PAWLEY,
William
*diplomata norte-americano; emb. EUA no Brasil
1946-1948.
William Douglas Pawley nasceu
em Florence, Carolina do Sul, nos Estados Unidos, no dia 7 de setembro de 1896,
filho de Edward Porcher e de Irene Wallace Porcher.
Estudou em colégios particulares em Havana e em Santiago de
Cuba. Posteriormente cursou em seu país a Academia Militar de Gordon, na
Geórgia.
Agente
de uma companhia exportadora, estabeleceu relações comerciais com os países
latino-americanos. Empresário, em 1928 foi um dos organizadores da Companhia
Nacional Cubana de Aviação, incorporada em 1932 à Pan American Airways. Além da
presidência dessa companhia, exerceu a presidência da Intercontinent
Corporation, em Nova Iorque. Em 1934 dedicou-se à organização da primeira
companhia de transportes aéreos da China, a China National Aviation
Corporation, tendo construído as três primeiras oficinas de montagem de aviões
naquele país. Instruindo mais de 14.500 jovens hindus na mecânica aeronáutica,
implementou a criação, em 1940, da Hindustan Aircraft Manufacturing Company, em
Bangalore, na Índia, tornando-se seu presidente.
Ainda em 1940, por ocasião da Segunda Guerra Mundial,
organizou no Extremo Oriente, juntamente com o general Claire Chennault, um
grupo de pilotos voluntários, conhecidos como os “tigres voadores”, extinto
dois anos depois. Em 1944 construiu a primeira fábrica de sulfato de amônia da
Índia em Travancore.
Embaixador
dos Estados Unidos no Peru de 1945 a 1946, neste último ano foi designado pelo
presidente Harry Truman (1945-1953) para ocupar a embaixada americana no
Brasil, em substituição a Adolf Berle Junior. Em fevereiro de 1947 recebeu um
telegrama confidencial de Allan Dawson, chefe da Divisão de Assuntos
Brasileiros do Departamento de Estado norte-americano, sugerindo que a
embaixada no Brasil designasse um conselheiro para a comissão criada pelo
presidente Eurico Dutra (1946-1951) com o objetivo de redigir um projeto
normativo da exploração do petróleo no país. O telegrama sugeria ainda que a
embaixada exercesse sua influência discretamente e deixasse o caminho aberto
para que, caso o projeto fosse contrário aos interesses dos EUA, o Departamento
de Estado e ela própria adotassem uma posição formal. No mês seguinte William
Pawley telegrafou ao secretário de Estado norte-americano George Marshall,
notificando que havia tomado conhecimento do projeto sobre o petróleo através
de informações do ministro da Agricultura, Daniel de Carvalho (1946-1950), e
que o mesmo lhe parecia inaceitável. Afirmava ainda que havia procurado o
ministro das Relações Exteriores, Raul Fernandes (1946-1951), para solicitar ao
Brasil que estudasse os projetos petrolíferos da Colômbia e da Venezuela.
Ainda
em setembro de 1947 foi delegado à Conferência Interamericana pela Manutenção
da Paz e Segurança Continental, realizada em Petrópolis (RJ). Na ocasião tentou
promover um encontro entre George Marshall e o general Pedro Aurélio de Góis
Monteiro, preocupado em convencer os líderes militares brasileiros da
necessidade de o Brasil possuir uma legislação petrolífera satisfatória e que
melhor se adequasse aos interesses das companhias exploradoras. Em 1948 foi
delegado à IX Conferência Internacional dos Estados Americanos, realizada em
Bogotá, na Colômbia. Nesse mesmo ano deixou a embaixada dos Estados Unidos no
Brasil, sendo substituído por Herschell Johnson.
Em
1949 organizou e tornou-se presidente da Autobuses Modernos, em Havana, Cuba.
Em 1951 foi assistente do secretário de Estado em Washington, e desse ano até o
seguinte assistente da Secretaria de Defesa. Em 1954 voltou a trabalhar no
Departamento de Estado.
Membro do Partido Republicano em seu país, foi também
proprietário e presidente da Miami Beach Railway Company, da Miami Transit
Company, da Clifton Corporation, da Talisman Sugar Corporation, além de diretor
da Florida National Bank and Trust Company. Foi ainda diretor da Fundação de Pesquisas
George Marshall em Lexington, Virgínia (EUA).
Faleceu em Miami Beach, Flórida (EUA), no dia 7 de janeiro de
1977.
Foi casado com Annie Hahr Dobbs, com quem teve quatro filhos
e, em segundas núpcias, com Edna Earle Cadenhead.
FONTES: CORRESP.
EMB. EUA; HIRSCHOWICZ, E. Contemporâneos; Jornal do Brasil (8/1/77);
Veja (26/7/72); Who’s who in America; Who’s who in America with.