PAZ, Alberto Ribeiro
*militar; rev.
1922; ch. Depto. Ger. Serv. Ex. 1966-1968.
Alberto Ribeiro Paz nasceu em São José da Boa Vista (PR) no dia 16 de novembro de 1903, filho de João Paz Raimundo Filho e
de Tarcila Antunes Ribeiro Paz.
Sentou praça em março de 1922 na Escola Militar do Realengo,
no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, participando aí da revolta ocorrida
em julho desse ano como protesto contra a eleição de Artur Bernardes para a
presidência da República e as punições impostas pelo governo de Epitácio Pessoa
(1919-1922) aos militares, como o fechamento do Clube Militar e a prisão do
marechal Hermes da Fonseca. Esse movimento, que iniciou o ciclo de revoltas
tenentistas da década de 1920, foi debelado no mesmo dia, e Alberto Ribeiro Paz
foi preso e desligado do Exército.
De volta ao Paraná, iniciou o curso de engenharia civil em
Curitiba, na Escola de Engenharia do Paraná, concluindo-o na Escola
Politécnica, no Rio de Janeiro, em 1929. Depois de formado, trabalhou na
Estrada de Ferro Central do Brasil.
Anistiado
pela Revolução de 1930, foi promovido a primeiro-tenente comissionado em
novembro desse ano, passando a servir, como adido, no 1º Batalhão de
Engenharia. Em fevereiro de 1931 ingressou na Escola de Engenharia Militar,
sendo designado, durante seu curso, chefe do Serviço de Transportes da 1ª
Divisão de Infantaria (1ª DI), sediada no Rio de Janeiro.
Concluindo
o curso de engenharia militar em março de 1933, recebeu a patente de
primeiro-tenente, indo servir no 5º Batalhão de Engenharia como comandante da
2ª Companhia dessa unidade. Promovido a capitão em junho desse mesmo
ano, passou a servir em setembro seguinte como comandante e fiscal
administrativo da 3ª Companhia de Preparadores de Terreno da Diretoria de
Aviação Militar, exercendo ainda nesse período, a presidência do conselho
administrativo dessa companhia.
Retornando em julho de 1934 ao 5º Batalhão de Engenharia,
exerceu aí as funções de fiscal administrativo, comandante da 4ª Companhia e do
destacamento de Joinville (SC) e, finalmente, do batalhão. Entre 1935 e 1936,
serviu na Diretoria do Serviço de Engenharia do Departamento Geral de
Administração do Exército, no Rio de Janeiro, tendo feito, nesse período, de
março a novembro de 1936, o curso da Escola de Armas. Em julho de 1937 foi
transferido para o quartel-general da 1ª DI, na mesma cidade, tornando-se
nessa unidade chefe da 2ª Seção da Comissão de Melhoramentos, onde permaneceu
até fevereiro do ano seguinte. De 1938 a 1940 foi instrutor-adjunto do curso de engenharia da Escola de Armas.
Promovido a major em março de 1940, fez o curso da Escola de
Estado-Maior do Exército, que concluiu em 1942. Passou em seguida a servir no
quartel-general da 6ª Região Militar (6ª RM), em Salvador, de dezembro desse
ano até fevereiro de 1944. Nessa unidade, exerceu diversas chefias, além de
ocupar interinamente o comando do estado-maior regional. Retornou em 1944 à
Escola de Estado-Maior como instrutor, recebendo em junho desse ano a patente
de tenente-coronel. Foi, em seguida, posto à disposição da interventoria
federal na Bahia, onde exerceu de janeiro a novembro de 1945 o cargo de
secretário de Segurança Pública do governo do general Renato Onofre Pinto
Aleixo (1942-1945).
Voltando
em novembro de 1945 ao quartel-general da 6ª RM, passou a servir como
instrutor-chefe do curso de engenharia em fevereiro do ano seguinte,
tornando-se depois subdiretor de ensino. A partir de 1947, assumiu o comando da
Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO). Durante esse ano e o seguinte,
ocupou por curtos períodos a subdiretoria de ensino da EsAO e, ainda em 1947,
visitou os Estados Unidos para conhecer escolas e estabelecimentos militares.
Voltando ao Brasil, atuou em 1948 como chefe da 2ª e 3ª seções do Estado-Maior
do Exército (EME) e, a partir do ano seguinte, tornou-se instrutor-chefe do
curso de engenharia da Escola de Estado-Maior, na qual chegou a diretor de
ensino em 1950.
Promovido
a coronel em dezembro desse ano, voltou a servir no EME até 1952, quando
assumiu, interinamente, a chefia desse órgão e passou a subcomandante do Centro
de Aperfeiçoamento de Engenharia Rodoviária. Em abril de 1953 ingressou na
Escola Superior de Guerra (ESG), onde se tornou adjunto da Divisão de Assuntos
Internacionais e, no mês de setembro, assistente do Exército. Em março do ano
seguinte assumiu a chefia das divisões de Assuntos Internacionais e de Assuntos
Psicossociais.
Em 1955 serviu no comando do 3º Batalhão Rodoviário e,
interinamente, no comando da 3ª RM, com sede em Porto Alegre, retornando ao EME em 1957. Em dezembro do ano seguinte tornou-se
general-de-brigada.
De abril de 1958 a março do ano seguinte atuou como membro do
Conselho Rodoviário Nacional, passando em 1959 a exercer o cargo de diretor de Material de Comunicações e de Vias de Transporte do Exército,
que deixou em 1960 para assumir o comando da 3ª Divisão de Cavalaria, em Porto Alegre. Deixando essa função no ano seguinte, passou à chefia do estado-maior do
II Exército, em São Paulo, aí permanecendo até 1962. Nesse ano foi ainda chefe
e agente-diretor do gabinete do ministro do Exército, Nélson de Melo, adido à
secretaria do mesmo ministério, comandante da 7ª DI e da 7ª RM, ambas com sede
em Recife, tendo exercido interinamente o comando do IV Exército.
Em novembro de 1963 foi promovido a
general-de-divisão, passando a exercer a chefia do Departamento de Estudos da
ESG até junho de 1964, quando passou a chefiar o Conselho de Economia e
Finanças do Exército, que deixou em novembro de 1966. Nesse ano recebeu a
patente de general-de-exército, sendo nomeado chefe do Departamento Geral de
Serviços do Exército. Alberto Ribeiro Paz foi o único oficial anistiado em 1930
que, na ativa, atingiu a patente de general-de-exército. Exerceu essa chefia de
dezembro desse ano até março de 1968, quando passou para a reserva. Após o
término de sua vida militar, trabalhou no Banco Nacional da Habitação (BNH) de 1968 a 1979.
Na
década de 1980, desenvolveu diversas atividades, entre as quais a presidência
da Associação dos Servidores Aposentados do BNH, tendo ainda integrado a
direção da Previmil, entidade de previdência privada constituída por militares
da reserva. Interrompeu suas atividades por motivo de doença, em 1988.
Foi casado com Nize Mauri Paz, já falecida, com quem teve
três filhos.
FONTES: ARQ. MIN. EXÉRC.;
CORRESP. SECRET. GER. EXÉRC.; FRAGOSO, A. Escola; Grande encic. Delta;
INF. Maria Magdala Mauri Paz; MELO, A. Cartilha; MONTEIRO, F.
Discurso; MOVIMENTO DE 5.