primeiro turno, com 188.581 votos, equivalentes a
59% dos votos válidos.
Em novembro do
mesmo ano ganhou a Medalha Ordem do Mérito Legislativo do Estado de Minas
Gerais, concedida pela Assembleia Legislativa. No ano seguinte ganhou, em
Brasília, o prêmio de Projeto Melhor Transporte do Brasil durante o IV
Seminário Internacional Sobre Federalismo e Desenvolvimento, oferecido pela
Associação Brasileira de Municípios (ABM), com o apoio da Secretaria de
Assuntos Federativos da Presidência da República (SAF).
Em janeiro de 2012
foi internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, para uma cirurgia de
retirada de um tumor maligno do rim. Não tentou a reeleição, tendo deixado a
prefeitura de Uberlândia em janeiro de 2013.
Casado com Ana Paula Procópio Junqueira, teve
quatro filhos.
Marcelo Costa/Manoel Dourado Bastos
FONTES: ASSEMB. LEGISL. MG. Dicionário biográfico;
CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório
(1991-1995), (1995-1999) e (1999-2003); Jornal do Brasil (17/03/1996 e 28/05/1996); Jornal Estado de S. Paulo (25/01/1996,
14/03/1996 e 04/05/1996); Jornal Folha de
S. Paulo (16/03/1995, 22/05/1996 e 06/11/1998); Jornal Folha de S. Paulo, Olho no Congresso (18/09/1994, 31/01/1995, 14/01/1996,
30/01/1997 e 05/02/1998); Jornal O Globo
(19/03/1996, 20/03/1996, 24/04/1996 e 27/02/1997); Revista Isto É, Perfil Parlamentar, TSE, Resultados das Eleições (2004 e
2008); Portal Administração Pública para Municípios. Disponível em
<http://www.adpmnet.com.br>. Acesso em 25/07/2013; Portal do Jornal Correio de Uberlândia. Disponível em
<http://www.correiodeuberlandia.com.br>. Acesso em 25/07/2013.