REBELO, João
*dep.
fed. MA 1983-1987.
João Rebelo Vieira nasceu
em Santarém (PA) no dia 22 de fevereiro de 1940, filho de Donato Pereira
Vieira e de Maria dos Santos Vieira.
Formou-se
técnico em mecânica agrícola pela Escola Agrotécnica de São Lourenço da Mata,
pertencente à Universidade Federal de Pernambuco (Ufpe). Em seguida, ingressou
na Escola Superior de Agricultura da Universidade Federal Rural de Pernambuco,
formando-se engenheiro agrônomo em 1963. No mesmo ano concluiu os cursos de
administração de empresas e de relações públicas e, no ano seguinte, o de
economia agrícola. Foi trabalhar, então, como técnico da Superintendência do
Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), na qual coordenou o Programa de Economia
Canavieira do Nordeste.
Em
1965, concluiu o curso de planejamento agrícola e desenvolvimento regional e
prestou assessoria técnica à Secretaria de Agricultura de Pernambuco. No ano
seguinte, assumiu a chefia da Divisão de Programas Sociais da Sudene, função
que ocuparia por dois anos. Em 1967 participou da elaboração de projetos
especiais na Sudene, em 1968 do Programa de Reinstalações das Populações
Urbanas e Rurais da Companhia Hidrelétrica de Boa Esperança (Cohebe) e da
elaboração de projetos da empresa Consultoria e Planejamentos Ltda. (Consulplan).
Em 1969, tornou-se assessor técnico da Cohebe e da Secretaria de Agricultura do
Maranhão e diretor-presidente da Companhia de Pescas Oceânicas do Maranhão
(Oceomar), permanecendo no cargo até o ano seguinte.
Concluindo
o curso de estudos dos problemas brasileiros em 1970, participou da elaboração
do plano de governo do novo governador do Maranhão, Pedro Neiva de Santana, e
tornou-se diretor do Departamento de Controle da Superintendência de
Desenvolvimento do Maranhão (Sudema), onde permaneceu até o ano seguinte. A
partir de 1971 representou o governo do estado em reuniões do Conselho
Deliberativo da Sudene e da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia
(Sudam), tarefa que desempenharia até 1982. Em 1973, concluiu o curso de
planejamento e desenvolvimento urbano e, dois anos mais tarde, já no governo de
Osvaldo da Costa Nunes Freire (1975-1979), tornou-se assessor chefe da
Secretaria de Coordenação e Planejamento do estado. Em 1976 passou à condição
de secretário dessa pasta. Com a ascensão de João Castelo ao governo do estado
em março de 1979, Rebelo foi mantido à frente da Secretaria de Coordenação e
Planejamento.
Em 1980, viajou aos Estados Unidos como representante do
governo do Maranhão na discussão de um convênio de cooperação técnica e financeira
com a Organização das Nações Unidas (ONU). No ano seguinte viajou ao México
como membro da delegação brasileira na missão de avaliação de projetos com
participação da ONU na América Latina. Em maio de 1982, desincompatibilizou-se
do cargo de secretário para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados.
Em novembro daquele ano elegeu-se deputado federal pelo
Maranhão, na legenda do Partido Democrático Social (PDS). Assumindo a cadeira
em fevereiro do ano seguinte, tornou-se membro titular da Comissão do Interior,
da qual foi presidente, e suplente da Comissão de Ciência e Tecnologia.
No
fim de 1983, o deputado mato-grossense Dante de Oliveira, do Partido do
Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), apresentou na Câmara um projeto de
emenda constitucional restabelecendo eleições diretas para a presidência da
República já no ano seguinte. Encampado pelas oposições, o projeto proporcionou
o desencadeamento de uma campanha nacional nesse sentido, que ficou conhecida
como a campanha das Diretas Já. Na sessão da Câmara dos Deputados do dia 25 de
abril de 1984, João Rebelo votou a favor da emenda, que, por falta de 22 votos,
não obteve a votação necessária para que fosse enviada para apreciação do
Senado.
Com
esse resultado, o sucessor do presidente João Figueiredo (1979-1985) foi eleito
por via indireta. Vários eram os postulantes à condição de candidato do PDS. A
falta de consenso quanto à forma de escolha provocou uma cisão no partido
governista e os dissidentes formaram a chamada Frente Liberal. O PDS realizou sua
convenção em agosto, da qual participaram os dois últimos remanescentes da
disputa interna para escolher o candidato do partido a presidente, o deputado
paulista Paulo Maluf, em quem o deputado João Rebelo votou, e o então ministro
do Interior, Mário Andreazza. Maluf venceu a convenção e se tornou o candidato
oficial do partido à presidência.
Os
partidos de oposição, com a exceção do Partido dos Trabalhadores (PT),
liderados pelo PMDB e a Frente Liberal, reuniram-se na Aliança Democrática e
lançaram Tancredo Neves, então governador de Minas Gerais, e José Sarney,
senador pelo Maranhão, como candidatos respectivamente a presidente e a
vice-presidente da República. Na reunião do Colégio Eleitoral em 15 de janeiro
de 1985, o deputado João Rebelo votou em Paulo Maluf, mas este foi derrotado por Tancredo Neves. Porém, uma doença de Tancredo às vésperas de sua posse o impediu
de assumir o cargo no dia 15 de março. Foi, então, empossado interinamente o
vice José Sarney, que seria efetivado no mês seguinte, após a morte do titular.
Deixando de concorrer a um novo mandato no pleito de novembro
de 1986, permaneceu na Câmara dos Deputados até o fim de janeiro do ano
seguinte, quando se encerraram o seu mandato e a legislatura.
Exerceu, a seguir, os cargos de assessor-chefe da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão e de superintendente do Serviço
Social da Indústria. No governo do prefeito Tadeu Palácio (2002-2009), do
Partido Democrático Trabalhista (PDT), chefiou a Assessoria Especial da
prefeitura de São Luís.
Em fins de 2006, ingressou no Partido Republicano (PR),
resultado da fusão do Partido Liberal (PL) com o Partido de Reedificação da
Ordem Nacional (Prona), tendo sido eleito presidente do diretório da agremiação
em São Luís. Exerceu esta função até agosto de 2009, quando foi indicado para
trabalhar no Ministério de Minas e Energia, chefiado por Edison Lobão (PMDB).
Além da política, João Rebelo dedicou-se também às suas
atividades empresariais no setor de construção civil.
Publicou Planejamento agrícola, partindo da aldeia
(1970), Aspectos sócio-econômicos da área da prelazia de Pinheiro (1971),
Termos de referência para o planejamento da região programa de Imperatriz (1973),
Termos de referência para o planejamento da região programa de
Bacabal/Pedreiras (1974) e Estudo de regionalização do Maranhão
(1975).
Casou-se com Sônia Maria Barreto Vieira, com quem teve dois
filhos.
Alan Carneiro/Marcia Gomes
atualização
FONTES: CÂM. DEP. Deputados
brasileiros. Repertório (1983-1987); Globo (26/4/84 e 16/1/85).
NTERNET. Blog do Mário Carvalho disponível em http://colunas.imirante.com/mariocarvalho/,
acessado em 2/9/09. Portal da Câmara dos Deputados. Disponível em http://www2.camara.gov.br/,
acessado em 2/9/09. Jornal Pequeno Online disponível em http://www.jornalpequeno.com.br/, acessado em
2/9/09. Portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disponível
em http://www.tse.gov.br/, acessado em 2/9/09.