MANDARINO,
Paulo
*dep.
fed. GO 1991-1995.
Paulo
Rubens Mandarino nasceu em Niterói (RJ), no dia 10 de julho
de 1937, filho de Pedro Mandarino e de Cacilda Sobral Mandarino.
Estudou economia e história, exercendo as profissões de
bancário, economista, técnico em administração e professor universitário.
Em junho de 1962 iniciou carreira no Banco do Brasil, onde
desempenhou diversas funções de chefia e de assessoramento, inclusive do
ministro da Fazenda, Ernâni Galveias, com o qual viajou ao Canadá e à Colômbia
em missão oficial (1979-1980). Subchefe de gabinete do vice-presidente da
República, Aureliano Chaves (1980-1985), foi assessor especial do presidente da
República, José Sarney (1986-1987).
Vice-presidente de Operações do Banco do Brasil (1987),
viajou ao Iraque (1988); presidente da Caixa Econômica Federal em Brasília
(1970-1989), realizou uma série de missões no exterior, passando pela
Guatemala, Argentina, Estados Unidos, Hungria e Cuba.
Em outubro de 1990 elegeu-se deputado federal pela legenda do
Partido Democrata Cristão (PDC). Vice-líder do partido, titular da Comissão de
Finanças e Tributação, e suplente da Comissão de Economia, Indústria e
Comércio, participou da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a reforma
administrativa e o fechamento de agências e postos de serviços do Banco do
Brasil.
Na
sessão da Câmara dos Deputados de 29 de setembro de 1992 votou a favor da
abertura do processo de impeachment do presidente Fernando Collor de
Melo, acusado de crime de responsabilidade por ligações com um esquema de
corrupção liderado pelo ex-tesoureiro de sua campanha presidencial Paulo César
Farias. Afastado da presidência logo após a votação na Câmara, Collor renunciou
ao mandato em 29 de dezembro de 1992, pouco antes da conclusão do processo pelo
Senado Federal, sendo efetivado na presidência da República o vice Itamar
Franco, que já vinha exercendo o cargo interinamente desde o dia 2 de outubro.
Em
maio de 1993 Paulo Mandarino filiou-se ao Partido Progressista Reformador
(PPR), originário da união do PDC com o Partido Democrático Social (PDS).
Durante a legislatura votou a favor da criação do Imposto Provisório sobre
Movimentação Financeira (IPMF), opondo-se ao fim do voto obrigatório e à
criação do Fundo Social de Emergência (FSE), que permitia ao governo gastar até
20% dos recursos vinculados às áreas de saúde e de educação.
No início de 1994 apresentou denúncia à Corregedoria Geral
negando ter votado a favor do projeto que perdoava as dívidas dos produtores
rurais, devolvendo-lhes toda a correção paga desde 1979, conforme indicado pelo
painel eletrônico, pois não se encontrava no plenário durante a votação. Apesar
de participar da chamada “bancada ruralista”, principal interessada na
aprovação da proposta, opunha-se à anistia por considerá-la inviável, uma vez
que sua aprovação pelo Senado acarretaria um prejuízo para o Banco do Brasil no
montante de 97 bilhões de dólares. Em julho, no entanto, o Tribunal de Contas
da União condenou-o juntamente com outros 13 ex-dirigentes da CEF a pagarem multa
por diversas irregularidades ocorridas em 1989. O ministro Fernando Gonçalves
explicou que todos fariam parte da lista de condenados a ser remetida ao
Tribunal Superior Eleitoral.
Em dezembro, defendendo a redução dos juros proposta pelo
economista Dércio Munhoz e pelo presidente do Banco do Brasil, Alcir Calliari,
com os quais havia feito carreira, Mandarino criticou a política governamental
e seus executores, os ministros Gustavo Krause e Paulo Haddad.
Sem
concorrer à reeleição, Paulo Mandarino deixou a Câmara dos Deputados ao término
da legislatura, em janeiro de 1995. Afastado da carreira política, voltou a
residir em Niterói e passou a se dedicar a negócios particulares.
Em 2002, quando um escândalo de corrupção envolvendo Roseana
Sarney e seu marido Jorge Murad, sócios da empresa Lunus Participações,
inviabilizou a candidatura da então governadora do Maranhão à Presidência da
República, pelo Partido da Frente Liberal (PFL), o nome de Paulo Mandarino
apareceu em uma lista de supostos atos de favorecimento da filha do senador
José Sarney, mas não como favorecido, uma vez que perdeu a presidência da Caixa
Econômica Federal para Flávio Jussiani Ramos, um dos assessores de Roseana
Sarney.
Casado com Inês Cristina Marçal Romeiro Bichara, teve quatro
filhas. Divorciaram-se e nos últimos anos o ex-deputado federal travou uma
batalha judicial em torno da partilha de seus bens com a ex-esposa. Amplamente
divulgado pela imprensa, o patrimônio de Mandarino que, segundo a revista ISTOÉ,
monta a 18.500.000 reais, inclui cinco fazendas, cinco casas, cionco
apartamentos, 1 milhão e trezentas mil cabeças de gado e outros bens de menor
valor, deve ser dividido com Inês Cristina Bichara. O Tribunal de Justiça de
Brasília foi encarregado do julgamento do processo.
FONTES:
CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1991-1995); Estado de S.
Paulo (14/7/94); Folha de S. Paulo (8/2, 18/9 e 16/12/94); Revista
Caros Amigos (4/3/2002); Revista ISTOÉ (5/12/2008 e 9/4/2009); Diário
da Manhã (14/4/2009).