VIANA, Tião
* sen. AC 1999-2010; gov. Acre 2011-
Sebastião
Afonso Viana Macedo Neves nasceu em 9 de fevereiro de 1961 em
Rio Branco (AC), filho de Wildy Vianna das Neves e de Silvia Macedo das Neves.
Seu irmão, Jorge Viana, foi eleito governador do Acre (1999-2007) e senador,
com mandato para a legislatura 2011-2019.
Concluiu o curso ginasial em Rio Branco, em
1976. Mudou-se em 1977 para a cidade do Rio de Janeiro, onde cursou o primeiro
ano do curso científico, e em 1978 mudou-se para Brasília. Concluiu o curso
científico, atual ensino médio, em São Paulo, em 1979. Formou-se em medicina na
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará (UFPA) em 1986. Nos anos
seguintes especializou-se em Medicina Tropical e fez residência em Doenças
Infecciosas e Parasitárias em Brasília, voltando a Rio Branco no segundo
semestre de 1987. Clinicou nesta cidade, tendo sido médico voluntário no 4º
Batalhão Especial de Fronteiras do Estado do Acre de 1993 a 1994. Foi
representante regional do Estado do Acre da Sociedade Brasileira de Medicina
Tropical entre os anos de 1993 e 1997.
Durante o período em que praticou medicina
na cidade de Rio Branco se envolveu com algumas atividades públicas, a maior
parte delas relativas à criação de associações de auxílio de saúde, em especial
no caso de portadores do vírus do HIV, de hepatite B e da doença de Jorge
Lobo. Conquistou seu primeiro cargo
eletivo em 1998, quando elegeu-se senador pelo Acre na legenda do Partido dos
Trabalhadores (PT). Iniciou seu mandato em fevereiro de 1999.
Em 2001, após o escândalo da violação dos
votos secretos durante o mandato de Antônio Carlos Magalhães (PFL) como
presidente do senado, decorrido no ano anterior, Tião Viana propôs o fim do
voto secreto na casa. Ainda em 2001 foi
titular da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou as atividades
de Organizações Não-Governamentais (ONGs), em especial aquelas acusadas de
atenderem interesses contrários à soberania nacional.
Em 2003
concluiu seu doutorado em Medicina Tropical, pela Universidade de Brasília
(UnB). No decorrer do ano seguinte, foi titular da CPI dos Bingos, que
investigou possíveis associações entre lavagem de dinheiro, fruto de tráfico de
drogas e de armas, com as atividades de entretenimento eletrônico, após a
divulgação de denúncias envolvendo o assessor do então ministro da Casa Civil,
José Dirceu, Waldomiro Diniz, acusado de envolvimento em extorsão de empresas
do ramo de jogos. Entre 2005 e 2006 assumiu a vice-presidência do Senado
Federal.
Reelegeu-se senador nas eleições de 2006,
sendo reconduzido à vice-presidência da Casa na nova legislatura, de 2007 a
2009. Assumiu a presidência do senado a partir do licenciamento do senador do
Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB-AL), Renan Calheiros, ao
longo do ano de 2007. Renan foi acusado de receber dinheiro da empreiteira
Mendes Júnior, utilizado inclusive para pagamento de pensão oriunda de uma
relação extra-conjugal com a jornalista Mônica Veloso. Após meses de intenso
debate no Senado, envolvendo grande repercussão na mídia e na opinião pública
nacionais, Renan Calheiros foi obrigado a renunciar à presidência do Senado,
mas escapou da cassação de seu mandato.
Enquanto presidiu a Casa Legislativa, Viana
marcou sua conduta pela tentativa de moderação dos confrontos travados entre as
lideranças da oposição, principalmente do Democratas (DEM), do Partido da
Social Democracia Brasileira (PSDB) e do Partido Popular Socialista (PPS), que
pretendiam condenar Renan, e os aliados mais radicais deste, no PMDB e na base de
sustentação do Governo Luís Inácio Lula da Silva (2003-2011), no Senado. Durante
2007, também presidiu a CPI do Apagão Aéreo, que investigou a crise de operação
da aviação civil brasileira. Após completar o período regulamentar do mandato
assumido como presidente do senado, foi sucedido por Garilbaldi Alves Filho
(PMDB-RN).
