SCHEID,
Eusébio Oscar
*religioso; arceb. Rio de Janeiro 2001-2007.
Eusébio Oscar Scheid nasceu em Lucerna (SC) no dia 8 de dezembro de 1932, filho
de Alberto Reinado Scheid e de Rosália Joana Scheid.
Realizou seus estudos primários e secundários (ensino básico)
no Seminário dos Padres do Coração de Jesus em Corupá (SC). Em 1954, iniciou os
estudos de filosofia em Brusque (SC). Continuou seus estudos filosóficos na
Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, formando-se em 1964. Obteve o
título de doutor em cristologia na mesma universidade.
De 1964 a 1965, foi professor no Seminário Cristo Rei e
Seminário Regional do Nordeste, Recife (PE), e de “teologia dogmática e liturgia”
no Instituto Teológico de Taubaté (SP), de 1966 a 1981. Trabalhou também como diretor da Faculdade de Teologia em Taubaté, e como professor
convidado da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), onde
lecionou “cultura religiosa”.
Em julho de 1960 foi ordenado sacerdote. Foi eleito primeiro
bispo de São José dos Campos no dia 18 de fevereiro de 1981, pelo papa João
Paulo II. Exerceu a pastoral na diocese de São José dos Campos no período de 1981 a 1991. Fundou o Instituto de Filosofia Santa Teresinha e instalou também a residência teológica
Padre Rodolfo. No dia 23 de janeiro de 1991, foi nomeado arcebispo de
Florianópolis. Encaminhou a criação de mais duas dioceses catarinenses:
Criciúma (1998) e Blumenau (2000).
Entre 12 e 28 de outubro de 1992, assistiu a IV Conferência
Geral do Episcopado Latino-americano (Celam) em Santo Domingo, na República Dominicana que teve como tema a “Nova evangelização, promoção humana
e cultura cristã”. Nomeado por João Paulo II, esteve presente também
na IX Assembléia Ordinária do Sínodo de Bispos, ocorrida no Vaticano em outubro
de 1994.
Dom Eusébio Scheid permaneceu à frente da arquidiocese de
Florianópolis até julho de 2001 quando foi designado arcebispo de São Sebastião
do Rio de Janeiro. Assumiu esse posto em 22 de setembro do mesmo ano em
substituição ao cardeal dom Eugênio Sales. No caso da arquidiocese do Rio de
Janeiro a mudança de bispo não acontecia fazia 108 anos, uma vez que
anteriormente todas as alterações decorreram da vacância do cargo por causa de
morte.
Pouco depois da sua posse, participou da X Assembléia
Ordinária do Sínodo de Bispos que aconteceu no Vaticano. Em 2001, em entrevista
a Isto é, declarou que sua oposição ao divórcio e ao aborto. Opinou
também sobre a atuação do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST),
afirmando que a Igreja não estava de acordo com certas estratégias do movimento,
mas ressaltou que “muito do que se conseguiu em reforma agrária, que não é
tanto assim, se deve bastante ao MST”. Foi nomeado conselheiro da Pontifícia
Comissão para a América Latina em novembro de 2002. Em outubro de 2003, foi nomeado
cardeal pelo papa João Paulo II.
Em 2005, a morte de João Paulo II e a abertura do conclave
que escolheria o novo papa movimentaram a Igreja Católica. Por ocasião do
enterro, o governo brasileiro definiu uma comitiva para participar da
celebração que foi integrada pelos ex-presidentes da República José Sarney,
Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e o presidente Luís
Inácio Lula da Silva, além de líderes de outras religiões. Nas especulações que
antecederam a definição do conclave, vários nomes do catolicismo brasileiro
foram citados como candidatos a papa e o presidente Lula, em declarações à
imprensa, afirmou que seu desejo era que o novo papa fosse brasileiro, embora
ressaltasse que isso era “um problema da Igreja Católica”. Essas iniciativas do
presidente Lula provocaram críticas de dom Eusébio que, ao desembarcar em Roma
para as cerimônias, acusou o presidente de querer explorar politicamente a
morte de João Paulo II e acrescentou que o presidente não era “católico,
[era] caótico. Ele e o Espírito Santo não se entende[ria]m bem”. Explicou ainda
que o presidente não teria uma fé retilínea porque nascera “em um meio
operário, com todas as confusões, nunca t[ivera] uma formação e um
aprofundamento da própria fé". O Palácio do Planalto não
comentou, à época, as declarações de dom Eusébio. Pouco meses depois, Dom
Eusébio criticou o ministro Marco Aurélio de Melo, do Supremo Tribunal Federal
(STF), que concedeu liminar permitindo o aborto de fetos com anencefalia (sem
cérebro).
