OLIVEIRA,
João Daudt d’
*pres. ACRJ 1942-1951; pres. CNC 1946-1947.
João Daudt d’Oliveira nasceu
em Santa Maria (RS) no dia 3 de abril de 1886, filho de Filipe Alves de
Oliveira, magistrado natural de Escada (PE), e de Adelaide Daudt d’Oliveira,
descendente de alemães radicados em São Leopoldo (RS), onde estabeleceram uma
indústria de couros. Seu pai, vinculado ao Partido Liberal (PL), foi
assassinado em 1890, a mando, segundo se acredita, de um líder do Partido
Republicano Rio-Grandense (PRR), que lhe fazia oposição política. Seu irmão
Filipe d’Oliveira era poeta.
Fez os estudos primários na Escola Brasileira de Porto Alegre
e, em 1902, ingressou na Escola Tática e de Tiro de Rio Pardo (RS),
transferindo-se depois para a Escola Militar de Porto Alegre, na qual concluiu
seus estudos preparatórios. Viajou em seguida para o Rio de Janeiro, então Distrito
Federal, matriculando-se na Escola Militar da Praia Vermelha, cujo curso
freqüentou apenas durante um ano. Foi excluído do Exército por haver
participado em 1904 da revolta chefiada pelo general Silvestre Travassos e pelo
senador Lauro Sodré contra o governo de Francisco de Paula Rodrigues Alves,
conhecida por Revolta da Vacina, tendo sofrido a mesma sanção imposta aos
demais implicados na rebelião.
Voltou então ao Rio Grande do Sul e ingressou na Faculdade de
Direito de Porto Alegre, onde foram seus colegas de turma João Neves da
Fontoura, Maurício Cardoso, Getúlio Vargas e Firmino Paim. Nas eleições de
1907, foi um dos chefes do movimento acadêmico em favor da candidatura de
Carlos Barbosa Gonçalves à presidência do Rio Grande do Sul, apoiada oficialmente
por Antônio Augusto Borges de Medeiros, então presidente do estado. Por outro
lado, tendo necessidade de custear os estudos, ainda estudante começou a
trabalhar como caixeiro na Companhia de Gás. Ao diplomar-se, em 1910, já era
diretor dessa empresa.
Exerceu
a advocacia por três anos no Foro de Porto Alegre, mas não se adaptou à
profissão. Em 1916 retornou ao Rio de Janeiro, onde passou a dedicar-se à
indústria farmacêutica, associando-se a seu tio, João Daudt Filho, com ampla
experiência no ramo, e a seu irmão, Filipe d’Oliveira, para a fundação da firma
Daudt, Oliveira & Cia. Esse laboratório farmacêutico tornou-se responsável
por campanhas inéditas de propaganda. Seguindo o modelo norte-americano,
anunciou com enorme êxito remédios populares como a emulsão de Scott, as
pílulas de Bristol, o xarope Bromil e o regulador Saúde da Mulher. Em
particular, obtiveram imensa aceitação junto ao público as campanhas
desenvolvidas relativamente a esses dois últimos produtos, nas quais se
utilizaram slogans criados pelo poeta Filipe d’Oliveira.
Entretanto,
João Daudt continuou a manter freqüentes ligações com o Rio Grande do Sul,
tendo participado, ao lado de Borges de Medeiros, do movimento da Reação
Republicana (1921-1922) em favor da candidatura de Nilo Peçanha à presidência
da República, em oposição a Artur Bernardes. Em 1928, assistiu, juntamente com
seu tio, à cerimônia de posse de Getúlio Vargas na presidência do Rio Grande do
Sul, tendo ambos projetado estender ao estado os serviços da campanha de saneamento
que vinham realizando. Debateram a questão com Osvaldo Aranha, então secretário
do Interior, e com o próprio Vargas, acertando os detalhes de uma viagem do
higienista Belisário Pena ao interior do estado com o objetivo de realizar
ampla propaganda contra a verminose. Além disso, conseguiram a promessa de
Vargas de que tudo faria para aprovar o projeto de lei que regulamentava as
profissões de médico e farmacêutico no Rio Grande do Sul.
