SANTOS,
Délio dos
*dep. fed. RJ 1979-1984 e 1984-1987.
Délio dos Santos
nasceu no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, no dia 7 de outubro de 1924,
filho de Camilo Borges dos Santos Júnior e de Zaira da Silveira Santos.
Bacharel
em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade Nacional de Direito da antiga
Universidade do Brasil, atual faculdade de direito da Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ) em 1947, no ano seguinte tornou-se advogado da Fundação
Leão XIII, órgão responsável pelo atendimento à população carente do então Distrito Federal, iniciando longa carreira na instituição, que presidiria
entre 1966 e 1970, durante o governo de Negrão de Lima.
Procurador
regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) desde meados dos anos 1950,
iniciou carreira política como candidato a deputado estadual nas eleições de
novembro de 1970, pela legenda do Movimento Democrático Brasileiro (MDB),
partido de oposição ao regime militar instaurado no país em abril de 1964. Não obteve êxito, mas voltou a candidatar-se em 1974, quando foi eleito e participou da feitura da Constituição do novo estado do Rio de Janeiro,
criado pela Lei Complementar no 20 (3/06/1974), tendo exercido o
mandato até janeiro de 1979.
Eleito
em novembro de 1978 deputado federal pelo Rio de Janeiro, na legenda do MDB,
assumiu sua cadeira na Câmara em fevereiro de 1979. Com a extinção do
bipartidarismo, em novembro de 1979, e a consequente reorganização partidária,
filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), sucessor do
MDB. Em maio de 1982, juntamente com o senador Saturnino Braga, por discordar
da incorporação ao PMDB do Partido Popular (PP), liderado no Rio de Janeiro
pelo governador Antônio de Pádua Chagas Freitas, filiou-se ao Partido
Democrático Trabalhista (PDT). Ao longo deste mandato fez parte da Comissão do
Interior.
Reeleito
em novembro de 1982 pela legenda do PDT e com o apoio de Saturnino, iniciou o
novo mandato em fevereiro do ano seguinte. Em 25 de abril de 1984 votou a favor
da Emenda Dante de Oliveira, que previa eleições diretas para presidente da
República. Em setembro, afastou-se da Câmara dos Deputados, sucedendo a José
Colagrossi e Jiulio Caruso na Secretaria Estadual de Transportes do governo
Leonel Brizola (1983-1987), cargo no qual permaneceu pouco mais de dois meses.
Sob alegação de falta de tempo, estafa e intenção de reassumir seu mandato
parlamentar, em Brasília, pediu exoneração em 29 de novembro de 1984, sendo
substituído por Brandão Monteiro.
No
Colégio Eleitoral que se reuniu em 15 de janeiro de 1985, votou no candidato
oposicionista Tancredo Neves, eleito pela Aliança Democrática, uma união do
PMDB com a dissidência do Partido Democrático Social (PDS) abrigada na Frente
Liberal. Doente, Tancredo Neves não chegou a ser empossado, vindo a falecer em
21 de abril de 1985. Seu substituto foi o vice José Sarney, que já vinha
exercendo o cargo interinamente, desde 15 de março deste ano.
Sem
tentar mais um mandato no âmbito federal, buscou retornar retorno ao legislativo estadual como deputado, mas não obteve êxito. Deixou a Câmara ao término da
legislatura, em janeiro de 1987 e, em fevereiro, desligou-se do PDT e afastou-se também da política, passando a dedicar-se profissionalmente à procuradoria do Senai e à advocacia, na Fundação
Leão XIII, cargos dos quais se aposentou em 1993 e em 1994, respectivamente,
passando a fornecer consultoria política.
Faleceu em agosto de 2020, acometido por uma pneumonia.
Foi casado com Consuelo Vilela dos Santos, com quem teve três filhos.
Fontes: CÂM. DEP. Deputados
brasileiros. Repertório (1983-1987); Globo (5/5/82 e 30/11/84); INF.
BIOG.; Jornal do Brasil (23/11/74, 20/11/78, 11/11/82 e 21/9/84).