STEPHANES,
Reinhold
*pres. INPS 1974-1978; dep. fed. PR
1979 e 1983-1987, 1991-1992; min. Trab. e Previd. Soc.
1992; dep. fed. PR 1992-1994, 1995-1999; min. Previd. e Assist. Soc. 1995-1998;
dep. fed. PR 2003- 2007, 2007; min. Agric. Pec. Abast. 2007-
Reinhold Stephanes nasceu em Porto União (SC) no dia 13 de agosto de 1939, filho de Osvald Stephanes e de Lili Pohl
Stephanes.
Bacharelou-se
em ciências econômicas pela Universidade Federal do Paraná (Ufpr) em 1963,
tendo no mesmo ano feito o curso de desenvolvimento econômico na Comissão
Econômica para a América Latina (CEPAL) e, em seguida, o de administração e
desenvolvimento municipal na Alemanha Ocidental (1966), realizando
posteriormente estágio em administração financeira nos Estados Unidos (1968).
Iniciou suas atividades profissionais logo após formar-se,
exercendo a função de assistente técnico em administração da Diretoria Central
de Orçamento do governo do estado do Paraná em 1963. Assessor econômico do
Departamento de Fazenda da Prefeitura Municipal de Curitiba em 1964, no ano
seguinte tornou-se supervisor de Planejamento Econômico e Social do gabinete do
prefeito da mesma cidade, Ivo Arzua Pereira (1962-1967). Entre 1966 e 1967 foi
diretor-geral e secretário municipal da Fazenda de Curitiba e professor da
Universidade Católica do Paraná. Integrou ainda o Conselho Municipal de
Contribuintes da capital paranaense.
Em 1967 passou a trabalhar no Ministério da Agricultura,
inicialmente como conselheiro do Fundo Federal Agropecuário e inspetor-geral de
finanças, durante a gestão de Ivo Arzua Pereira (1967-1969). Deixou o cargo de
inspetor-geral de finanças em 1970, já na gestão de Luís Fernando Cirne Lima
(1969-1973), e nesse mesmo ano tornou-se secretário de planejamento e
orçamento, diretor do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(INCRA) e secretário-substituto nos eventuais impedimentos do secretário-geral
do ministério. Desempenhou essas funções até 1973 e, no ano seguinte,
transferiu-se para o Ministério da Educação e Cultura (MEC), onde foi
secretário de apoio e conselheiro do Fundo Nacional de Desenvolvimento
Educacional na gestão de Nei Braga (1974-1978).
Em
julho de 1974 assumiu a presidência do Instituto Nacional de Previdência Social
(INPS), substituindo Aroldo Moreira. Nessa ocasião, rasgou publicamente
processos que se arrastavam há anos naquele instituto. Em 1976 anunciou que as
casas de saúde particulares conveniadas com o INPS haviam realizado seiscentas
mil internações desnecessárias para cobrarem mais do instituto. Durante sua
administração teve inúmeros atritos com a assessoria direta do então ministro
da Previdência Social, Luís Gonzaga do Nascimento e Silva (1974-1979), e atuou
com um estilo original, aparecendo repentinamente e incógnito em ambulatórios,
hospitais e postos de benefícios.
Em
agosto de 1977 admitiu candidatar-se a deputado federal nas eleições de
novembro do ano seguinte pela Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de
sustentação do regime militar instaurado no país em abril de 1964. Nessa
ocasião era vinculado ao chamado grupo “neísta”, corrente política que atuava
sob o comando de Nei Braga, então ministro da Educação e uma das principais
lideranças políticas do Paraná. Em março de 1978 deixou a presidência do INPS,
sendo substituído por Válter Borges Graciosa. Em agosto desse mesmo ano
declarou que uma maior distribuição de renda baseada em alterações salariais
seria uma medida que enfrentaria dificuldades para obtenção de recursos a curto
prazo. Sugeriu então que a Previdência Social se preocupasse com a proteção do
indivíduo por intermédio de programas de educação, saúde, habitação e
alimentação, que funcionariam como instrumentos indiretos da distribuição de
riquezas.
Nas eleições de novembro de 1978 elegeu-se à Câmara dos
Deputados pelo Paraná, na legenda da Arena, assumindo seu mandato em fevereiro
do ano seguinte. Em seguida, licenciou-se da Câmara por ter sido nomeado
secretário de Agricultura do Paraná no governo de Nei Braga (1979-1983). Em
abril de 1979, já à frente da Secretaria de Agricultura, prometeu dar solução a
uma denúncia da Pastoral da Terra de que os bancos comerciais do Paraná
estariam pressionando os colonos do oeste do estado a quitarem suas notas
promissórias rurais através de um financiamento com juros de 4% ao mês.
