ROSSI,
Wagner
*dep. fed. SP
1991, 1994-1999 e 2001-2003; min. Agric. 2010-2011.
Wagner Gonçalves
Rossi nasceu na cidade de São Paulo no dia
27 de janeiro de 1943, filho de João Rossi e de Ema Gonçalves Rossi.
Em 1961 iniciou o curso de direito na Universidade de São
Paulo (USP), bacharelando-se em 1965. Alguns anos depois, em 1972, começou a
estudar administração de empresas na Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp),
no interior de São Paulo, concluindo o curso em 1974. Em 1977 concluiu o mestrado
em administração educacional na Universidade de Campinas (Unicamp) e começou a
lecionar economia industrial na USP. No ano seguinte, tornou-se professor de economia
da educação na Unicamp. Entre 1978 e 1980 estudou na Bowling Green, em Ohio, Estados Unidos,
doutorando-se em economia da educação nesse último ano.
Em 1981, de volta ao Brasil, filiou-se ao Partido do
Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Nessa legenda elegeu-se deputado
estadual nas eleições de novembro de 1982. Licenciando-se da função docente na
USP e na Unicamp, foi empossado na Assembleia Legislativa de São Paulo em
fevereiro de 1983 e participou dos trabalhos como líder do PMDB e do governo, e
presidente das comissões de Educação e de Controle e Fiscalização.
No pleito de novembro de 1986, reelegeu-se deputado estadual,
desta feita constituinte. Foi relator da Comissão da Ordem Econômica e Social,
mas ainda em 1987 licenciou-se do mandato para assumir a Secretaria de Esportes
e Turismo do Estado de São Paulo na administração Orestes Quércia (1987-1991),
cargo no qual permaneceu até o ano seguinte. De volta à Assembleia Legislativa,
licenciou-se novamente em 1990 para assumir, durante alguns meses, a pasta da
Educação. Após desincompatibilizar-se do cargo, nas eleições de outubro desse
ano elegeu-se deputado federal na legenda do PMDB.
Empossado na Câmara dos Deputados em fevereiro de 1991, no
mês seguinte licenciou-se por ter sido nomeado secretário de Infraestrutura
Viária do Estado de São Paulo, no governo de Luís Antônio Fleury Filho
(1991-1995), e foi substituído por Roberto Rolemberg. Permaneceu na secretaria até
janeiro de 1994. De retorno à Câmara, integrou a Comissão de Ciência e
Tecnologia, Comunicação e Informática, votou a favor da criação do Fundo Social
de Emergência (FSE), que permitia ao governo retirar recursos de áreas como
saúde e educação para ter maior liberdade de administração das verbas, e contra
o fim do voto obrigatório.
Reeleito
deputado federal em outubro de 1994, com votos na maior parte provenientes de
sua base eleitoral em Ribeirão Preto, iniciou novo mandato em fevereiro do ano
seguinte. Nas votações das emendas constitucionais propostas pelo governo
Fernando Henrique Cardoso em 1995, votou a favor da quebra do monopólio dos
estados na distribuição de gás canalizado e das embarcações nacionais na
navegação de cabotagem, da mudança no conceito de empresa nacional, da quebra
do monopólio da Petrobras na exploração de petróleo e do Estado nas
telecomunicações (apenas no primeiro turno, pois faltou à votação em segundo
turno).
Ainda
em 1995, foi escolhido para presidir a comissão especial da Câmara responsável
pelo estudo das modificações na estrutura do Poder Judiciário e coordenar a
subcomissão especial sobre o órgão regulador de telecomunicações da Comissão de
Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática. No ano seguinte, foi indicado primeiro-vice-presidente
da Comissão Especial sobre o Voto Facultativo e Inelegibilidade. Em junho de
1996, votou contra a criação da Contribuição Provisória sobre Movimentação
Financeira (CPMF) — que substituiu o Imposto Provisório sobre Movimentação
Financeira (IPMF) —, imposto de 0,2% sobre transações bancárias criado como
fonte complementar de recursos para a saúde.
