Randolph Frederich Rodrigues
Alves nasceu na cidade de Garanhuns, em
6 de novembro de 1972,
filho do urbanitário e sindicalista do PT Januário Martins e da professora
Lusmar Rodrigues Peixoto Alves. Aos oito anos de idade, mudou-se com a família
para o Amapá.
Formou-se em História pela
Universidade Federal do Amapá e em Direito pela faculdade SEAMA. Viria também a
tornar-se mestre em Políticas Públicas, pela Universidade Estadual do Ceará,
além de ter militado pelo movimento estudantil, através da qual iniciou sua
trajetória política. Profissionalmente, exercia também a função de professor na
SEAMA, onde lecionou a disciplina de direito constitucional, além de ter sido
professor substituto no departamento de História da Universidade Federal do
Amapá.
Filiado ao Partido dos Trabalhadores,
em 1998 elegeu-se deputado estadual pelo Amapá, cargo para o qual foi reeleito em
2002. Quando da entrada em disputas eleitorais, retirou o “ph” do nome e adotou o nome
Randolfe. Em 2005, saiu do PT junto aos dissidentes do partido, tendo migrado
para o então recém-fundado Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).
Pelo novo partido, em 2006 tentou
eleger-se deputado estadual, mas não obteve sucesso. Dois anos depois, no
âmbito das eleições municipais, foi candidato a vice-prefeito de Macapá,
tendo conquistado o segundo lugar nas eleições. Foi, dessa forma, o primeiro
membro do PSOL a chegar a um segundo turno de eleição.
Nas eleições de 2010, aos 38 anos de
idade, foi o senador mais votado do estado do Amapá com 203.259 votos,
tornando-se o mais jovem integrante do Senado Federal da legislatura que teve início em 2011.
Já no primeiro ano de mandato, foi candidato à presidência do Senado, ocasião
na qual recebeu oito votos e foi derrotado pelo então mandatário e postulante à
reeleição, José Sarney, que obteve o voto de 70 senadores.
No mandato como senador, teve atuação
destacada logo em seus anos inaugurais, quando defendeu a aprovação do projeto
de lei que estabelece cobrança de Imposto de Renda (IR) sobre o capital estrangeiro que ingressa no país para lucrar com
os juros altos. No mesmo ano, foi relator na Comissão de Constituição e Justiça
do projeto do Estatuto da Juventude, que estabeleceu diretrizes para elaboração de políticas públicas e criou o Sistema
Nacional de Juventude. Assegurou ainda direitos históricos como a meia passagem
e a meia entrada em eventos culturais, esportivos e de entretenimento, além de
definir também o percentual de 30% do Fundo Nacional de Cultura para projetos
voltados para a juventude. Participou ativamente da Comissão Parlamentar
Mista de Inquérito que ficou conhecida como CPI do Cachoeira, fazendo
referência ao empresário e contraventor Carlinhos Cachoeira, e que se dedicou à
investigação das ligações de agentes públicos com o crime organizado. Especificamente
no que concerne a esta agenda, em 2012 foi reconhecido pela cobertura
especializada e indicado como senador de destaque nas categorias relativas ao
combate ao crime organizado e defesa da segurança jurídica, além de ter sido
apontado como parlamentar do futuro.
Em 2013, lançou novamente candidatura
à presidência do Senado Federal, desta vez em oposição ao candidato peemedebista
Renan Calheiros. Às vésperas da eleição para o biênio que se iniciava,
entretanto, optou por retirar a candidatura em apoio a Pedro Taques, então
senador pelo PDT. Indicado pelo PMDB e apoiado pela maioria absoluta dos situacionistas,
Renan Calheiros assumiu o posto após angariar 56 votos, contra 18 recebidos
pelos postulantes independentes e de oposição, entre os quais Randolfe.
Por ocasião das manifestações
populares que tomaram as ruas em meados de 2013, o senador foi signatário em
nota conjunta de parlamentares do PSOL que saudava os protestos e clamava por
respostas concretas por parte do governo. Na nota, avaliava como ainda
insuficientes as respostas oferecidas pela presidente Dilma Rousseff, e defendia
o remanejamento de recursos previstos para pagamento da dívida pública,
alegando que estes montantes deveriam ser destinados aos orçamentos das esferas
estaduais e municipais, sobretudo com vistas aos investimentos em saúde, educação
e transporte, principais bandeiras dos protestos. No mesmo ano, elaborou junto
ao senador Pedro Simon um projeto de decreto legislativo que viabilizou reunião
simbólica do Congresso Nacional, para devolver, a 18 de dezembro de 2013
simbolicamente o mandato de Presidente da República ao presidente deposto em 1964, João Goulart.
Para as eleições nacionais de 2014,
esteve cotado para ser o candidato do PSOL à Presidência da República. Embora tivesse
sido escolhido pelos partidários em congresso da legenda realizado no ano
anterior, em junho de 2014, às vésperas da convenção partidária, divulgou carta
na qual anunciava oficialmente a renúncia ao tento, para o qual Luciana Genro veio
a ser a candidata do partido. O senador amapaense havia defendido que o
candidato fosse o deputado estadual fluminense Marcelo Freixo, e lamentou não
ter logrado unir o partido. À época do pleito, manifestou apoio à candidatura
de Marina Silva, razão pela qual fora acusado pela candidata do PSOL de ter
sido “seduzido por uma proposta mais viável eleitoralmente”.