Com
a extinção do bipartidarismo em 29 de novembro de 1979 e a conseqüente
reformulação partidária, filiou-se ao Partido Democrático Social (PDS),
agremiação sucessora da Arena. Após deixar a Secretaria da Agricultura em maio
de 1981 e retornar à Câmara, foi reeleito deputado federal em novembro de 1982.
Entre 1981 e 1983 foi também presidente da Sociedade Brasileira de Economistas
Rurais (Sober).
Assumindo novo mandato na Câmara em fevereiro do ano
seguinte, nessa legislatura foi membro da Comissão de Agricultura e Política
Rural (1983-1986), suplente da Comissão de Trabalho e Legislação Social (1983)
e presidente da Comissão de Previdência e Assistência Social da Câmara dos
Deputados, de 1984 a 1985.
Em 25 de abril de 1984 esteve ausente na votação da emenda
Dante de Oliveira que, apresentada na Câmara dos Deputados, propôs o
restabelecimento das eleições diretas para presidente da República em novembro.
Como a emenda não obteve o número de votos indispensáveis à sua aprovação
faltaram 22 para que o projeto pudesse ser encaminhado à apreciação pelo Senado
Federal no Colégio Eleitoral, reunido em 15 de janeiro de 1985, Reinhold
Stephanes votou no candidato do regime militar, Paulo Maluf. Ele acabou derrotado
pelo oposicionista Tancredo Neves, eleito novo presidente da República pela
Aliança Democrática, uma união do Partido do Movimento Democrático Brasileiro
(PMDB) com a dissidência do PDS abrigada na Frente Liberal. Contudo, por motivo
de doença, Tancredo Neves não chegou a ser empossado na presidência, vindo a
falecer no dia 21 de abril de 1985. Seu substituto no cargo foi o vice José
Sarney, que já vinha exercendo interinamente o cargo desde 15 de março.
Nesse período, Stephanes foi ainda um dos fundadores no
Paraná do Partido da Frente Liberal (PFL), agremiação formada com base na
Frente Liberal em janeiro de 1985. Candidatou-se a deputado federal
constituinte em novembro de 1986, mas não se elegeu. Deixou a Câmara em janeiro
do ano seguinte, ao final da legislatura.
No
segundo turno das eleições presidenciais, realizado em 17 de dezembro de 1989,
apoiou o candidato vencedor Fernando Collor de Melo, do Partido da Reconstrução
Nacional (PRN), tendo sido um dos coordenadores da equipe que elaborou o plano
de gestão da saúde pública do novo governo. Em novembro de 1990 elegeu-se
deputado federal.
Licenciou-se da Câmara para exercer o cargo de ministro do
Trabalho e da Previdência Social em 20 de janeiro de 1992 e sua vaga foi
ocupada por Abelardo Lupion. Substituiu o sindicalista Antônio Rogério Magri,
afastado sob a acusação de ter aceito 30 mil dólares para liberar obras da
construtora Norberto Odebrecht no Acre. Na época, Collor pretendia ampliar sua
base política no Congresso e dar credibilidade ao governo, abalado por
sucessivas denúncias de corrupção.
Na sessão da Câmara dos Deputados de 29 de setembro foi
aprovado o impeachment do presidente Fernando Collor de Melo, acusado de
crime de responsabilidade por ligações com um esquema de corrupção liderado pelo
ex-tesoureiro de sua campanha presidencial Paulo César Farias. Afastado da
presidência logo após a votação na Câmara, Collor renunciaria ao mandato em 29
de dezembro de 1992, pouco antes da conclusão do processo pelo Senado Federal,
sendo efetivado na presidência da República o vice Itamar Franco, que já vinha
exercendo o cargo interinamente desde o dia 2 de outubro. Com isso, Stephanes
renunciou ao cargo de ministro do Trabalho e da Previdência Social em outubro,
sendo substituído pelo peemedebista gaúcho Antônio Brito.
De
volta à Câmara, Stephanes participou dos trabalhos legislativos como membro das
comissões de Seguridade Social e Família, de Defesa Nacional (1992-1993), da
Comissão Especial Programa de Estabilização do Governo (1993) e da Comissão de Finanças
e Tributação (1994) durante o restante da legislatura.