Em janeiro-fevereiro de 1997 votou a favor da emenda da
reeleição para presidente da República, governadores e prefeitos, e em novembro
seguinte pronunciou-se favoravelmente à quebra da estabilidade do servidor
público, item da reforma administrativa. Ainda em 1997, foi primeiro-vice-líder
do PMDB e membro titular da Comissão de Relações Exteriores. No ano seguinte,
participou dos trabalhos legislativos como membro da Comissão de Constituição e
Justiça.
Na convenção nacional do PMDB realizada em 15 de setembro de
1998, foi eleito segundo vice-presidente da agremiação. No pleito de outubro,
candidatou-se à reeleição e obteve uma suplência. Em novembro, votou a favor do
teto de 1.200 reais para aposentadorias no setor público e do estabelecimento
de idade mínima e tempo de contribuição para o setor privado, itens que
definiram a reforma da Previdência. Deixou a Câmara em janeiro de 1999, ao
final da legislatura. Em maio desse ano, assumiu a presidência da Companhia
Docas do Estado de São Paulo (Codesp).
Como
suplente, exerceu o mandato de janeiro de 2001 até o fim da legislatura, em janeiro
de 2003. Nesse período, foi membro titular das comissões de Constituição e
Justiça e de Redação; de Educação, Cultura e Desporto; e de Fiscalização
Financeira e Controle. Participou também da comissão parlamentar de inquérito
(CPI) que investigou possíveis irregularidades no Programa de Estímulo à
Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro (Proer) e foi vice-líder
do PMDB.
Foi nomeado, em Junho de 2007, presidente da Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab), empresa pública vinculada ao Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Em 2010, com a desincompatibilização de Reinhold Stephanes do
cargo de ministro para concorrer nas eleições agendadas para Outubro, Wagner
Rossi foi o indicado para assumir a pasta, tendo sido empossado em 31 de Março
de 2010. No comando da pasta, sua gestão
teve como marca a desburocratização e modernização dos processos e registros de
produtos e produtores do setor, além da concessão de financiamentos e linhas de
créditos favoráveis.
Nas eleições de Outubro daquele ano, o PT logrou êxito ao
fazer a sucessora de Lula, Dilma Rousseff, então eleita com 55 milhões de votos
e empossada em Janeiro de 2011. Definida a composição ministerial, Wagner Rossi
foi mantido no comando da pasta da Agricultura.
No mês de Julho de 2011, entretanto, a exoneração de um
diretor recém-admitido pela CONAB deu início a uma série de denúncias de
corrupção no Ministério. Os casos, que envolviam desde tráfico de influência e
utilização de documentos falsificados, até corrupção ativa e pagamento de
propina, foram todos contestados e veementemente negados por Wagner Rossi.
Pressionado, porém, cedeu e, em Setembro, pediu demissão. No Ministério, foi
sucedido por Mendes Ribeiro Filho.
Casou-se com Liliana Tenuto Rossi, com quem teve cinco
filhos. Viúvo, casou-se com Sinei Biancoli Rossi. Seu filho Luís Felipe Baleia
Tenuto Rossi, também do PMDB, foi vereador em Ribeirão Preto por três mandatos
consecutivos, entre 1993 e 2002, eleito deputado estadual em 2002,2006 e 2010,
e, empossado deputado federal em 2015.
Publicou as seguintes obras: Capitalismo e educação (1978),
a introdução do livro Makarenko, antologia das conferências sobre educação
infantil (1981), O papel do pedagogo na sociedade (1981),
Pedagogia do trabalho I — raízes da educação socialista (1981) e Pedagogia
do trabalho II — caminhos da educação socialista (1982).
Alexandra
Tostes
FONTES: CÂM. DEP. Deputados
brasileiros. Repertório (1995-1999); Folha de S. Paulo (18/9/94, 31/1/95,
14/1/96, 29/9 e 6/11/98); Globo (16/9/98); INF. Assessor; TRIB. SUP.
ELEIT. Dados (1998); Portal da Agência Brasil de Notícias. Disponível
em: <http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/>. Acesso em 03/06/2015;
Portal do jornal Estado de S. Paulo (4/11/95, 8/10/98). Disponível em: <http://www.estadao.com.br/>.
Acesso em 03/06/2015; CONAB. Notícias. (22/6/2007). Disponível em:
<http://www.conab.gov.br/conabweb/>. Acesso em: 11/11/2009.