SANTIAGO, RUI
SANTIAGO, Rui
*militar; const.
1934.
Rui Santiago nasceu em
Itaqui (RS) no dia 29 de janeiro de 1900, filho do capitão-de-corveta e médico
Galdino Santiago e de Júlia Santiago.
Fez os estudos iniciais em seu estado, nas cidades de Santa
Maria e São Leopoldo, e em 1912 ingressou no Colégio Militar de Porto Alegre.
Transferindo-se para o Rio de Janeiro, então Distrito Federal, sentou praça na
Escola Militar do Realengo em março de 1918. Aspirante em janeiro de 1922, foi
promovido a segundo-tenente em março desse ano, passando a servir na 20ª
Companhia de Metralhadoras. No ano seguinte foi transferido para o 29º Batalhão
de Caçadores, em Natal, e, voltando ao Rio de Janeiro, ingressou no 1º
Regimento de Infantaria. Em setembro de 1924 foi promovido a primeiro-tenente.
Em 1926 ingressou na Escola Nacional de Belas-Artes da
Universidade do Rio de Janeiro, formando-se engenheiro arquiteto em 1930.
Durante o movimento revolucionário de outubro deste último ano participou no
Rio de Janeiro, como oficial de ligação entre o Exército e a Polícia Militar do
Distrito Federal, das operações que resultaram na deposição do presidente
Washington Luís no dia 24. Com a vitória do movimento, foi nomeado pela junta
revolucionária que assumiu o poder no Rio de Janeiro — formada pelos generais
João de Deus Mena Barreto e Tasso Fragoso e pelo almirante Isaías de Noronha —
subdiretor militar da 4ª Divisão da Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB),
posto do qual demitiu-se quando Getúlio Vargas assumiu a chefia do Governo
Provisório em 3 de novembro seguinte. Voltou a ocupar o mesmo cargo por ocasião
da Revolução Constitucionalista de 1932, tendo sido responsável pela montagem
nas oficinas da EFCB de várias baterias de canhões de 120mm da Marinha e de
poderosos morteiros adaptados a vagões-plataforma, destinados às tropas do
Governo Provisório na repressão ao movimento paulista. Ainda em novembro de
1932 foi promovido a capitão.
Foi
um dos fundadores do Partido Autonomista do Distrito Federal, criado em março
de 1933 em conseqüência da convocação das eleições para a Assembléia Nacional
Constituinte, e cuja meta principal era a autonomia política e administrativa
da capital do país. Colaborou no jornal O Radical, um dos veículos de
difusão desse partido, escrevendo mais de 20 artigos sobre assuntos de ordem
econômica e social e enfatizando também a importância da representação
profissional no Legislativo.
Em maio de 1933 foi eleito deputado constituinte pelo
Distrito Federal na legenda do Partido Autonomista, assumindo sua cadeira em novembro. Participou dos trabalhos constituintes defendendo o programa de seu partido, que
propunha a colaboração entre empregados e empregadores, a criação de sindicatos
como órgãos de representação profissional e de um tribunal de conciliação para
contendas sindicais previstas em lei, e ainda a assistência a trabalhadores, artistas
e cientistas. Com a promulgação da nova Carta (16/7/1934) e a eleição do
presidente da República no dia seguinte, teve seu mandato estendido até maio de
1935, quando deixou a Câmara.
Promovido
a major em maio de 1942, nesse ano tornou-se adjunto do estado-maior da 1ª
Região Militar, sediada no Rio de Janeiro. Em dezembro de 1946 alcançou o posto
de tenente-coronel e no ano seguinte serviu na 1ª Circunscrição de
Recrutamento. Foi promovido a coronel em junho de 1952. Ao longo de sua
carreira fez os cursos de infantaria e da Escola de Armas.
Casou-se com Eurides Silva Santiago
Publicou Guia para instrução militar (1930).
FONTES: ASSEMB. NAC.
CONST. 1934. Anais; CÂM. DEP. Deputados; Câm. Dep. seus componentes;
GODINHO, V. Constituintes; Grande encic. Delta; MIN. GUERRA. Almanaque
(1934, 1942, 1947, 1949, 1952, 1954, 1956 e 1958).