Em outubro de 1994 reelegeu-se deputado federal, tendo sido o
segundo mais votado em seu estado com 76.968 votos. Nesse período, exerceu
também a presidência do diretório do PFL no Paraná. Licenciou-se da Câmara para
assumir novamente o cargo de ministro da Previdência e Assistência Social no
governo do novo presidente eleito pela coligação entre o PFL e o Partido da
Social Democracia Brasileira (PSDB), Fernando Henrique Cardoso. Tomou posse em
1º de janeiro de 1995 substituindo Sérgio Cutolo, transferido para a
presidência da Caixa Econômica Federal. Em sua nova gestão, Stephanes enfrentou
um quadro de freqüentes déficits no sistema previdenciário e foi um dos
principais articuladores do governo nas negociações visando à aprovação no
Congresso das emendas aos dispositivos constitucionais que regulamentavam a
Previdência Social, juntamente com os demais itens que compunham as reformas
constitucionais.
Durante sua longa tramitação na Câmara e no Senado, o projeto
de reforma da Previdência enfrentou resistência em pontos polêmicos como o fim
da aposentadoria por tempo de serviço, o aumento da idade mínima para
aposentadoria e do tempo de contribuição para homens e mulheres, a redução da
aposentadoria integral dos funcionários públicos e o fim das aposentadorias
especiais de parlamentares, militares, professores e juízes. Em março de 1995,
o projeto original elaborado pelo palácio do Planalto foi alterado na Comissão
de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, retardando sua tramitação.
Em maio de 1996, o governo sofreu nova derrota no Congresso com a aprovação de
três destaques supressivos que alteraram o projeto original. Posteriormente,
quando de sua tramitação no Senado, vários pontos foram restaurados, o que
provocou seu retorno à Câmara dos Deputados para nova apreciação. Nesse
período, a Previdência Social acumulou sucessivos déficits devido ao aumento
dos gastos em benefícios acima do nível de crescimento da arrecadação, chegando
à quantia de 3,7 bilhões de reais ou 0,42% do PIB em 1997.
A crise das bolsas de valores ocorrida no Sudeste asiático em
outubro de 1997 e o pacote fiscal de 51 medidas implementado pelo governo
brasileiro em 10 de novembro para enfrentar a crise aceleraram o processo de
votação das reformas constitucionais no Congresso, criando condições políticas
mais favoráveis para sua aprovação. Após uma longa e conturbada tramitação, o
projeto de reforma previdenciária foi finalmente votado em primeiro turno na
Câmara dos Deputados durante convocação extraordinária em fevereiro de 1998,
sendo parcialmente aprovado por 346 votos a 15. Dentre as principais medidas
então aprovadas, antes da apresentação de destaques pelos deputados, constavam
a definição da idade mínima para aposentadoria de 55 anos para mulheres e 60
para homens, o aumento do tempo de contribuição, o estabelecimento de um
redutor de 30% na aposentadoria dos servidores públicos, a proibição do acúmulo
de benefícios e o fim das aposentadorias especiais para parlamentares,
militares, professores universitários e juízes.
Stephanes
permaneceu no cargo de ministro da Previdência Social até o início de abril de
1998, quando licenciou-se do posto e reassumiu seu mandato na Câmara, ao mesmo
tempo em que articulava sua candidatura à reeleição nas eleições de outubro.
Foi substituído no ministério pelo senador Waldeck Ornelas (PFL-BA). Quando da
saída de Stephanes do ministério, ainda não haviam sido concluídos os trabalhos
de votação da reforma da Previdência Social na Câmara dos Deputados.
Em
outubro de 1998, ao tentar a reeleição, obteve apenas a terceira suplência. Em
novembro votou a favor do teto de 1.200 reais para aposentadorias no setor
público e do estabelecimento de idade mínima e tempo de contribuição no setor
privado, itens que definiram a reforma da Previdência. Deixou a Câmara em
janeiro de 1999, ao final da legislatura.