Em setembro de 2015, após dez anos no
partido, Randolfe anunciou a saída do PSOL, que o tinha como único
representante no Senado Federal. Em carta à militância, afirmou ser a partir de
agora um “amigo” da legenda, considerada por ele “um partido de lutas justas e
de resistência contra os ataques aos direitos individuais e coletivos. Um
partido irrepreensível do ponto de vista ético, de prática parlamentar
irretocável e onde guardo uma multidão de companheiros”. À parte do PSOL,
Randolfe foi um dos idealizadores e fundadores, junto a Marina Silva, de um
novo partido, denominado Rede Sustentabilidade, para o qual migrou.
No contexto de discussões sobre a
abertura do processo de impeachment Dilma Rousseff, no início de 2016,
apresentou, junto a outros senadores, uma proposta de emenda à Constituição
para que fossem realizadas novas eleições presidenciais em outubro daquele ano.
A ideia era que a proposta tramitasse paralelamente aos debates sobre o afastamento
da presidente.
A Rede Sustentabilidade, seu partido,
posicionou-se favoravelmente à abertura do processo contra Dilma, embora tenha
divulgado que abrigava “posições diversas”. Randolfe manteve-se contrário ao
impeachment. Único representante do partido no Senado, foi repreendido pela
ex-senadora Marina Silva por participar de jantar pró-Dilma. Fazendo menção ao posicionamento
de Marina no segundo turno das últimas eleições nacionais, em que apoiara o
tucano Aécio Neves, Randolfe ressaltou que nem sempre convergiriam a uma mesma
posição, e que seguiria contrário ao impedimento da então presidente Dilma
Rousseff. Quando da votação do processo no Senado, em 30 de agosto de 2016, pronunciou-se contra o
afastamento e afirmou que os senadores estavam julgando a democracia brasileira e que não
mancharia sua biografia "entrando para a história com a alcunha de
golpista".
Consolidada a saída de Dilma, Randolfe assumiu o papel de
oposição ao governo no Senado, posicionando-se de maneira crítica a muitos dos
projetos considerados estratégicos pelos governistas. Votou contra a aprovação
da PEC 55, que congelava os gastos públicos, e sugeriu a realização de um
referendo sobre o tema. Sobre a Reforma do Ensino Médio, classificou-a como o
maior retrocesso educacional brasileiro dos últimos 50 anos, ao passo que sobre a reforma da previdência, que
estava em vias de ser votada, qualificou-a como uma “verdadeira afronta ao
trabalhador”. Ainda em 2016, no mês de setembro teve também importante
atuação no projeto que determinou o fim das doações de empresas para campanhas
políticas.
Em janeiro de 2017, protocolou uma ação popular pedindo a
suspensão da posse de Moreira
Franco como ministro da Secretaria-Geral da Presidência,
pasta recém-criada pelo governo Michel Temer e que daria foro privilegiado ao
político, que vinha sendo investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério
Público.
Casou-se
por duas vezes e teve dois filhos.
Luisa Lamarão / Jean Spritzer
FONTES:
Portal
UOL: https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2013/01/23/candidato-a-presidencia-do-senado-randolfe-rodrigues-diz-que-parlamento-nao-cumpre-funcoes-tipicas.html.
Acesso em 07/03/2017; Portal Blog do Randolfe: http://blogdorandolfe.com.br/biografia/.
Acesso em 07/03/2017; Portal Alcilene Cavalcante: http://www.alcilenecavalcante.com.br/page/221.
Acesso em 07/03/2017; Portal do Senado Federal: http://www.senado.leg.br/atividade/rotinas/materia/getTexto.asp?t=185300.
Acesso em 07/03/2017; Portal Agência Brasil: http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2015-09/randolfe-rodrigues-e-heloisa-helena-deixam-o-psol.
Acesso em 07/03/2017; Portal UOL: https://eleicoes.uol.com.br/2014/noticias/2014/09/02/randolfe-rodrigues-esta-praticamente-fora-do-psol-diz-luciana-genro.htm.
Acesso em 07/03/2017; Portal Congresso em foco: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/apos-49-anos-congresso-devolve-mandato-de-jango/.
Acesso em 07/03/2017; Portal R7: http://noticias.r7.com/brasil/noticias/sarney-e-eleito-presidente-do-senado-pela-4-vez-20110201.html.
Acesso em 07/03/2017; Portal G1: http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/01/randolfe-confirma-disputa-pela-presidencia-do-senado.html.
Acesso em 07/03/2017; Portal Blog do Randolfe: http://blogdorandolfe.com.br/randolfe-e-relator-do-estatuto-da-juventude/.
Acesso em 07/03/2017; Portal O Globo: http://oglobo.globo.com/brasil/senado-aprova-fim-de-doacoes-de-empresas-para-campanhas-politicas-17385812.
Acesso em 07/03/2017; Portal G1: http://g1.globo.com/politica/processo-de-impeachment-de-dilma/noticia/2016/08/impeachment-no-senado-discurso-final-de-randolfe-rodrigues-rede-ap.html.
Acesso em 07/03/2017; Portal do Senado Federal: http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2016/10/25/randolfe-sugere-realizacao-de-referendo-sobre-pec-do-teto-dos-gastos.
Acesso em 07/03/2017; Portal Rede Sustentabilidade: https://redesustentabilidade.org.br/tag/randolfe-rodrigues/.
Acesso em 07/03/2017; Portal Congresso em foco: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/senador-da-rede-ignora-marina-e-votara-contra-o-impeachment-%E2%80%9Cestamos-quites%E2%80%9D/.
Acesso em 07/03/2017; Portal G1: http://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2017/02/senador-randolfe-pede-na-justica-suspensao-posse-de-moreira-franco.html.
Acesso em 07/03/2017; Portal Congresso em foco: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/outros-destaques/randolfe-rodrigues-vence-como-parlamentar-de-futuro/.
Acesso em 07/03/2017.