NOVAIS, RUI
NOVAIS,
Rui
*dep. fed. SP 1959-1963.
Rui Hellmeister Novais nasceu
em Campinas (SP) no dia 28 de outubro de 1924, filho de Anselmo Gomide Novais e
de Zuleica Hellmeister Novais.
Estudou
no grupo escolar anexo ao Instituto de Educação Carlos Gomes e nos ginásios Culto à Ciência e Ateneu Paulista, sempre em sua cidade.
Proprietário rural e industrial, elegeu-se em 1955 prefeito
de Campinas na legenda do Partido Socialista Brasileiro (PSB), com o apoio do
Partido Libertador (PL) e do Partido Democrata Cristão (PDC). Assumiu o cargo
em janeiro de 1956.
No pleito de outubro de 1958 elegeu-se deputado federal por
São Paulo na legenda da Aliança Popular Nacionalista, composta pelo PSB e pelo
Partido Trabalhista Nacional (PTN). Em janeiro de 1959 renunciou à prefeitura
de Campinas e no mês seguinte assumiu uma cadeira na Câmara dos Deputados. Durante
sua gestão como prefeito promovera vários melhoramentos em Campinas, recebendo
em 1959 o título de melhor prefeito do ano, concedido pelo jornal Correio
Paulistano. Inicialmente candidato à prefeitura da capital do estado em
1961, desistiu de concorrer ao pleito nos últimos dias, em favor de Francisco
Prestes Maia. Encerrou seu mandato de deputado federal em janeiro de 1963.
Após
o movimento político-militar de 31 de março de 1964, que depôs o presidente
João Goulart (1961-1964), foi reconduzido à prefeitura de Campinas. Durante sua
gestão, foi acusado pelo general José Morais Coelho de ter cometido
irregularidades na realização de despesas públicas, privilegiando interesses
particulares. Uma comissão de inquérito formada em 1967 considerou as acusações
inconsistentes. Inconformado com essa decisão, o general Morais Coelho
apresentou, ainda em setembro de 1967, cinco queixas-crime, reafirmando as
denúncias anteriores, especialmente as relacionadas com a construção do paço
municipal, além de denunciar o prefeito pelo fato de ter em sua administração,
secretários e assessores ligados ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) e de
pertencer ao Conselho Consultivo da União Cultural Brasil-União Soviética. Em
1970 o acusador foi condenado por crime de injúria ao ex-prefeito.
Desiludido com a vida pública, retirou-se do cenário político
a partir de 1970, passando a residir em sua propriedade agrícola no município
de José Bonifácio (SP), dedicando-se à fruticultura, à produção de cereais e à
heveicultura. Em 1975, cooperado da Secretaria da Agricultura do Estado de São
Paulo e fornecedor de sementes selecionadas de cereais para este órgão do
governo, foi convidado a participar de um programa de fomento de cultivo de
seringueiras no Planalto Paulista, recebendo sementes para condução de viveiros
em sua fazenda. Considerado pioneiro no cultivo de borracha natural no estado
de São Paulo durante a década de 1970, fundou em 1986 a Borracha Paulista Indústria, Comércio, Exportação e Importação Ltda., empresa de processamento
de látex e borracha, em sua propriedade agrícola. Desenvolveu vários convênios
e trabalhos conjuntos com orgãos do estado — IAC e Universidade Estadual
Paulista (Unesp) — e do governo federal — Sudhevea e Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) — oferecendo sua empresa para
projetos de pesquisa agrícola em vários segmentos, tais como: desenvolvimento
de novas técnicas de cultivo e melhoramentos genéticos, na formação de viveiros
experimentais nos estudos climatológicos para a heveicultura, no
desenvolvimento da biotecnologia, para o controle fitossanitário dos seringais
e outros.
Por conta de graves problemas de saúde a partir de fins da
década de 1980, encerrou totalmente suas atividades profissionais.
Faleceu em Campinas no dia 30 de março de 2000.
Era casado com Haydée Maria Pupo Novais, com quem teve uma
filha.
FONTES: CÂM. DEP.
Deputados; CÂM. DEP. Relação dos dep.; Estado de S. Paulo
(16 e 22/2, 7/9/67 e 17/7/70); INF. FAM. SÔNIA NOVAIS MORAIS; SOC. BRAS.
EXPANSÃO COMERCIAL. Quem; TRIB. SUP. ELEIT. Dados (4).