PRIETO, CÉSAR
PRIETO, César
*dep. fed. RS
1955-1966.
César Prieto nasceu em São Borja (RS) no dia 17 de junho de 1916, filho do engenheiro Esequiel Prieto e de Rosa
Prieto, descendente de imigrantes espanhóis.
Concluiu
o curso de perito-contador no Instituto Ginasial de Passo Fundo, em seu estado,
em 1933. No ano seguinte ingressou como escriturário do funcionalismo federal
no Ministério da Viação. Em 1937 formou-se em economia pela Faculdade de
Ciências Políticas e Econômicas do Rio de Janeiro, na capital federal.
Ingressou
por concurso no Ministério da Fazenda, como contador de imposto de renda no
Distrito Federal, em 1940. Trabalhou como chefe do Serviço de Controle de
Estatística do Imposto de Renda no período de 1942 a 1947. Desse último ano até 1949 participou da comissão de reforma do órgão dos arrecadadores
federais, bem como da comissão de estudos da situação econômica e financeira
das empresas de navegação aérea comercial. Integrou também as comissões de
fiscalização tributária e de estudos da Caixa Econômica Federal.
De 1949 a 1950 foi diretor da Recebedoria do Tesouro Nacional
e no ano seguinte tornou-se diretor-geral da Divisão de Imposto de Renda. Em
agosto de 1953 foi escolhido presidente do Conselho Técnico Regional dos
Economistas Profissionais, 1ª Região, onde permaneceria por seis anos
consecutivos.
Em outubro de 1954 elegeu-se deputado federal por seu estado
na legenda do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Assumindo sua cadeira em
fevereiro de 1955, foi designado para integrar a Comissão de Finanças da
Câmara, que presidiu durante vários anos. Reeleito em outubro de 1958, em
setembro de 1961, após a renúncia do presidente Jânio Quadros (25/8/1961),
votou contra a Emenda Constitucional nº 4, que instituiu o regime
parlamentarista como medida conciliatória para propiciar a posse do
vice-presidente João Goulart, cujo nome era vetado pelos ministros militares.
Foi ainda a favor do reatamento, efetivado em novembro seguinte, das relações
comerciais e diplomáticas com a União Soviética, rompidas desde 1947.
Em outubro de 1962 foi mais uma vez eleito deputado federal
por seu estado. Após o movimento político-militar de 31 de março de 1964, que
derrubou o presidente João Goulart (1961-1964) tornou-se vice-líder do bloco
parlamentar da minoria a partir de outubro de 1965, fazendo oposição
especialmente à política financeira do ministro da Fazenda, Roberto Campos.
Após a edição do Ato Institucional nº 2 (27/10/1965), que extinguiu os partidos
políticos existentes, e a posterior implantação do bipartidarismo, filiou-se ao
partido oposicionista, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Tornou-se
vice-líder do MDB na Câmara em março de 1966. De acordo com o Jornal do
Brasil (13/10/1966), César Prieto foi favorável à intervenção estatal e à
planificação econômica e ao monopólio estatal sobre os ramos básicos da
economia. Defendeu uma reforma agrária cooperativista, com a desapropriação dos
latifúndios improdutivos, indenizando-se os proprietários com títulos de dívida
pública, e uma reforma eleitoral, com cédula única em todas as eleições a
concessão do direito de voto para os analfabetos. Em outubro de 1966, contudo,
teve seu mandato cassado por força da aplicação do AI-2.
Filiou-se aos sindicatos dos Contabilistas, dos Economistas,
dos Jornalistas e dos Funcionários Civis.
Casou-se com Maria José Machado Prieto, com quem teve três
filhos.
Publicou Radiografia das multinacionais e escreveu
diversos trabalhos, relatórios e estudos econômicos e financeiros, relacionados
com as funções públicas que exerceu.
FONTES: ARQ. DEP. PESQ.
JORNAL DO BRASIL; CÂM. DEP. Deputados; CÂM. DEP. Deputados
brasileiros. Repertório (1946-1967 e 1963-1967); CÂM. DEP. Relação
nominal dos senhores; Correio do Povo (8/12/65); Jornal do Brasil
(13/10/66); TRIB. SUP. ELEIT. Dados (3, 4 e 6); Who’s who in Brazilian.