ELÍSIO, Otávio
*const.
1987-1988; dep. fed. MG 1987-1991, 1997.
Otávio Elísio Alves de Brito nasceu em Belo Horizonte no dia 27 de janeiro de 1940, filho
do professor Reinaldo Otávio Alves de Brito e de Elisa Machado Alves de Brito.
Em
1957 concluiu o curso técnico em metalurgia na Escola Técnica de Mineração e
Metalurgia de Ouro Preto (MG), ingressando no ano seguinte no curso de
engenharia de minas e metalurgia da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP),
que foi encerrado em 1962.
Deu início à sua carreira em 1963, contratado pelo Instituto
de Tecnologia Industrial do Estado de Minas Gerais. Engenheiro da Companhia de
Ferro de Belo Horizonte (Ferrobel), tornou-se superintendente-geral da empresa
em 1964, cargo que exerceu até o ano seguinte. Ainda em 1965 tornou-se diretor
da Companhia Brasileira de Geologia e, em 1966, engenheiro-chefe do setor de
pesquisa da Minas Cerâmica S.A., exercendo este cargo até 1969.
Neste
ano especializou-se em engenharia econômica pela Universidade Católica de Minas
Gerais e, no ano seguinte, tornou-se funcionário do Instituto de
Desenvolvimento Industrial, no qual permaneceria por três anos. Em 1971 iniciou
o curso de análise e administração de projetos, marketing e análise de
risco em Cambridge, nos Estados Unidos, que concluiu no ano seguinte. Ainda em
1972 trabalhou para o Banco Mundial (BIRD) nos Estados Unidos fazendo análise e
avaliação de projetos industriais, com visitas a indústrias no Japão.
Em 1973 tornou-se presidente da empresa Metais de Minas
Gerais S.A. (Metamig), cargo que exerceria até 1976. Em 1975 fez o curso
internacional de economia mineral na Universidade de Colorado, nos Estados
Unidos, e, dois anos depois, na Escola de Minas, em Paris. Em 1977 tornou-se professor de economia e legislação mineral da Universidade Federal
de Minas Gerais (UFMG) e assumiu o cargo de secretário-adjunto de Ciência e
Tecnologia do Estado de Minas Gerais na gestão do governador Aureliano Chaves
(1975-1979), permanecendo nesta função até 1979. Nesse ano, tornou-se
secretário executivo da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa da UFMG e
consultor do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq), permanecendo nos dois cargos até o ano seguinte.
Foi
secretário de Educação de Minas Gerais de 1983 a 1986, nas gestões dos governadores Tancredo Neves (1983-1984) e Hélio Garcia (1984-1987). Em
novembro desse ano candidatou-se a uma cadeira na Assembléia Nacional
Constituinte, na legenda do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).
Eleito, assumiu seu mandato em fevereiro do ano seguinte, participando dos
trabalhos da Constituinte como membro titular da Subcomissão da Educação,
Cultura e Esportes, da Comissão da Família, da Educação, Cultura e Esportes, da
Ciência e Tecnologia e da Comunicação, e suplente da Comissão de Sistematização.
Nas votações mais importantes da Constituinte, foi a favor da
limitação do direito de propriedade privada, do mandado de segurança coletivo,
da jornada semanal de 40 horas, do turno ininterrupto de seis horas, do aviso
prévio proporcional, da unicidade sindical, da soberania popular, do voto aos
16 anos, da nacionalização do subsolo, da estatização do sistema financeiro, do
limite de 12% ao ano para os juros reais, da limitação dos encargos para a
dívida externa, da criação de um fundo de apoio à reforma agrária, da anistia
aos micro e pequenos empresários e da desapropriação da propriedade produtiva;
e contra a pena de morte, o presidencialismo, a legalização do jogo do bicho e
o mandato de cinco anos para o presidente José Sarney.
Em 1989 ingressou no Partido da Social Democracia Brasileira
(PSDB), fundado em junho do ano anterior. Ainda em 1989 tornou-se
primeiro-vice-presidente da executiva nacional da agremiação, cargo que
ocuparia até 1991. Concorreu e foi eleito primeiro suplente de deputado federal
em outubro de 1990. Deixou a Câmara ao final da legislatura, em janeiro de
1991.
Ainda este ano assumiu o cargo de secretário de Ciência e
Tecnologia e Meio Ambiente de Minas Gerais na segunda gestão de Hélio Garcia
(1991-1995), exercendo a função até 1994. Candidatou-se novamente a uma cadeira
na Câmara dos Deputados em 1994, obtendo apenas uma suplência.
Em
1995 tornou-se diretor do Banco de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais,
permanecendo no cargo até 1997. Em 25 de fevereiro deste ano assumiu uma
cadeira na Câmara dos Deputados, substituindo Carlos Mosconi. Nas votações de
que participou, declarou-se favorável à emenda constitucional que permitiu a
reeleição do presidente da República, dos governadores e dos prefeitos e da
emenda que pôs fim à estabilidade dos servidores públicos. Exerceu o mandato
até 1º de janeiro de 1998, quando Maurício Campos retornou à Câmara.
Em
2004 passou a presidir o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico
de Minas Gerais (IEPHA) em substituição a arquiteta e professora Vanessa Borges
Brasileira. Depois, tornou-se subsecretário da Secretaria de Estado de Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior.
No
ano de 2009 foi escolhido para compor a diretoria colegiada da Agência
Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do
Estado de Minas Gerais.
Foi
membro de várias associações representativas de classe e de conselhos nacionais
e estaduais nas áreas de ciência e tecnologia, presidente da Confederação
Brasileira de Fotografia e Cinema e do Fotoclube de Minas Gerais.
Casou-se com Vera Lúcia Ferreira Alves de Brito, com quem
teve três filhos.
Além do prefácio do livro A Cia. Vale do Rio Doce
(1980), de Dermeval José Pimenta, foi autor de vários trabalhos científicos em
revistas e jornais.
Marcelo Costa/Rogério Alves de Barros/Sabrina Guerghe
FONTES: ASSEMB. LEGISL.
MG. Dicionário biográfico; ASSEMB. NAC. CONST. Repertório
(1987-1988); CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertórios (1991-1995,
1995-1999); COELHO, J. & OLIVEIRA, A. Nova.; Folha de S.
Paulo (5/2/98); Portal da Agência Minas (22/3/04); Portal da ALMG (10/8 e
1/9/09).