ZZARATTINI, Ricardo
*dep. fed. SP 2004-2005
Ricardo Zarattini Filho nasceu em Campinas (SP) no dia
06 de fevereiro de 1935, filho de Ricardo Zarattini e Annita Zarattini.Ricardo
Zarattini iniciou cedo sua militância política. Participou em 1952 da campanha
"O petróleo é nosso", a partir da qual foi criada a Petrobras, quando
se aproxima do Partido Comunista do Brasil (PCB). Foi presidente da União
Estadual dos Estudantes de São Paulo entre 1959 e 1960 e participou em 1961 da
mobilização pela posse de João Goulart na Presidência da República. Em 1962 se
formou em engenharia civil pela Escola Politécnica da USP e no mesmo ano
trabalhou na Companhia Siderúrgica Paulista (COSIPA) e mesmo na condição de
engenheiro, atuou em conjunto com os operários metalúrgicos da Baixada Santista
de diversas lutas sindicais e greves, incluindo a conquista do 13º salário. Foi
diretor do Sindicato dos Metalúrgicos da cidade de Santos, SP, no ano de 1962.
Foi demitido da Cosipa após participar de uma greve na empresa. Depois
disso, foi trabalhar numa empresa privada, a Máquinas Moreira, que produzia
equipamentos agrícolas, e a partir dessa empresa foi designado para instalar
silos em diversos estados do Nordeste.
Em Pernambuco, ainda antes de 1964, se aproximou da esquerda por meio do
movimento estudantil e travou contato com o movimento sindical da zona
canavieira. Após o golpe militar em abril de 1964, passou a atuar
clandestinamente na reorganização do movimento sindical dos trabalhadores
rurais naquela região. Em 10 de dezembro de 1968, três dias antes da decretação
do AI-5 (Ato Institucional n. 5), Zarattini foi preso e torturado. Chamado de
"Professor", quando preso no Quartel Dias Cardoso, no Recife, ensinou
matemática e português a cabos e sargentos e, graças à colaboração deles, fugiu
da prisão. Após a fuga, obteve abrigo no Convento das Dorotéias, com ajuda de
Dom Helder Câmara, até voltar para São Paulo no ano seguinte.
Em São Paulo, Zarattini foi preso novamente no dia 26 de julho de 1969
pela OBAN (Operação Bandeirantes) do DOPS (Departamento de Ordem Política e
Social) órgão de segurança do regime ditatorial, onde sofreu torturas mais uma
vez. Neste mesmo ano, uma ação conjunta de organizações revolucionárias (Ação
Libertadora Nacional – ALN – e Movimento Revolucionário 8 de outubro – MR-8)
exigiu a libertação de 15 presos políticos, entre eles Gregório Bezerra,
Wladmir Palmeira, José Dirceu e o próprio Ricardo Zarattini, em troca da
libertação do embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick, capturado por
aquelas organizações. O governo militar decretou o banimento indefinido para os
15 presos políticos libertos naquela ação. Zarattini deixou a prisão para o
exílio no México, onde foi redator do jornal Excelsior, e posteriormente seguiu
para Cuba, onde viveu por quase dois anos.
Depois de viajar pela Coréia do Norte, China, URSS, Itália e França,
fixou-se no Chile em 1971 na condição de exilado político. A deposição de
Salvador Allende, em 1973, obrigou Zarattini a ir para a Argentina e no ano
seguinte (1974) retornou ao Brasil onde permaneceu na condição de banido e
clandestino.
Em maio de 1978, Zarattini foi preso e levado para a Rua Tutóia, sede do
Doi-Codi, sofrendo diversas sessões de tortura. Após semanas, foi transferido
para o presídio militar do Barro Branco, que funcionou como presídio político
no período da ditadura, onde ficou até 1979, quando a Anistia foi aprovada e os
presos políticos libertados, sendo o primeiro brasileiro a ter o banimento
revogado, filiando-se em seguida ao Partido Democrático Brasileiro (PDT), de
Leonel Brizola.