Tornou-se presidente do Banco do Estado do Paraná (Banestado)
em janeiro do mesmo ano por indicação do governador Jaime Lerner, empossado
pela segunda vez consecutiva no governo estadual no mês anterior. Stephanes
permaneceu na presidência do Banestado até outubro de 2000 tendo nessa condição
sido encarregado de promover o saneamento financeiro da instituição e comandar
a fase final do processo de privatização do banco que seria vendido ao Itaú no
mesmo mês por R$ 1.625,00 bilhões de reais. Entretanto, logo após o processo de
privatização do banco afastou-se de Jaime Lerner e do PFL paranaense por
discordar dos rumos dados ao processo de privatização do Banestado. Stephanes
considerava que, após um período de saneamento econômico-financeiro, o banco
poderia continuar operando como instituição estatal caso conseguisse manter os
índices de lucratividades obtidos durante sua gestão. Entretanto, autoridades
do governo Lerner, tais como o secretário da Fazenda Giovani Gionédis, eram
favoráveis à continuidade do processo de privatização do banco, tal como ficara
anteriormente acordado com o Banco Central. O predomínio dessa última posição
provocou o afastamento de Stephanes em relação ao grupo político de Jaime
Lerner e seu pedido de demissão dos cargos que ocupava em seu governo. Logo
após seu afastamento do governo deixou o PFL, transferindo-se em seguida para o
PMDB e aproximando-se politicamente do senador Roberto Requião então a
principal liderança de oposição a Jaime Lerner no estado do Paraná.
Em agosto de 2001 participou ativamente do movimento contra a
privatização da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel), surgido em
decorrência da tramitação do projeto de lei de iniciativa popular que impedia a
venda da empresa pelo governo do estado. O movimento culminou com a realização
de uma grande marcha contra a venda da Copel, em junho de 2001, que reuniu
cerca de 3.000 pessoas e resultou na entrega do projeto de iniciativa popular ─
com cerca de 140.000 assinaturas ─ ao presidente da Assembléia
Legislativa do Paraná (Alep), Hermas Brandão (PTB). Apesar da intensa
mobilização ocorrida em torno da coleta das assinaturas necessárias ao envio da
proposição para o legislativo estadual paranaense, o projeto acabou sendo
derrotado em tumultuada votação realizada na Assembléia Legislativa, em 20 de
agosto de 2001, por 27 votos contra 26. Entretanto, apesar da derrota do
projeto, a privatização da empresa estatal paranaense acabou não se consumando
em virtude dos atentados de 11 de setembro de 2001 e a subseqüente falta de
compradores para a companhia, o que foi interpretado pela opinião pública como
uma vitória do movimento contra a privatização da Copel fato que provocou
grande desgaste em Jaime Lerner e em seu grupo político.
No pleito de outubro de 2002 lançou-se candidato a deputado
federal pelo PMDB, obtendo apenas a primeira suplência com 78.429 votos. Logo
após as eleições, foi convidado para assumir a secretaria estadual de
Administração e Previdência (Seap) na gestão de Roberto Requião, eleito
governador do Paraná também em outubro de 2002. Em abril de 2003 começou a
funcionar na Assembléia Legislativa do Paraná uma Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) destinada a investigar o processo de privatização do Banestado.
Em dezembro de 2003, após oito meses de trabalho, o relatório final da CPI do
Banestado foi entregue ao ministério Público estadual contendo 1.200 páginas de
informações além de 40 mil documentos e 40 mil anexos, resultado das
investigações efetuadas pelos parlamentares. No relatório final, aprovado em
novembro de 2003, a CPI do Banestado recomendou à Justiça que o ex-governador
Jaime Lerner fosse denunciado por gestão temerária da instituição, assim como
outros dezessete ex-diretores do banco. Entretanto, nada foi imputado contra
Stephanes no período em que esteve à frente do banco. No mesmo dia da
divulgação do relatório, o governador Roberto Requião sancionou um projeto de
lei de autoria da CPI que impedia o estado de estabelecer contrato de exclusividade
com bancos privados para a movimentação as contas públicas.
Em junho de 2004 Stephanes foi nomeado para a secretaria do
Planejamento e Coordenação Geral do Paraná em substituição à Eleonora Fruet,
irmã do deputado federal Gustavo Fruet, que havia se desfiliado do PMDB logo
após ter sido derrotado na convenção do partido em Curitiba, que preferiu fazer
aliança com o PT a lançar candidato próprio à sucessão do prefeito Cássio
Taniguchi (PFL) nas eleições de outubro de 2004. Stephanes ocupou a secretaria
até outubro de 2005, quando tomou posse em seu mandato de deputado federal por
um curto período no lugar do deputado José Borba (PMDB), que renunciou ao cargo
para evitar o processo de cassação no Conselho de Ética que investigava os
envolvidos no escândalo do “mensalão”, suposto esquema de compra de votos de
parlamentares da base governista denunciando pelo deputado Roberto Jefferson
(PTB/RJ) no início do mesmo ano. Entretanto, no mês seguinte foi novamente
nomeado secretário de estado do Planejamento e Coordenação Geral do Paraná, sendo
substituído na cadeira de deputado pelo segundo suplente Claudio Rorato (PMDB).