Candidatou-se à
presidência do Senado em 2008 em eleição acirrada que culminou na vitória de
José Sarney (PMDB-AM). Durante seu mandato como senador, Viana
também atuou membro como titular do Conselho da Ordem do Congresso Nacional e das seguintes comissões: Assuntos Sociais; Constituição,
Justiça e Cidadania; Relações Exteriores
e Defesa Nacional; Comissão Especial de Segurança Pública; Comissão Mistas de
Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização; e Comissão Especial do Ato Conjunto
quanto ao rito das medidas provisórias que, uma vez editadas, pautavam o ritmo
e a ordem das atividades parlamentares.
Em 2010, concorreu
ao governo do Acre. O aumento de policiamento em Rio Branco e a valorização dos
servidores públicos estaduais foram duas de suas promessas de campanha. No
primeiro turno das eleições de outubro recebeu 170. 202 votos (50, 51% da
votação), e conquistou a vitória com
pequena margem de vantagem sobre o tucano Tião Bocalom, seu principal
adversário no pleito, votado por 165. 705 eleitores (49, 18% da votação).
Tomou posse do
cargo em 2011. Em meados de 2013, com o apoio do governo Federal, do Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) o governador lançou o programa “Ramais do
Povo”, um dos símbolos de sua gestão no
governo acreano, destinado à pavimentação, construção de pontes e bueiros e
conservação de estradas rurais, com vistas ao escoamento de produtos agrícolas
obtidos no interior do estado.
Nas eleições de 2014, concorreu à reeleição e
no primeiro turno obteve 49, 73% dos votos, que lhe garantiram uma vaga no
segundo turno contra Bittar, do PSDB, votado por 30, 10% dos eleitores. Durante
campanha realizada pelos municípios do Acre, Tião Viana defendeu o ensino
integral e a criação do sistema bilingue nas escolas públicas, além de políticas
para desenvolvimento urbano e
infra-estrutura, criação de empregos, construção de casas populares e a
ampliação do programa “Ramais do Povo”. Numa disputa acirrada, o petista venceu
o segundo turno com 196. 509 votos (51, 29% da votação), contra os 186. 658
votos (48, 71% da votação) obtidos por Marcio Bittar.
Tomou posse em janeiro de 2015, apontando
que um de seus desafios da gestao que se iniciava era combater o analfabetismo
em maiores de 15 anos de idade. Em março de 2016 passou a ser investigado na
Operação Lava Jato, que averiguou suposto envolvimento de parlamentares em um
esquema de desvio de dinheiro da Petrobrás. Na ocasião, suspeitava-se que Viana
teria recebido R$ 300 mil em sua campanha ao Senado, em 2010, por meio de uma
das empresas fornecedoras da Petrobrás. Em outubro de 2016, por unanimidade, os
ministros da corte do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) decidiram acatar a
recomendação da Procuradoria Geral da República (PGR) pelo arquivamento das
investigações contra o governador. De acordo com o portal G 1, na solicitação
da PGR, a então vice-procuradora-geral
da República, Ela Wiecko, reconhecia a ligação entre o repasse e o esquema de
corrupção na Petrobras, mas não encontrou provas de que Tião Viana soubesse que
o dinheiro doado tinha relação com os desvios na Petrobras.
Além de suas atividades políticas, no
decorrer de sua trajetória profissional Tião Viana tornou-se membro da Sociedade
Brasileira de Medicina Tropical, da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, da Academia
Acreana de Medicina e do Conselho de Administração da Rede Sarah de Hospitais
do Aparelho Locomotor, além de ser integrante da Academia Acreana de Letras.
Casou-se com
Marlúcia Cândia de Oliveira Neves, com quem teve três filhos.
FONTE: Portal da Folha de São Paulo. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/>. Acesso em 30/01/2017; Portal G1.
Disponível em: <http://g1.globo.com/>.
Acesso em 30/01/2017; Portal do Governo do estado do Acre. Disponível em: <http://www.ac.gov.br/>. Acesso 30/01/2017; Portal
do Jornal do Brasil. Disponível em: <www.jb.com.br>. Acesso em
30/01/2017; Portal do Senado Federal. Disponivel em:
<http://www25.senado.leg.br/>. Acesso em 30/01/2017; Portal de Tião
Viana. Disponível em : <http://www.tiaoviana.com>.
Acesso em 14/09/2009.