PAIVA, ORLANDO MARQUES DE
PAIVA,
Orlando Marques de
*reitor USP 1973-1977.
Orlando Marques de Paiva
nasceu na cidade de São Paulo em 1915, filho de portugueses da região de Beira
Alta.
Iniciou os estudos em um ginásio estadual no parque Pedro II,
diplomando-se pela Faculdade de Medicina, Veterinária e Zootecnia da
Universidade de São Paulo (USP) em 1937. Assistente da cadeira de anatomia
descritiva e topográfica dos animais domésticos, tornou-se professor-assistente
em 1938, conquistando a cátedra de anatomia através de concurso realizado em
1957. Nomeado vice-diretor da Faculdade de Medicina Veterinária da USP em 1959,
obteve no ano seguinte uma bolsa do Ministério das Relações Exteriores para
estudar sua especialidade na Itália.
Classificou-se
em primeiro lugar no concurso para a cátedra de anatomia da Universidade Rural
do Rio de Janeiro e, em 1965, tornou-se diretor da Faculdade de Medicina
Veterinária da USP. Participou em 1969 da lista tríplice de candidatos à
reitoria dessa universidade, elegendo-se vice-reitor enquanto Miguel Reale se
tornava reitor. Nomeado membro da Comissão de Serviço Social da USP e do Fundo
de Pesquisa Pasteur, foi secretário da Sociedade Paulista de Medicina
Veterinária e vice-presidente do Conselho de Medicina Veterinária.
Em novembro de 1973, foi nomeado pelo governador paulista
Laudo Natel reitor da USP em substituição a Miguel Reale, cujos planos de
trabalho declarou-se empenhado em prosseguir. Durante sua gestão, foi convocado, em 1977, para prestar depoimento perante a
Comissão Especial de Inquérito da Assembléia Legislativa constituída com o
objetivo de apurar as denúncias de irregularidades ocorridas na USP. As
principais acusações formuladas pelos deputados referiam-se à deficiência da
Coordenação de Serviços e Assistência Social (Coseas) no atendimento aos
alunos, à situação salarial dos professores, à paralisação — por cerca de 13
anos — das obras do centro residencial da universidade, à queda na qualidade de
ensino, às irregularidades no convênio firmado entre a USP e a Faculdade
Ibero-Americana de Letras e Ciências Humanas e à perda da autonomia universitária.
Acusado
de proceder a uma “triagem ideológica” na escolha dos docentes da USP, Orlando
Marques de Paiva considerou de sua legítima atribuição e direito escolher os
docentes de sua universidade, assumindo inteira responsabilidade pela retenção
e arquivamento dos processos de contratação de diversos professores. Em outubro
de 1977, terminou o inquérito sobre a USP, negando-se o reitor a reconhecer a
existência de crise na universidade. No mês seguinte, fez chegar às mãos do
procurador-geral da República, Henrique Fonseca de Araújo, a representação do
conselho universitário da USP contra a lei que tornou obrigatória a elaboração
de listas sêxtuplas para a escolha do reitor em todas as universidades oficiais
do país, argumentando que, “numa lista ampla, a universidade [abdicaria]
totalmente do seu direito de escolha”. Em novembro do mesmo ano, encerrou sua
gestão, assumindo a reitoria da USP o vice-reitor Josué Camargo.
Faleceu em São Paulo no dia 22 de junho de 1989.
Publicou diversas obras em sua especialidade.
FONTES:
Autoridades brasileiras; Estado de S. Paulo (5/11/77);
Jornal da Tarde (1/11/73 e 28/10/77); Jornal do Brasil (17/5/77); Perfil
(1975); SÃO PAULO. Quem; Veja (28/6/89).