RAMOS, TEODORO AUGUSTO
RAMOS,
Teodoro Augusto
*pref. São Paulo 1932-1933.
Teodoro Augusto Ramos nasceu
na cidade de São Paulo no dia 26 de junho de 1895.
Cursou o secundário no Ginásio Anglo-Brasileiro, ingressando
posteriormente no curso de engenharia civil da Escola Politécnica do Rio de
Janeiro, onde colaborou na revista Didática. Formando-se em 1918, voltou a sua
cidade natal e tornou-se professor substituto da 1ª Seção da Escola Politécnica
de São Paulo, que incluía matemática elementar, geometria analítica e cálculo
infinitesimal. Efetivado por concurso em 1922, nesse mesmo ano dirigiu a seção
de águas e fontes luminosas do Parque Ipiranga.
Membro
do Conselho Nacional de Educação, depois da Revolução de 1930 foi secretário
estadual de Educação e Saúde Pública durante o governo do tenente João Alberto
Lins de Barros, interventor federal em São Paulo de novembro de 1930 a julho de
1931. Em 1932, assumiu as cadeiras de mecânica racional e cálculo vetorial da
Escola Politécnica, as quais iria reger durante toda sua vida. Depois da
derrota da Revolução Constitucionalista, quando era interventor o general
Valdomiro Lima (1932-1933), foi nomeado em dezembro de 1932 prefeito municipal
de São Paulo. Ao findar o primeiro trimestre de 1933, em carta a Valdomiro Lima
comunicou sua demissão do cargo por divergir da política de gastos e obras
públicas do governo. Nessa carta denunciou a situação deficitária da
administração pública, aconselhando a suspensão de “todas as obras públicas
adiáveis” e a abolição integral “do início de obras, salvo as de urgente
necessidade para São Paulo”. Segundo o mesmo documento, havia aceito o cargo em
1932 com o objetivo de “contribuir para o reerguimento econômico e financeiro
de São Paulo” e “para a pacificação dos espíritos então muito exaltados, em
virtude das últimas convulsões revolucionárias”. Afirmou ainda que sua
administração se caracterizou por “rigorosa moralidade na arrecadação da
receita e aplicação da despesa”, pela defesa do funcionalismo, dos interesses
da prefeitura e da coletividade, por uma regulamentação dos serviços públicos e
ainda pela preocupação de só realizar as obras de necessidade urgente para São
Paulo. Passou o cargo ao diretor de Obras e Viação, Artur Sabóia.
Em 1934, quando foi criada a Universidade de São Paulo (USP),
foi incumbido por Armando Sales, interventor no estado de 1933 a 1935, de
escolher os catedráticos estrangeiros a serem contratados para a nova Faculdade
de Filosofia, Ciências e Letras. Viajou à Europa com esse fim e no mesmo ano
transferiu sua residência para o Rio de Janeiro, onde exerceu, por algum tempo,
o cargo de diretor do Departamento Nacional de Ensino. Em 1936 regeu as
cadeiras de vetores e geometria analítica, geometria projetiva e nomografia na
Escola Politécnica de São Paulo.
Foi
ainda engenheiro-chefe da Comissão de Saneamento da capital de São Paulo e
chefe da Comissão de Obras Novas, dirigindo a parte final da construção da
adutora de Rio Claro (SP).
Representou o Brasil no I Congresso de Estradas de Rodagem de
Washington.
Faleceu no Rio de Janeiro no dia 5 de dezembro de 1937.
Foi casado com Luísa Galvão, com quem teve três filhos.
Publicou A teoria da relatividade e os raios espectrais do
hidrogênio (1923), Leçons sur le calcule vectoriel (Paris, 1930), Introdução à
mecânica dos quanta (conferências, 1931-1932), Estudos; ensino, ciências
físicas e matemática (1933), Representação aproximada de uma integral
hiperelítica (1933).
FONTES: ARAÚJO, A.
Chefes; ARQ. OSVALDO ARANHA; Encic. Mirador; LEITE, A. História; MELO, L. Dic.;
Personalidades.