Em fevereiro de 2007, foi um dos nomeados pelo papa Bento XVI
para o Conselho de Cardeais. O Conselho de Cardeais visa o estudo das questões
organizativas e econômicas da Sé Apostólica e engloba 15 cardeais, todos eles
bispos de igrejas das diversas partes do mundo, nomeados pelo papa para um
qüinqüênio.
Em dezembro, dom Eusébio completou 75 anos. De acordo com o
Código Canônico apresentou sua renúncia ao cargo, mas pediu para permanecer até
o fim de junho de 2009, quando terminariam as comemorações do Ano Paulino. Contudo,
sua saída foi antecipada pelo papa e Dom Eusébio deixou a liderança da
arquidiocese do Rio de Janeiro no dia 19 de abril, tendo sido substituído por
dom Orani João Tempesta.
Em sua gestão, dom Eusébio lançou um cartão de crédito
católico, com objetivo de arrecadar recursos para obras sociais da Igreja em
dezembro de 2006. Vinculado à Associação de Solidariedade Justiça e Paz (ASJP),
entidade fundada em junho desse ano por Dom Eusébio e padre Edvino Steckel,
responsável pela gerência econômica da arquidiocese, a iniciativa causaria
mal-estar no Vaticano. Além disso, demitiu 67 funcionários da Cúria
Metropolitana, despejou da sede da Arquidiocese várias comissões pastorais —
entre elas, a dos refugiados, a de favelas, a do trabalho e a do menor e,
finalmente, comprou um apartamento avaliado em 2,2 milhões de reais destinado a
servir de residência a Dom Eusébio quando viesse à cidade. Em maio de 2009, essas
iniciativas foram divulgadas e anuladas pelo novo arcebispo do Rio de Janeiro.
Entre as suas principais obras estão: Tese de láurea sobre
a Cristologia de Ubertino da Casale em seu contexto histórico, Preparação
para o casamento e para a vida familiar e Introdução à pastoral familiar.
Dom Eusébio lançou o livro A voz do Pastor, reunindo os artigos semanais
escritos por ele no jornal O testemunho de fé e em outros veículos de
comunicação impressa do Rio de Janeiro.
Bruno Marques
Fontes:
http://www.cnbb.org.br/bispos/visual/index.php?nome=Scheid&diocese= (Data de acesso: 21.09.2009)
http://noticias.cancaonova.com/noticia.php?id=6852
(Data de acesso:
21.09.2009)
http://arquifln.org.br/lenoticia.php?codigo=299
(Data de acesso:
21.09.2009)
http://www.arquidiocese.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=317
(Data de acesso:
21.09.2009)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u22730.shtml
(Data de acesso:
21.09.2009)
http://www.cnbbsul1.org.br/index.php?link=news/read.php&id=5169
(Data de acesso:
21.09.2009)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u37467.shtml
(Data de acesso:
21.09.2009)
http://pucriodigital.com.pucrio.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=13&infoid=351 (Data de acesso: 21.09.2009)
http://www.acidigital.com/Cardeais/SCHEID.htm
(Data de acesso:
21.09.2009)
http://www.cardinalrating.com/cardinal_96__article_1004.htm
(Data de acesso: 21.09.2009)
http://www.terra.com.br/istoe/1670/brasil/1670_revolucao_pastoral.htm
(Data de acesso:
21.09.2009)
http://www.pjestigmatina.com/correio_daPJEst/paginas/2007/16.html (Data de acesso: 5.10.2009)
http://veja.abril.com.br/130405/p_086.html
acesso em 15/10/09
http://odia.terra.com.br/rio/htm/saida_de_d_eusebio_scheid_da_arquidiocese_foi_antecipada_204810.asp
acesso em 15/10/09
http://youpode.com.br/blog/alguemmedisse/tag/dom-eusebio-scheid/
acesso em 15/10/09