OLIVEIRA,
Raul Régis de
*diplomata; emb. Bras. Inglaterra 1925-1939.
Raul Régis de Oliveira nasceu
em Paris no dia 10 de outubro de 1874, filho do diplomata Francisco Régis de
Oliveira, adido da embaixada brasileira na França, e de Amélia Régis de
Oliveira. Seu pai foi embaixador na Inglaterra de 1905 a 1913 e, deslocado em
seguida para Portugal, veio a falecer em Lisboa em 1915.
Raul Régis de Oliveira passou os primeiros anos de sua vida
na capital francesa. Mais tarde, ingressou na Faculdade de Direito de São
Paulo, diplomando-se em 1895. Iniciou sua carreira diplomática em janeiro do
ano seguinte como adido da legação brasileira em Roma, onde permaneceu até
1897. Promovido a segundo-secretário, foi lotado em Washington a partir de
abril de 1902 e transferido para Viena, então capital do Império
Austro-Húngaro, um ano mais tarde. Serviu nessa cidade até julho de 1908,
quando foi deslocado novamente para Roma, onde esteve até março do ano
seguinte. Nesse mês, ascendeu à posição de primeiro-secretário.
De outubro de 1910 a abril de 1912, serviu em Lima como
encarregado de negócios. Em março de 1913, foi promovido a ministro-residente e
enviado para Havana, em Cuba, onde permaneceu até janeiro de 1916. Viajou então
para Viena, regressando ao Brasil em maio desse ano.
Em
janeiro de 1918, no governo de Venceslau Brás, foi nomeado pelo chanceler Nilo
Peçanha subsecretário do Ministério das Relações Exteriores, conservando-se no
cargo até abril de 1919, já no governo de Delfim Moreira. No final desse ano,
após breve passagem por Paris, seguiu para Haia, na Holanda, como enviado
extraordinário e ministro plenipotenciário. Promovido a embaixador em julho de
1922, foi então enviado a Genebra, na Suíça, como delegado do Brasil à III
Assembléia da Liga das Nações. De fevereiro a outubro de 1923, esteve à frente
da representação brasileira no México.
Sua missão seguinte foi a chefia da embaixada do Brasil em
Londres, para onde foi designado em abril de 1925. Em fevereiro do ano seguinte
viajou para Genebra a fim de colaborar com o embaixador Afrânio de Melo Franco
no processo de negociações para a admissão do Brasil como membro permanente do
conselho da Liga das Nações. A candidatura brasileira havia sido apresentada
logo após a assinatura, em dezembro de 1925, do Tratado de Locarno, em que as
grandes potências decidiram ampliar aquele conselho a fim de permitir o
ingresso da Alemanha. O governo desse país, no entanto, se opôs à criação da outra
vaga pretendida pelo Brasil, que, em represália, vetou a entrada da Alemanha no
conselho. Em junho de 1926, o Brasil se retirou da Liga das Nações.
Junto com suas atividades diplomáticas, Régis de Oliveira
representou o Instituto Histórico e Geográfico do Brasil em congressos de
ciências históricas realizados em Veneza, na Itália, de 1929 a 1933, sendo
eleito neste último ano vice-presidente da comissão permanente de história
diplomática. Em junho de 1933, representou o Brasil na Conferência Monetária de
Londres, que tentou estabelecer medidas de cooperação entre as nações para a
recuperação da economia mundial, abalada pela crise de 1929. A conferência
terminou em completo fracasso, servindo apenas, segundo escreveu Régis de
Oliveira em relatório, para tornar claras as divergências entre principais
potências do Ocidente.
Encerrou sua missão em Londres em dezembro de 1939, logo após
o início da Segunda Guerra Mundial, aposentando-se do serviço diplomático.
Faleceu no Rio de Janeiro no dia 9 de julho de 1942.
Foi casado com Maria Georgina Araújo de Olinda Régis de
Oliveira, com quem teve uma filha.
Paulo Brandi
FONTES: CONSULT.
MAGALHÃES, B.; Globo (10/7/42); GUIMARÃES, A. Dic.; HILTON, S. Brasil e as
grandes; LEITE, A. História; MIN. REL. EXT. Almanaque (1939); SILVA, R. Notas;
VAMPRÉ, S. Memórias.