FELIPE,
Vanessa
*dep. fed. RJ
1995-1999.
Vanessa Poyares Tuffy Felipe nasceu no Rio de
Janeiro, em 1º de outubro de 1972, filha de Jorge Miguel Felipe e de Sílvia
Maria Poyares Felipe. Seu pai elegeu-se vereador no Rio de Janeiro em 1976,
reelegendo-se nos pleitos de 1988 e 1992.
Em 1992 Vanessa Felipe ingressou no curso de odontologia da
Universidade de Nova Iguaçu, ao qual não deu seguimento.
Em 1994 filiou-se ao Partido da Social Democracia Brasileira
(PSDB) e em outubro do mesmo ano elegeu-se deputada federal. Com suspeitas de
fraude devido ao número excessivo de votos em branco, o pleito foi no entanto
anulado pelo Tribunal Regional Eleitoral do estado (TRE-RJ). Realizada nova
eleição em novembro seguinte, Vanessa confirmou sua vitória, recebendo a
maioria de seus votos de sua base eleitoral no bairro de Bangu, na Zona Oeste
do Rio de Janeiro.
Iniciou o mandato em fevereiro de 1995 como a mais jovem
congressista do país. Membro titular da Comissão de Defesa do Consumidor, Meio
Ambiente e Minorias da Câmara, ainda em 1995 apresentou um projeto de lei
propondo a criação do Fundo de Apoio à Região Sudeste (FARS), cujo objetivo
básico seria o financiamento do combate à violência nos estados da região.
Apresentou também uma proposta instituindo o dia 1º de março como o Dia
Nacional do Combate ao Câncer de Mama, tendo defendido junto ao Ministério da
Saúde a criação de um centro especializado de prevenção e tratamento do câncer
ginecológico nos hospitais públicos.
Nas votações das emendas constitucionais propostas pelo
governo Fernando Henrique Cardoso (1995-1998) em 1995, votou a favor da quebra
do monopólio dos estados na distribuição de gás canalizado, da quebra do
monopólio das embarcações nacionais na navegação de cabotagem, da mudança no
conceito de empresa nacional, da quebra do monopólio estatal das
telecomunicações, da quebra do monopólio da Petrobras na exploração do petróleo
e da prorrogação do Fundo Social de Emergência (FSE), rebatizado de Fundo
de Estabilização Fiscal (FEF), que permitia que o governo gastasse 20% da
arrecadação de impostos, sem que estas verbas ficassem obrigatoriamente
vinculadas aos setores de saúde e educação.
Em fevereiro do ano seguinte, artigo do Jornal do Brasil citou
Vanessa como sendo integrante de um lobby formado na Câmara para a
legalização dos cassinos no Brasil.
Em julho de 1996, voltou para a universidade, sendo admitida
no curso de direito do Centro de Ensino Unificado de Brasília. Nesse mesmo ano,
na Câmara, votou contra a criação da Contribuição Provisória sobre Movimentação
Financeira (CPMF), sucessora do Imposto Provisório sobre Movimentação
Financeira (IPMF), imposto de 0,25% sobre transações bancárias, criado como fonte
complementar de recursos para a saúde.
No pleito de outubro de 1996, Vanessa integrou a campanha de
seu pai à vice-prefeitura do Rio na chapa do PSDB encabeçada por Sérgio Cabral
Filho. Habilitando-se para disputar o segundo turno de novembro seguinte com
Luís Paulo Conde, do Partido da Frente Liberal (PFL), Cabral Filho foi, no
entanto, derrotado pelo candidato pefelista.
Ainda em novembro, o TSE decidiu revogar o pleito de novembro
de 1994 e restabelecer o resultado de outubro daquele ano. Considerando que as
denúncias de fraude não tinham sido devidamente comprovadas, o tribunal
determinou uma nova diplomação da bancada do Rio de Janeiro, de acordo com o
resultado da primeira eleição. Vitoriosa nos dois pleitos, Vanessa foi
reempossada na Câmara em 17 de fevereiro de 1997, continuando a exercer
normalmente seu mandato.
Ainda em fevereiro, votou a favor da emenda que instituiu o
direito à reeleição para o presidente da República, governadores e prefeitos.
Declarando-se insatisfeita com o desempenho do governo de Marcelo Alencar
(1995-1998), e assediada por César Maia, ex-prefeito do Rio, saiu do PSDB em
junho de 1997, juntamente com seu pai, filiando-se ao PFL.
Em
novembro seguinte, também em apoio ao Executivo federal, votou favoravelmente
ao destaque do projeto de reforma administrativa do governo que instituiu a
possibilidade de demissão no serviço público por insuficiência de desempenho,
ou por excesso de gastos com pessoal.
A aprovação dos projetos de interesse do Executivo, em
especial a emenda da reeleição e as reformas administrativa e previdenciária,
foi questionada pela oposição, entre outros motivos, por ter sido supostamente
garantida com o loteamento de cargos entre os partidos da base governista. Em
março de 1998, o Jornal do Brasil revelou um levantamento feito pelo
Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, referente aos diretores nomeados pelo
governo para os hospitais federais localizados no estado. De acordo com a
lista, Vanessa Felipe teria indicado o responsável pela gerência estadual do
Ministério da Saúde no Rio.
Em outubro de 1998, Vanessa candidatou-se à reeleição, na
legenda do PFL, não obtendo sucesso. Em novembro, votou a favor do teto de
1.200 reais para aposentadorias no setor público e do estabelecimento de idade
mínima e tempo de contribuição para o setor privado, itens que definiram a
reforma da previdência. Deixou a Câmara em janeiro de 1999, ao final da
legislatura.
Foi casada, em primeiras núpcias, com Vítor Cunha, com quem
teve um filho. Casou-se pela segunda vez com Rodrigo Bethlem.
Gisela
Moura/Luís Otávio de Sousa
FONTES: CÂM. DEP. Deputados
brasileiros. Repertório (1995-1999); Folha de S. Paulo (27/11/94,
31/1/95, 14/1/96, 30/1 e 15/6/97, 5/2, 29/7 e 11/11/98); Globo (30/10/96
e 7/10/98); INF. BIOG.; Jornal do Brasil (22/2/96 e 29/3/98).