João
Daudt d’Oliveira serviu de intermediário entre o Rio Grande do Sul e Minas
Gerais nas primeiras reuniões para a formação da Aliança Liberal. Sua atuação
na gênese desse movimento político deveu-se às relações que mantinha com seus
principais articuladores e ao intercâmbio com os diferentes centros comerciais
do Rio Grande do Sul. Em junho de 1929, realizou uma viagem ao Sul para
participar dos esforços destinados a remover os obstáculos que dificultavam a
concretização de acordo entre Minas Gerais e o Rio Grande do Sul para o
lançamento da candidatura de Vargas à sucessão de Washington Luís. Juntamente
com Afrânio de Melo Franco, João Batista Luzardo e Assis Chateaubriand,
informou a Vargas que Antônio Carlos de Andrada, presidente de Minas, pretendia
lançar seu nome como candidato à presidência da República.
Na Associação Comercial
Após
a vitória da Revolução de 1930, a Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ)
entrou em crise devido à hostilidade do Governo Provisório de Getúlio Vargas,
que levou sua diretoria a renunciar e a ser substituída por outra, presidida por
Serafim Valandro. Este convidou João Daudt a ingressar na entidade, o que
ocorreu ainda em 1930. Em 1932, João Daudt fundou com Serafim Valandro o
Partido Economista do Distrito Federal, com o qual pretendia dar às classes
conservadoras participação nas responsabilidades do governo “como elemento de
construção e da ordem”, através de um programa de crítica aos processos
políticos vigentes.
Em
1933, fundou, em homenagem ao irmão falecido no ano anterior, a Sociedade
Filipe d’Oliveira, subvencionada por ele e por sua família com objetivos
artísticos e culturais. Já a partir do primeiro ano de sua fundação, a
sociedade iniciou a edição de obras de autores nacionais, concedendo anualmente
um prêmio de literatura e, de quatro em quatro anos, um outro para conjunto de
obra literária, ao mesmo tempo em que auxiliava intelectuais e artistas em
viagens culturais ao exterior.
João Daudt não quis fazer parte da Constituinte de 1934, mas,
assim que se promulgou a Carta Magna (16/7/1934), concordou em candidatar-se a
vereador à Câmara Municipal do Distrito Federal, para a qual foi eleito em
primeiro lugar. Todavia, renunciou ao mandato antes mesmo da posse, devido à
“desilusão sentida pelo ambiente político da época”. A partir de 1935, como
membro da ACRJ — e em companhia de Roberto Simonsen e Valentim Bouças, entre
outros —, formou um círculo de representantes da economia, da indústria e do
comércio ligado a Vargas. Entre 1938 e 1942, exerceu as funções de
primeiro-vice-presidente da ACRJ, durante a gestão de Manuel Ferreira
Guimarães.
Em
1941, ainda como primeiro-vice-presidente da ACRJ, viajou ao exterior por seis
meses, cumprindo depois um período de estudos nos EUA. Voltou ao Brasil e
tornou-se membro do Conselho Nacional do Trabalho (CNT), regressando em 1942
aos EUA como membro da Missão Sousa Costa, presidida pelo ministro da Fazenda
Artur de Sousa Costa, e participando da elaboração dos acordos de Washington, o
mais importante pacto celebrado entre o Brasil e aquele país na época. Ainda em
1942, foi escolhido membro do conselho consultivo da Coordenação da Mobilização
Econômica, criada em setembro desse mesmo ano com o objetivo de orientar a
economia de guerra, articulando sobretudo as medidas relativas aos acordos de
Washington. Quando da fundação da Legião Brasileira de Assistência (LBA),
também em setembro de 1942, foi convidado por Darci Vargas, esposa de Getúlio
Vargas e presidente da entidade, para nela ocupar o cargo de tesoureiro.
Eleito presidente da ACRJ em 4 de dezembro de 1942, João
Daudt imprimiu ao primeiro ano de sua administração as marcas da renovação e da
remodelação dos serviços desse órgão. Criou o departamento cultural e o
Instituto de Economia, organismo destinado a pesquisas no setor econômico,
lançou a campanha de expansão associativa sob o lema “Uma associação em cada
município”, ativou os estudos para a fundação do Clube Comercial do Rio de
Janeiro e substituiu a expressão “classes conservadoras” pela de “classes
produtoras”, considerada mais adequada ao empresariado. Ainda em sua administração,
criou a Casa Mauá, atual Fundação Mauá, à qual pertence hoje o Instituto de
Economia.