Exerceu o posto de secretário de planejamento até março
de 2006, quando se licenciou do cargo para reassumir sua cadeira na Câmara dos
Deputados e para concorrer a um novo mandato de deputado federal nas eleições a
serem realizadas no mesmo ano. No pleito de outubro de 2006 elegeu-se para seu
sexto mandado de deputado federal pelo PMDB com 101.699 votos. Nas mesmas
eleições, fez parte de um Comitê formado por empresários e políticos paranaenses
organizado com o objetivo de fazer campanha para o voto combinado no candidato
do PSDB, Geraldo Alckmin, e no candidato do PMDB, Roberto Requião, no segundo
turno das eleições para a presidência da República e para o governo do estado,
contrariando setores majoritários de seu partido no Paraná que defendiam o voto
em Requião e Lula, os quais acabaram se reelegendo no segundo turno das
eleições.
Assumindo o mandato em fevereiro do ano seguinte logo
em seguida foi indicado por seu partido para integrar a comissão de Seguridade
Social e Família cargo que ocupou até março de 2007. Em 27 de março de 2007
tomou posse no cargo de ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do
segundo governo Lula em lugar do engenheiro agrônomo Luís Carlos Guedes Pinto. O mais cotado para assumir o cargo era o também peemedebista paranaense,
Odílio Balbinotti, vinculado à bancada ruralista. Entretanto, Balbinotti
desistiu de postular o ministério pressionado pela divulgação de um processo
por falsidade ideológica que respondia no Supremo Tribunal Federal (STF). A
nomeação de Stephanes para o cargo provocou reações de protesto de integrantes
da bancada ruralista na Câmara dos Deputados, que preferiam um candidato mais
vinculado às causas do agronegócio e às lutas históricas dos proprietários
rurais. Entretanto, mesmo com as pressões dos ruralistas foi confirmado no
cargo, sendo substituído no mandato de deputado pelo suplente Marcelo Almeida.
Em sua gestão foi um ativo defensor da agricultura
comercial de larga escala, buscando negociações de dívidas junto às áreas
econômicas do governo e promovendo programas de apoio à comercialização das
safras em momentos de preços desfavoráveis. Por causa dessa postura favorável
ao agronegócio, entrou por diversas vezes em conflito com entidades
ambientalistas e com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, obrigando a
intervenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitando que os dois
mantivessem suas divergências fora da imprensa. Procurou também dar maior
projeção política ao ministério da Agricultura, participando de discussões
importantes do governo como nos assuntos de clima, do novo código florestal e
da reforma do setor de mineração, dando ênfase ainda ao aumento da produção de
fertilizantes no país. Devido a essas propostas, granjeou amplo apoio de
setores ruralistas que inicialmente haviam resistido à sua posse no ministério.
Ainda em sua gestão o saldo da balança comercial brasileira do agronegócio de
2007 atingiu o recorde de US$ 49,7 bilhões, com alta de 16,4% sobre os US$ 42,7
bilhões de 2006, desempenho favorável que se manteve nos anos seguintes.
No pleito de outubro de 2008 entrou em divergência com
o governador Roberto Requião e com setores do PMDB paranaense ao declarar
abertamente apoio ao candidato Beto Richa, do PSDB, para a prefeitura de
Curitiba. Em novembro de 2009 manifestou sua intenção de licenciar-se do
ministério em março de 2010 para concorrer a novo mandato de deputado federal
no pleito de outubro deste ano.
Casou-se com Marlene de Almeida Stephanes com quem
teve quatro filhos. Um deles, Reinhold Stephanes Júnior, foi secretário da
Administração do Paraná no primeiro governo de Jaime Lerner (1995-1998), vereador
municipal em Curitiba pelo PFL e deputado estadual entre 2007 e 2011 pelo PMDB.
Além
de relatórios e artigos em revistas especializadas, publicou Notas sobre a
agricultura brasileira (1973), Política social e previdência social no
Brasil (1977), Previdência social e distribuição de renda (1978),
Agricultura paranaense (1980), A opção pela agricultura paranaense (1981),
Previdência social: um problema gerencial (1982); Previdência social:
uma solução gerencial e estrutural (1993) e Reforma da previdência sem
segredos (1998).
Sérgio Soares
Braga
FONTES: ASSEMB.
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