SILVA,
Rinaldo de Lima e
*diplomata; emb. Bras. EUA 1931-1934.
Rinaldo de Lima e Silva
nasceu em Porto Alegre no dia 4 de fevereiro de 1874, filho de João Manuel de
Lima e Silva e de Maria Francisca Bittencourt de Lima e Silva.
Bacharel pela Faculdade de Direito de São Paulo, iniciou sua
carreira diplomática em dezembro de 1895 como adido à legação em Viena.
Promovido a segundo-secretário em maio de 1896, teve uma curta permanência em
Washington antes de seguir para Buenos Aires, onde ficou até maio do ano
seguinte, quando foi designado para servir em Tóquio. Regressou ao Rio de
Janeiro, então Distrito Federal, no fim de 1897.
Em
novembro de 1902, foi nomeado encarregado de negócio, em Washington. Em maio de
1905, foi designado para Londres, ascendendo, em dezembro de 1907, à condição
de primeiro-secretário. Promovido ao posto de conselheiro de legação, retornou
à capital dos Estados Unidos em janeiro de 1909. Entre junho de 1912 e abril do
ano seguinte serviu em Cristiania, atual Oslo, sendo enviado em seguida para
Bruxelas, onde passou à condição de ministro-residente. Em setembro de 1913,
assumiu a chefia da legação brasileira em Quito.
Em junho de 1914, foi promovido a ministro-conselheiro.
Depois de servir em La Paz entre janeiro de 1915 e março de 1919, foi deslocado
para Berna e, em junho de 1920, para Varsóvia. Transferido para Madri em
fevereiro de 1923, ascendeu ao posto de embaixador em outubro do ano seguinte
e, em junho de 1925, tornou-se o primeiro chefe da representação diplomática
brasileira no Japão depois de sua elevação à categoria de embaixada. Permaneceu
em Tóquio durante um ano, sendo então deslocado para o México, onde ficou até
abril de 1930.
Depois
da vitória da Revolução de 1930, Rinaldo de Lima e Silva foi designado para
substituir Silvino Gurgel do Amaral à frente da embaixada brasileira em
Washington, onde chegou em abril de 1931. Nessa época, as relações entre os
dois países enfrentavam dificuldades oriundas das desconfianças com que o
Governo Provisório chefiado por Getúlio Vargas fora recebido nos Estados
Unidos. Em 1932, atendendo às recomendações do seu embaixador no Brasil, Edwin
Morgan, o governo norte-americano adotou oficialmente uma posição de
neutralidade diante da guerra civil provocada pela eclosão da Revolução
Constitucionalista de São Paulo. Apesar disso, durante o conflito, o cônsul
norte-americano nesse estado não escondeu sua simpatia pelos revolucionários, e
emissários paulistas conseguiram adquirir grande quantidade de material bélico
nos Estados Unidos, criando mais embaraços às relações diplomáticas entre os
dois países.
No
início de outubro de 1932 foi assinado o armistício que selou a vitória do
Governo Provisório sobre os constitucionalistas, consolidando o poder de
Vargas. O governo norte-americano procurou então estreitar seus laços com o
Brasil, propondo, em 1933, o início de negociações para a assinatura de um
tratado de comércio. Em agosto desse ano, Lima e Silva transmitiu ao governo
brasileiro as bases do acordo pretendido pelos Estados Unidos, que desejavam a
redução das tarifas cobradas aos seus produtos exportados para o Brasil,
comprometendo-se, em troca, a manter liberada a entrada dos principais produtos
brasileiros (café e borracha) no mercado norte-americano.
Com a saída de Lima e Silva da embaixada em Washington, coube
a Osvaldo Aranha, seu substituto, conduzir as negociações que levaram à
assinatura, em 1935, do Tratado de Reciprocidade.
Em maio de 1934, Rinaldo de Lima e Silva assumiu a embaixada
brasileira em Bruxelas, onde veio a falecer no dia 2 de agosto de 1935.
Foi casado com Julieta Covarubias de Lima e Silva.
Paulo Brandi
FONTES: ARQ.
GETÚLIO VARGAS; Correio da Manhã (3/8/35); GUIMARÃES, A. Dic.; Manhã, Rio
(3/8/35); MIN. REL. EXT. Almanaque (1930); MIN. REL. EXT. Anuário.