Nomeado
em 1943 membro do Conselho Nacional do Petróleo e do conselho fiscal do Banco
do Brasil — que chegaria a presidir e onde se manteria até 1955 —, João Daudt
convocou e presidiu o I Congresso Brasileiro de Economia, realizado de novembro
a dezembro de 1943 no Rio de Janeiro. As conclusões do conclave enfatizaram a
circunstância de que já fazia notória uma atividade econômica mais incisiva do
Estado, “como provam os fatos históricos”, pois, “nos próprios regimes
democráticos não há incompatibilidade com a interferência do Estado em assuntos
econômicos”. O texto dessas conclusões acrescentava ainda que “cabe ao Estado
regular e coordenar todas as atividades sociais, para atenuar e debelar as
crises, e as de ordem econômica são as mais freqüentes do mundo moderno”, mas
salientava que, “não obstante, a iniciativa individual sempre foi, é e
continuará sendo a principal fonte de riqueza e prosperidade dos povos e, assim,
só na sua falta cabe apelar para a atuação do Estado”. Segundo Edgar Carone, a
“cordialidade” entre o Estado e as classes produtoras nesse período foi
conseqüência das medidas de sustentação da produção agrícola e industrial
adotadas pelo governo, bem como da formação de órgãos consultivos e executivos,
em parte formados por elementos do empresariado.
Dando prosseguimento à sua atuação no âmbito da economia
nacional, João Daudt criou, em março de 1944, os primeiros cursos técnicos do
departamento cultural da ACRJ, dando ainda o primeiro passo para a fundação da
projetada Universidade Mauá. Em agosto do mesmo ano, foi eleito presidente da
seção brasileira do Conselho Interamericano de Comércio e Produção (CICYP),
precursor da Associação Latino-Americana de Livre Comércio (ALALC), e, em
setembro, juntamente com Euvaldo Lodi, chefiou a delegação brasileira à
Conferência Econômica Internacional de Bretton Woods, nos EUA, reunida com o
objetivo de tratar da reorganização econômica e financeira mundial do após-guerra.
Dois meses depois, presidiu uma delegação da ACRJ à International Business
Conference, realizada em Rye, EUA, à qual compareceram representantes de 52
nações. Na ocasião, foi o intérprete dos países em desenvolvimento, defendendo
a tese da “função social do capital”.
Nomeado
membro do Conselho Nacional de Política Industrial e Comercial para o biênio
1945-1946, convocou e presidiu em 1945 a I Conferência das Classes Produtoras
(Conclap), que reuniu mais de novecentos delegados de 680 entidades representativas
do comércio, da indústria e da agricultura em Teresópolis (RJ). A Carta
econômica de Teresópolis, documento que sumariou as conclusões desse conclave,
foi aclamada como a Carta econômica das Américas, de acordo com o voto unânime
dos representantes do empresariado do hemisfério, reunidos em Montevidéu por
ocasião da III Reunião Plenária do CICYP.
Em
julho de 1945, como presidente da Federação das Associações Comerciais do
Brasil, João Daudt assinou um longo memorial, juntamente com Euvaldo Lodi, presidente
da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e Íris Meinberg, presidente da
União das Associações Agropecuárias do Brasil Central, contra o Decreto nº
7.666, de 22 de junho de 1945, a chamada Lei Malaia, legislação antitruste
considerada inconstitucional por aquelas entidades.
Na Confederação Nacional do Comércio
A
partir de setembro de 1945, João Daudt participou da junta diretiva provisória
da Confederação Nacional do Comércio (CNC), então criada. Em dezembro, o
conselho de representantes da CNC elegeu a primeira diretoria do órgão para o
biênio 1946-1947, cabendo a João Daudt a presidência da mesma. Tomou posse em
janeiro de 1946, ocasião em que foi apresentada ao país a Carta da paz social,
cujas linhas básicas haviam sido discutidas e aprovadas na I Conclap. Durante
seu mandato, com o objetivo de formar mão-de-obra especializada para as
empresas comerciais, a CNC foi encarregada de criar o Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial (Senac), atendendo ao decreto de 10 de janeiro de 1946.
Por decreto de 13 de janeiro desse mesmo ano, a CNC foi também mobilizada para
proceder à criação do Serviço Social do Comércio (Sesc), cuja finalidade seria
a elevação do bem-estar e do nível de vida do comerciário e de sua família.
À frente da confederação, João Daudt pugnou em defesa da
livre-iniciativa e contra a intervenção do Estado na economia. Através de
vários pronunciamentos e providências tomados imediatamente ao após-guerra,
empenhou-se por alterar a posição governamental que impunha medidas coercitivas
contra o setor comercial, buscando resolver a crise do abastecimento. Nesse
sentido, opôs-se à Comissão Central de Preços, ao congelamento dos “lucros
extraordinários” e dos preços e à criação de comandos estudantis, credenciados
pela Delegacia de Economia Popular para punir comerciantes especuladores.
Em abril de 1946, a primeira reunião da diretoria da CNC fez
o diagnóstico da inflação, atribuindo suas causas ao elevado crescimento dos
meios de pagamento em contraposição à queda da produção. O combate à espiral
inflacionária só seria efetivo se fossem aprimorados o abastecimento e o
sistema de transportes. Em maio do mesmo ano, a convite da Comissão de
Investigação Econômica e Social da Assembléia Constituinte, João Daudt fez uma
exposição do ponto de vista das classes produtoras sobre os problemas
econômicos nacionais e, em agosto, convocou os presidentes das associações
comerciais das capitais dos estados para uma reunião no Rio de Janeiro, na qual
seria definida a posição do comércio frente à situação econômica e social que
então vivia o país. Na oportunidade, foi lançado o Manifesto do comércio à
nação.
Juntamente
com Morvan Dias de Figueiredo, Guilherme da Silveira Filho e Daniel de
Carvalho, João Daudt tornou-se um dos acionistas da Companhia Nacional de Gás
Esso, subsidiária da Standard Oil de Nova Jersey, criada em outubro de 1946.
Essa composição social era característica da dupla tendência manifesta a partir
de 1945 nas empresas nacionais — sobretudo nas áreas mais complexas da
atividade econômica, como a do petróleo, por exemplo. Por um lado, elas se
aproximaram dos investidores estrangeiros, e, por outro, os grupos empresariais
passaram a ser representados nos mais altos escalões do governo.
Em março de 1947, João Daudt pronunciou-se contra a
animosidade de alguns setores do governo e da opinião pública em relação ao
empresariado e, em maio desse mesmo ano, foi reeleito, pela terceira vez
consecutiva, presidente da ACRJ, sendo-lhe concedido na ocasião o título de
Benemérito dos Beneméritos. Ainda nesse mês, foi recebido, juntamente com a
diretoria da CNC, pelo presidente Eurico Dutra, a quem fez entrega do Memorial
das classes produtoras, elaborado durante a reunião para a qual convocara os presidentes
das associações comerciais e das federações sindicais. O programa
antiinflacionário apresentado pretendia que fosse instituído o Conselho
Nacional de Economia, ao qual caberia analisar as leis de limitação de lucros,
cuja tramitação deveria ser paralisada. Sugeria ainda esse programa o reestudo
da existência de órgãos controladores de preços, o atendimento, pelo Banco do
Brasil, das necessidades da produção e a criação do Banco Central.
Em
julho de 1947, numa saudação ao presidente do Chile, João Daudt salientou a
necessidade de ampliar o intercâmbio comercial entre as nações do continente
americano através da iniciativa privada: a troca de experiências e informações
entre as empresas privadas só poderia facilitar os acordos entre os governos. A
CNC apoiou o CICYP, batendo-se ainda pelo desenvolvimento do turismo e da rede
hoteleira. Em outubro daquele mesmo ano, realizou-se em Petrópolis a XXVI
Reunião da Comissão Executiva do CICYP, na qual João Daudt tomou posse como
primeiro-vice-presidente do organismo e recebeu o título de Good Fellow,
através de proposição feita pelo delegado norte-americano e novo presidente da
entidade, James Kemper.
