AÇÃO IMPERIAL PATRIONOVISTA
AÇÃO IMPERIAL PATRIONOVISTA
Organização neomonárquica, católica e corporativista, fundada
em 1928 com a finalidade de restaurar a monarquia tradicional, caracterizada
como um regime apoiado no rei, na Igreja Católica e nas corporações medievais.
“Sem religião católica e sem rei não pode haver corporativismo.” O patrionovismo
rejeitava o Império brasileiro, que, influenciado pelo liberalismo, aboliu na
constituição as corporações de ofício, seus juízes, escrivães e mestres.
O programa patrionovista colocava em primeiro plano seu
credo: restauração do privilégio do catolicismo e “religião obrigatória nas
escolas públicas, nos quartéis, institutos hospitalares e correcionais etc”. Em
seguida, desenvolvia a tese da monarquia associada à restauração de um
“imperador responsável que reine e governe, escolhendo livremente os seus
ministros” e a organização do Estado imperial sobre a “base municipal
sindicalista”. Os patrionovistas lutavam pela implantação do corporativismo
alicerçado “numa organização sindical das classes profissionais, de produção
espiritual e econômica...., como base da verdadeira representação nacional”.
Por fim, defendiam uma política internacional “nacionalista, altiva e cristã”.
Muitos patrionovistas ingressaram na Sociedade de Estudos
Políticos (SEP) e acompanharam a fase inicial da Ação Integralista Brasileira
(AIB) até o momento em que, por definição do secretário nacional de doutrina,
Miguel Reale, ficou estabelecido o caráter “republicano” do futuro Estado
integral. A partir desta época os patrionovistas afastaram-se do integralismo.
A
organização corporativa do Estado foi minuciosamente descrita pelo
patrionovista Paim Vieira no âmbito de uma “monarquia orgânica e integral”,
exaltando os méritos das corporações medievais nas quais a perfeição moral era
indispensável à “ascendência moral e profissional..., e o trabalho era uma
honra”, a “religião, o esteio em que repousa toda essa portentosa estrutura
econômico-político-social”. Em face da anarquia do trabalho provocada pelo
regime liberal, o autor sugere a solução corporativa cristã: “A organização corporativa,
por si só, não realiza a harmonia das classes. Ela é simplesmente o instrumento
de que o espírito cristão é a energia. Não há corporativismo leigo.
Sindicalismo sem Deus é absurdo.”
Hélgio Trindade
colaboração
especial
FONTES: