SANFORD,
Haroldo
*militar;
dep. fed. CE 1979-1987 e 1988-1991.
Haroldo Sanford de Barros nasceu em Camocim (CE) no dia 11 de setembro de 1925, filho
de Antônio Fernando Barros e de Susana Sanford Barros. Seu irmão, Marcelo
Sanford de Barros, foi deputado federal pelo Ceará entre 1963 e 1967.
Militar,
estudou na Academia Militar das Agulhas Negras — na qual ingressou em 1947 —,
na Escola de Artilharia Anti-Aérea em 1950, e na Escola de Aperfeiçoamento de
Comando de Oficiais em 1957.
No
ano seguinte, filiou-se ao Partido Social Democrático (PSD). Ainda em 1958, foi
indicado para assumir a diretoria geral do Departamento de Trânsito de
Fortaleza, cargo no qual permaneceria até 1960. Nesse ano deixou o PSD e
ingressou no Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e, em 1961, tornou-se diretor
da Companhia Telefônica da mesma cidade. Deixou o PTB em 1962 e filiou-se ao
Partido Trabalhista Nacional (PTN), no qual disputou as eleições para a
Assembléia Legislativa do Ceará no pleito de novembro daquele ano. Eleito, tomou
posse em fevereiro de 1963.
Com
a extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2 (AI-2), em 27 de
outubro de 1965, e a posterior instauração do bipartidarismo no país, filiou-se
à Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de sustentação política ao
regime militar instaurado no Brasil a partir de abril de 1964. No pleito de
novembro de 1966 foi reeleito deputado estadual na legenda da Arena, sendo
empossado em fevereiro de 1967. Foi novamente eleito deputado estadual para as
legislaturas de 1971 a 1975 e de 1975 a 1979, sempre na legenda da Arena. Nos
trabalhos legislativos, foi primeiro-vice-presidente da mesa diretora da
Assembléia por duas vezes e membro de diversas comissões técnicas ao longo de
seus mandatos.
No pleito de novembro de 1978, disputou uma vaga para a
Câmara dos Deputados. Eleito, tomou posse em fevereiro do ano seguinte. Com o
fim do bipartidarismo em 29 de novembro de 1979 e a conseqüente reorganização
partidária, ingressou no Partido Democrático Social (PDS), agremiação que
sucedeu a Arena no apoio ao governo. Como deputado federal, foi membro da
Comissão de Segurança Nacional. Ligado politicamente ao ex-governador Virgílio
Távora (1979-1982), em Brasília assumiu certa independência de seu partido. Em
1981, contrariando a decisão de seu partido e a tradição da Câmara de não
admitir deputados novatos na mesa, derrotou o candidato oficial do PDS à
primeira-vice-presidência, o deputado Rui Bacelar, da Bahia. Foi também membro
da Comissão de Fiscalização Financeira e Tomadas de Contas.
Reeleito
deputado federal no pleito de novembro de 1982, tomou posse em fevereiro de
1983. Nesta legislatura permaneceu na Comissão de Fiscalização Financeira e
Tomada de Contas. Ainda em 1982, liderou um grupo de parlamentares dissidentes
do PDS contra o projeto de emenda constitucional que havia sido enviado ao
Congresso pelo governo Figueiredo e que estabelecia o voto distrital no país
sem, contudo, obter êxito. Tentou disputar a reeleição para a mesa da Câmara,
desta vez para o cargo de presidente e, como não contava com apoio no interior
de sua agremiação partidária, buscou a adesão de um grupo do Partido do
Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Contudo, o diretório nacional do PDS
em janeiro de 1983 resolveu considerar sua candidatura um ato de infração da
Lei Orgânica dos Partidos, já que estava fora do âmbito partidário, e acabou
por indicar o deputado Flávio Marcílio como candidato oficial. Haroldo Sanford
acabou desistindo de sua candidatura. Ainda em 1983, foi eleito presidente do
Grupo Interparlamentar Americano para o estudo da população e desenvolvimento,
e diretor do Comitê Global Internacional com os mesmos fins.
Esteve ausente na sessão da Câmara de 25 de abril de 1984
durante a votação da emenda Dante de Oliveira, que restabelecia as eleições
diretas para presidente da República naquele ano e que não obteve a votação
necessária para ser apreciada pelo Senado — faltaram 22 votos para que seu
encaminhamento fosse aprovado. Ainda nesse ano foi eleito primeiro-secretário
da Câmara.
No Colégio Eleitoral, reunido em 15 de janeiro de 1985 em
conseqüência da não-aprovação da emenda Dante de Oliveira, votou em Paulo Maluf, candidato lançado pelo PDS e que foi derrotado pelo oposicionista Tancredo
Neves, da Aliança Democrática, uma união do Partido do Movimento Democrático
Brasileiro (PMDB) com a dissidência do PDS abrigada na Frente Liberal. Tancredo
não chegou a tomar posse pois foi internado por problemas de saúde, vindo a
falecer no dia 21 de abril. Com sua morte, José Sarney, vice-presidente em
exercício desde meados de março, foi efetivado na presidência.
Ainda
em 1985, Sanford chegou a anunciar sua filiação ao PMDB, porém terminou por
filiar-se ao Partido da Frente Liberal (PFL). Sua estada no PFL foi curta e no
pleito de novembro de 1986 já estava filiado ao PMDB, no qual disputou a
reeleição, obtendo apenas uma suplência. Veio a assumir o mandato em 6 de
outubro de 1988. Tentou se reeleger no pleito de outubro de 1990, ainda na
legenda do PMDB, mas não obteve êxito. Deixou a Câmara em janeiro de 1991, ao
final da legislatura.
No pleito de outubro de 1994 tentou voltar à Câmara, desta
vez na legenda do Partido Progressista Reformador (PPR), mas só obteve uma
suplência. Em outubro de 1998, foi mais uma vez derrotado na disputa de um
mandato de deputado federal, agora na legenda do Partido Progressista
Brasileiro (PPB).
Teve quatro filhos.
Ednilson
Cruz
FONTES:
CÂM. DEP. Deputados brasileiros. Repertório
(1979-1983 e 1983-1987); Estado
de S. Paulo
(7/12/82 e 4/6/85); Folha
de S. Paulo
(15/10/85); Globo
(17/6/82 e 22/1/83); Jornal
do Brasil
(18/5/83).