De
1948 a 1949, atuou como membro da comissão de comércio e estudos gerais da
Comissão Mista Brasileiro-Americana de Estudos Econômicos, conhecida como
Missão Abbink, e, em setembro de 1948, chefiou a delegação empresarial —
constituída de 45 pessoas — à IV Reunião Plenária do CICYP, realizada em
Chicago, EUA. Em maio de 1949, foi reeleito, pela quarta vez consecutiva,
presidente da ACRJ para o biênio 1949-1951. Convocou e presidiu ainda a II
Conferência Nacional das Classes Produtoras, reunida em Araxá (MG) de 24 a 31
de julho de 1949. O conclave formulou ao governo recomendações relativas aos
mais diversos aspectos da vida nacional, as quais, apesar de levadas ao
Congresso com o apoio de 53 deputados, não receberam do Executivo a acolhida
que esperavam os empresários.
Em
janeiro de 1950, à frente da CNC, João Daudt convocou e reuniu, no Rio de
Janeiro, uma mesa-redonda do empresariado nacional em que expôs suas objeções
aos projetos de repressão aos abusos do poder econômico, lançados a partir de
1949, bem como ao projeto de participação dos trabalhadores nos lucros das
empresas. A resistência oferecida pelo empresariado acabaria por impedir a
aprovação desses projetos. Defendeu também, nessa ocasião, a liberdade de
associação entre as empresas e refutou o caráter nocivo dessas uniões.
Eleito
presidente da Federação das Câmaras de Comércio Estrangeiras no Brasil (FCCEB)
quando de sua instalação em fevereiro de 1950, e presidente do CICYP por
ocasião da V Reunião Plenária desse órgão, celebrada em abril desse mesmo ano
na cidade de Santos (SP), recebeu, ainda em 1950, laurea de Honra ao Mérito no
Trabalho e na Produção, em solenidade presidida pelo presidente da República.
Como
presidente do CICYP, iniciou em 1951 uma viagem de dois meses ao Uruguai,
Argentina, Chile, Peru, Panamá, México e EUA, a fim de presidir a reunião da
comissão consultiva desse organismo em Nova Iorque e atuar na qualidade de
membro da delegação brasileira à IV Reunião dos Ministros das Relações
Exteriores das Américas. Nas eleições de 1951 à presidência da ACRJ, apoiou a
candidatura de Antônio França Filho, que acabou derrotado por Carlos Brandão
Martins de Oliveira, este apoiado por Rui Gomes de Almeida.
Embora
se afastasse dos postos de direção das entidades de classe do comércio por
razões de saúde, João Daudt d’Oliveira foi conselheiro do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico (BNDE) de julho de 1952 a dezembro de 1953.
Desempenhou ainda as funções de presidente de honra da Câmara de Comércio
Brasil-Tchecoslováquia, vice-presidente da Comissão de Fomento Interamericano,
presidente da Companhia Real Holandesa de Aviação (KLM), da Companhia
Internacional de Capitalização, da Revista do Comércio — da qual foi fundador
—, e dos conselhos nacionais do Sesc e do Senac. Membro da junta consultiva da
Escola Superior de Guerra, do conselho de curadores da Universidade do Brasil,
da Fundação Graça Aranha e do Instituto Interaliado de Alta Cultura, foi,
ainda, doutor honoris causa da Faculdade de Ciências Econômicas e
Administrativas do Rio de Janeiro.
Faleceu no Rio de Janeiro no dia 2 de outubro de 1965.
Era casado com Estela Daudt d’Oliveira, com quem teve cinco
filhos.
Publicou, além de vários discursos e conferências sobre
assuntos econômicos, Itinerário para Araxá — discursos através do Brasil
(1950).
O
arquivo de João Daudt d’Oliveira encontra-se depositado no Centro de Pesquisa e
Documentação de História Contemporânea do Brasil (Cpdoc) da Fundação Getulio
Vargas.
Sônia Dias
FONTES: BARROS, E.
Associação; BULHÕES, O. Margem; CARONE, E. Estado; CARONE, E. República velha;
CONF. NAC. COMÉRCIO. 20; CONSULT. MAGALHÃES, B.; CURRIC. BIOG.; DAUDT FILHO, J.
Memórias; FICHÁRIO PESQ. M. AMORIM; Grande encic. Delta; HIRSCHOWICZ, E.
Contemporâneos (1949); LEVINE, R. Vargas; MACEDO, R. Efemérides; MORAIS, A.
Minas; SOC. BRAS. EXPANSÃO COMERCIAL. Quem (2).