PARENTE,
Raimundo
*dep. fed. AM 1967-1979; sen. AM
1979-1987.
Raimundo Gomes de Araújo Parente nasceu em Manaus no dia 4 de novembro de 1930, filho de
Francisco Chagas Gomes de Araújo e de Alzira Parente de Araújo.
Bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade
de Direito do Amazonas. Foi em seguida promotor de justiça, chefe de polícia e
delegado do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS).
Ingressou na política filiando-se à Aliança Renovadora
Nacional (Arena), partido de apoio ao regime militar instaurado no país em
abril de 1964, e foi eleito deputado federal pelo Amazonas no pleito de
novembro de 1966. Assumiu sua cadeira em fevereiro do ano seguinte e passou a
integrar, como titular, a Comissão de Legislação Social, da qual foi
vice-presidente.
Concorreu
à reeleição em novembro de 1970, ficando como primeiro suplente de deputado
federal por seu estado na legenda arenista. Concluiu seu mandato na Câmara dos
Deputados em janeiro de 1971, ao final da legislatura. Em junho voltou a ocupar
uma cadeira de deputado, inicialmente por breve período, em substituição a
Rafael Faraco, sendo efetivado em novembro desse mesmo ano, quando Faraco
perdeu o mandato por decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Amazonas.
Nessa legislatura, foi membro efetivo e vice-presidente da Comissão de
Legislação Social.
Em 1974 foi designado pelo presidente da República, general
Ernesto Geisel (1974-1979), para participar como observador parlamentar da 59ª
Sessão da Conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em
Genebra, na Suíça. No mesmo ano teve seu nome cotado para o cargo de governador
do Amazonas, mas não foi indicado. Concorreu então à Câmara dos Deputados nas
eleições de novembro, tendo sido o candidato mais votado da Arena em seu
estado. Iniciando novo período legislativo em fevereiro de 1975, tornou-se
presidente da Comissão de Legislação Social e suplente da Comissão de
Constituição e Justiça da Câmara.
Presidente
do diretório regional do partido no Amazonas, em 1978 tentou novamente a
indicação do seu nome ao governo do estado. Preterido outra vez em favor de
José Lindoso, foi escolhido para ocupar uma vaga de senador indireto, que ficou
conhecido como “biônico”, sendo eleito em setembro de 1978 pela Assembléia
Legislativa amazonense. Concluiu seu terceiro mandato na Câmara em janeiro de
1979 e no mês seguinte assumiu uma cadeira no Senado, tornando-se membro
efetivo das comissões de Constituição e Justiça, Assuntos Regionais, Finanças,
Serviço Público, Municípios e de Legislação Social, da qual foi presidente.
Com
a extinção do bipartidarismo em novembro de 1979 e a conseqüente reformulação
partidária, filiou-se no ano seguinte ao Partido Democrático Social (PDS) —
sucessor da Arena no apoio ao governo —, tornando-se presidente de sua comissão
diretora regional e, posteriormente, do diretório regional no estado. Em
fevereiro de 1983, passou a integrar a nova mesa diretora do Senado como
quarto-secretário, função que exerceria por dois anos.
No
início dessa legislatura, o deputado mato-grossense Dante de Oliveira, do
Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), apresentou na Câmara um
projeto de emenda constitucional restabelecendo as eleições diretas para a
presidência da República no ano seguinte. Encampado pelos partidos de oposição,
esse projeto proporcionou o desencadeamento de uma campanha nacional nesse
sentido, que ficou conhecida como campanha das diretas. A emenda Dante de
Oliveira foi, entretanto, derrotada na sessão da Câmara de 25 de abril de 1984,
por falta de 22 votos, inviabilizando-se sua apreciação pelo Senado.
Com esse resultado, ficou definido que o sucessor do
presidente João Figueiredo (1979-1985) seria eleito por via indireta. A falta
de consenso na escolha do candidato oficial à presidência provocou uma cisão no
partido do governo, e os dissidentes formaram a Frente Liberal. Para resolver o
impasse, o PDS realizou sua convenção em agosto, e os deputados Paulo Maluf
(SP) e Flávio Marcílio (CE) foram escolhidos candidatos, respectivamente, à
presidência e à vice-presidência da República, derrotando o então ministro do
Interior Mário Andreazza e o governador de Alagoas Divaldo Suruagy.
Para
disputar com a situação, os partidos de oposição — com exceção do Partido dos
Trabalhadores (PT) —, liderados pelo PMDB, e a Frente Liberal, reunidos na
Aliança Democrática, lançaram como candidatos a presidente e vice-presidente,
respectivamente, o ex-governador de Minas Gerais Tancredo Neves e o senador
pelo Maranhão José Sarney. Na reunião do Colégio Eleitoral, em 15 de janeiro de
1985, o senador Raimundo Parente votou em Paulo Maluf, que foi derrotado pelo candidato oposicionista Tancredo Neves. Contudo, o
presidente eleito adoeceu às vésperas da posse, assumindo interinamente a
presidência, em 15 de março, o vice José Sarney, que acabou sendo efetivado no
cargo em abril, após a morte de Tancredo.
Em novembro de 1986, Parente concorreu a novo período no
Senado na legenda da coligação Muda Amazonas, mas não conseguiu se eleger.
Permaneceu na Câmara Alta até o fim de janeiro de 1987, quando se encerraram o
seu mandato e a legislatura. Transferindo-se para o Partido da Social
Democracia Brasileira (PSDB), em outubro de 1990 concorreu a uma cadeira na
Câmara dos Deputados, mas não conseguiu se eleger.
Foi
ainda, no Amazonas, redator do Jornal do Comércio local, chefe de gabinete do
governador, diretor de orçamento e organização do Departamento de
Administração, diretor administrativo do Departamento de Estradas de Rodagem
(DER) e chefe de administração do Departamento de Assistência e Previdência
Social. Foi também conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),
jornalista e professor.
Faleceu em Manaus no dia 4 de maio de 1991.
Era casado com Maria Luísa Antony Parente, com quem teve um
filho.
FONTES: CÂM. DEP. Deputados;
CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório (1967-1971 e 1975-1979); Globo
(16/1/1985); Jornal do Brasil (1/9/78); NÉRI, S. 16; Perfil
(1972 e 1980); SENADO. Senadores (1983-1987); TRIB. SUP. ELEIT. Dados
(8 e 9); Veja (31/5/78).