RANGEL, RUBENS
RANGEL,
Rubens
*dep. fed. ES 1955 e 1959-1963; gov. ES 1966-1967.
Rubens Rangel nasceu em São Fidélis (RJ) no dia 29 de junho de 1904, filho de Joaquim de Souza Rangel e de Maria
Mendonça Rangel.
Fez o curso secundário no Colégio Bittencourt.
Radicado no Espírito Santo, aí elegeu-se vereador em Mimoso
do Sul em novembro de 1946, assumindo o mandato em março de 1947. Eleito
prefeito da mesma cidade no pleito de novembro de 1950, deixou a Câmara
Municipal da cidade em janeiro do ano seguinte, para ocupar a prefeitura em
março.
Deixando a prefeitura de Mimoso do Sul em janeiro de 1954, foi
eleito deputado federal em outubro desse ano na legenda da Coligação
Democrática formada pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), ao qual era
filiado, o Partido Republicano (PR), o Partido de Representação Popular (PRP) e
o Partido Social Progressista (PSP). Assumindo sua cadeira na Câmara dos
Deputados em fevereiro de 1955, licenciou-se em seguida para ocupar o cargo de
secretário de Viação e Obras Públicas no governo de Francisco Lacerda de Aguiar
(1955-1959).
Em
outubro de 1958 elegeu-se mais uma vez deputado federal pelo Espírito Santo na
legenda do PTB, assumindo o mandato em fevereiro do ano seguinte. Durante os
trabalhos parlamentares, não opôs reparos à política internacional inaugurada
pelo governo Jânio Quadros (1961). Em setembro de 1961 após a renúncia do
presidente (25/8/1961), votou contra a Emenda Constitucional nº 4, que
instituiu o regime parlamentarista como medida conciliatória para propiciar a
posse do vice-presidente João Goulart, cujo nome era vetado pelos ministros
militares. Foi ainda a favor do reatamento efetivado em novembro do mesmo ano
das relações comerciais e diplomáticas com a União Soviética, rompidas desde
1947. Ainda em novembro apoiou a Emenda Constitucional nº 5, que ampliou a
participação dos municípios na renda tributária nacional. Foi favorável também
à antecipação do plebiscito, que fora inicialmente previsto para inícios de
1965 mas em janeiro de 1963 decidiria pela volta ao presidencialismo.
Adepto
do intervencionismo econômico corretivo e supletivo sobre a iniciativa privada,
apoiava o monopólio estatal do petróleo, da eletricidade, dos minérios
atômicos, das telecomunicações, bem como dos transportes ferroviários e de
cabotagem. Defendeu as reformas bancária, administrativa e tributária e a
reforma agrária de cunho cooperativista, cabendo ao Estado prestar plena
assistência técnica, creditícia, sanitária e educacional aos lavradores, com
garantias de preço mínimo e transporte da produção. Manifestou-se favorável à
instituição do Banco Central Emissor, ao incremento do crédito à produção, à
redução dos tributos indiretos e à criação do Ministério do Planejamento
Nacional, bem como à redução das despesas militares. Defendeu ainda a extensão
da cédula única a todos os pleitos eleitorais e do voto para os analfabetos e
praças de pré, além de outras medidas destinadas a eliminar a influência do
poder econômico nos pleitos e a fortalecer os partidos nacionais.
Em outubro de 1962 elegeu-se vice-governador do Espírito
Santo, na chapa encabeçada por Francisco Lacerda de Aguiar, lançada pela
coligação formada pelo PTB, o PRP, a União Democrática Nacional (UDN) e o PSP.
Assumiu o novo cargo na mesma data em que expirava seu mandato como deputado
federal, em 31 de janeiro de 1963. Em abril de 1966 substituiu o titular no
governo do estado, permanecendo no cargo até 31 de janeiro de 1967, quando foi
substituído por Cristiano Dias Lopes Filho, eleito pela Assembléia Legislativa
em setembro do ano anterior.
Faleceu no dia 19 de junho de 1974.
Era casado com Helena Rangel.
FONTES: CÂM. DEP. Deputados;
CÂM. DEP. Deputados brasileiros (1946-1967); CÂM. DEP. Relação dos
deputados; CAMPOS, Q. Fichário; NOVAIS, M. História;
OLIVEIRA, J. História; TRIB. SUP. ELEIT. Dados (3, 4 e 7).