FREIRE,
Nunes
*dep. fed. MA 1967-1975; gov. MA 1975-1979.
Osvaldo da Costa Nunes Freire nasceu na cidade de Grajaú (MA) no dia 6 de dezembro de
1911, filho de Feliciano Antônio Freire e de Olindina da Costa Nunes Freire.
Transferindo-se para a cidade de Salvador, ingressou na
Faculdade de Medicina da Bahia, pela qual se formou em 1938.
Retornando
ao Maranhão, com o fim do Estado Novo (1937-1945) e a conseqüente
redemocratização do país, foi nomeado secretário de Saúde do estado em 1946,
durante a interventoria de Saturnino Belo (1946-1947). Filiando-se ao Partido
Social Trabalhista (PST), no pleito de outubro de 1950 elegeu-se deputado
estadual nessa legenda, assumindo sua cadeira na Assembléia Legislativa em
fevereiro de 1951, na qual tornou-se presidente da Comissão de Saúde.
Reelegeu-se em outubro de 1954, dessa vez na legenda do Partido Social
Democrático (PSD). Nas eleições seguintes afastou-se do PSD, partido de maior
expressão política no estado, bem como dos pequenos partidos e facções que o
apoiavam, passando a integrar as Oposições Coligadas, formadas pela União
Democrática Nacional (UDN), o Partido Democrata Cristão (PDC) e o Partido
Republicano (PR). Nessa legenda foi reeleito deputado estadual em outubro de
1958, iniciando novo período legislativo em fevereiro do ano seguinte. No
pleito de outubro de 1962, com apoio da mesma coligação, a essa altura
integrada também pelo Partido Trabalhista Nacional (PTN), foi mais uma vez
eleito e, em fevereiro de 1963, ao iniciar seu novo mandato, tornou-se
presidente da Assembléia. Nesse período também foi primeiro-vice-presidente da
UDN em seu estado.
Com a extinção dos partidos políticos por força do Ato
Institucional nº 2 (27/10/1965), editado pelo governo que se instaurou no país
após a vitória do movimento político-militar de 31 de março de 1964 que depôs o
presidente João Goulart (1961-1964) e o posterior estabelecimento do
bipartidarismo, ingressou no partido governista, a Aliança Renovadora Nacional
(Arena), da qual tornou-se primeiro vice-presidente regional. Licenciou-se de
seu mandato de deputado estadual em 1966 por ter sido novamente nomeado
secretário de Saúde do governo do Maranhão. Tendo exercido esse cargo durante a
administração de José Sarney (1966-1970), foi exonerado do mesmo em virtude de
desentendimentos com o oficial-de-gabinete do governador, o escritor Josué
Montello, reassumindo em seguida sua cadeira no Legislativo estadual.
No
pleito de novembro de 1966 elegeu-se deputado federal na legenda da Arena.
Concluindo seu mandato de deputado estadual em janeiro de 1967, no mês seguinte
assumiu sua cadeira na Câmara dos Deputados. Reeleito em novembro de 1970, foi
membro das comissões de Agricultura e Política Rural e do Polígono das Secas, a
qual representou em viagem realizada em 1974 aos Estados Unidos e ao México, e
suplente das comissões de Saúde e de Valorização Econômica da Amazônia.
Com o encaminhamento, em 1974, da sucessão maranhense,
abriu-se no estado uma crise política representada pela disputa entre as duas
lideranças políticas existentes no interior da Arena, adversárias desde o
período anterior ao estabelecimento do bipartidarismo, quando se achavam em
partidos diferentes: a do então senador José Sarney e a do ex-deputado Vitorino
Freire, líder politico de maior proeminência no período anterior a 1964.
Apoiado por este último, Nunes Freire foi indicado oficialmente pelo governo
federal, em junho de 1974, para o cargo de governador do estado do Maranhão por
ser, entre os candidatos apresentados pela Arena maranhense, o que observava
maior neutralidade em relação às tendências políticas do estado.
Eleito indiretamente para o cargo pela Assembléia Legislativa
do estado em outubro desse ano, permaneceu na Câmara dos Deputados até o fim de
janeiro do ano seguinte, quando se encerraram o seu mandato e a legislatura.
Devido aos problemas de saúde que enfrentava na época, quando teve de se
submeter a uma cirurgia na vista, ficou impossibilitado de assumir a chefia do
Executivo maranhense em 15 de março de 1975. Na oportunidade, o governador que
saía, Pedro Neiva de Santana, transferiu o cargo ao vice-governador José
Duailibi Murad. Nunes Freire só tomou posse no dia 31 desse mês.
Efetivando-se,
a seguir, a ruptura entre o novo governador e a corrente liderada por Sarney, a
crise da Arena local ganhou intensidade a partir da campanha eleitoral
municipal de 1976. Em meio a essa crise política, o governo de Nunes Freire
passou a ser alvo de inúmeras acusações de corrupção provenientes de seus
adversários, de incompetência administrativa e de crime contra a liberdade de
imprensa, expresso pelo boicote a jornais ligados ao grupo político liderado
por Sarney. Diante desse quadro, quase sofreu uma intervenção federal em
janeiro de 1977. No entanto, permaneceu à frente do governo maranhense até 15
de março de 1979, quando foi substituído pelo novo governador João Castelo,
ligado à corrente arenista de José Sarney e que havia sido indicado
oficialmente para o cargo pelo governo federal. A partir de então, Nunes Freire
se afastou das atividades políticas.
Foi ainda presidente do extinto Conselho do Serviço Social
Rural do Maranhão.
Faleceu em São Luís no dia 8 de junho de 1986.
Era casado com Delci de Araújo Nunes Freire, com quem teve
três filhos.
FONTES: CÂM. DEP. Deputados;
CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1967-1971 e 1971-1975); Jornal
do Brasil (11/3 e 1/4/75, 5, 7, 8, 12,18 e 25/1 e 10/9, 8/11 e 24/12/76 e
24/4/78); NÉRI, S. 16; Perfil (1972 e 1975); Veja (3/7/74
e 18/6/86).