No início dos anos 1980, Zarattini participou da Conferência Nacional
das Classes Trabalhadoras (CONCLAT) e do apoio às greves dos metalúrgicos do ABC
paulista, tendo participado de diversos movimentos populares e democráticos. Em
1982, Zarattini foi candidato a deputado federal pelo Partido do Movimento
Democrático Brasileiro (PMDB), na condição de militante e dirigente do MR-8
(Movimento Revolucionário 8 de outubro), não se elegendo.
Trabalhou também como assessor parlamentar na Assembleia Nacional
Constituinte entre 1987 e 88. Em 1992, coordenou a primeira campanha do filho,
Carlos Zarattini, candidato a uma vaga para vereador da cidade de São Paulo,
que obteve uma suplência.
Em 1993, a convite de Leonel Brizola, foi trabalhar na Assessoria
Técnica da Liderança do PDT na Câmara dos Deputados. Participou das campanhas
de Lula a presidência, nos anos de 1994 e 1998. Permaneceu até 2002 como
assessor da liderança do PDT, embora filiado ao PT.
Em 2002, Zarattini candidatou-se a deputado federal em São Paulo pela
legenda do Partido dos Trabalhadores, obtendo uma suplência. Trabalhou na Casa
Civil por 13 meses, de 2003 a 2004, como assessor especial da Secretaria de
Relações Parlamentares da Casa Civil, com a missão de acompanhar no Congresso
Nacional a tramitação das Medidas Provisórias editadas pelo presidente Lula.
Em janeiro de 2004, com a posse de Aldo Rebelo como ministro da
Coordenação Política e Relações Institucionais do governo Lula, Zarattini ocupa
a vaga de deputado federal. Como membro da base governista, atuou intensamente
na defesa do governo Lula, mas também surpreendeu ao defender em abril de 2005,
na sessão solene em comemoração ao Dia do Exército, o reajuste salarial dos
militares, sendo ovacionado pelas mulheres de militares. Como deputado federal,
Zarattini foi ainda relator da Lei de Inovação Tecnológica que permitiu que a
pesquisa tecnológica se desenvolvesse no país, onde novas e modernas
tecnologias brasileiras pudessem ser adotadas nas empresas, o que aumentou a
produtividade e barateou os produtos, além de gerar empregos com melhores
salários, garantindo mais investimentos em pesquisa e desenvolvimento
tecnológico.
Em abril de 2005 foi lançada a biografia de Ricardo Zarattini,
“Zarattini – a paixão revolucionária”, escrito por José Luiz Del Roio, com
prefácio de Franklin Martins, ministro da Comunicação Social do governo Lula.
Zarattini exerceu o mandato de deputado federal até junho do mesmo ano, quando
Zé Dirceu deixa a Casa Civil para retornar a Câmara dos Deputados.
Em 2007 recebeu da Câmara Municipal de São Paulo o título de Cidadão
Paulistano.
Nas eleições de 2010, concorreu ao Senado como primeiro suplente do
candidato Netinho de Paula, do PC do B, que não foi eleito. Foi casado com
Alceste Rolim de Moura, teve um casal de filhos, dentre eles, Carlos Zarattini,
que foi vereador, deputado estadual e deputado federal por São Paulo pela
legenda do Partido dos Trabalhadores (PT). Em 1981 casou-se com Zélia.
Orson
Camargo
FONTES: Del Roio, José Luiz.
Zarattini,
a paixão revolucionária. Ed., 2006; Portal da
Câmara dos Deputados. Disponível em: <www.camara.gov.br>. Acesso em 02/06/2009;
Portal da Fundação Seade-SP. Disponível em: <www.seade.gov.br>. Acesso em
09/06/2009; Portal do Jornal Folha de S.
Paulo. Disponível em: <www.folha.uol.com.br>. Acesso em 17/06/2009 e 06/06/2013;
Portal pessoal
do deputado Ricardo Zarattini. Disponível em: <www.zarattinipt.com.br>.
Acesso em 26/06/2009; Portal pessoal do deputado Zé Dirceu. Disponível em:
<www.zedirceu.com.br>. Acesso em 12/11/2009.
.