CASA DO ESTUDANTE DO BRASIL
CASA
DO ESTUDANTE DO BRASIL
A Casa do Estudante do Brasil foi a primeira entidade
estudantil de âmbito nacional visando a assistência social aos estudantes e a
promoção, difusão e intercâmbio de obras e atividades culturais.
Em
13 de agosto de 1929, um grupo de estudantes universitários de todas as escolas
superiores do então Distrito Federal, mais os representantes das escolas Naval
e Militar, em assembléia promovida pelo Centro Acadêmico Cândido de Oliveira
(CACO), da Faculdade Nacional de Direito, criou a Casa do Estudante do Brasil,
aclamando presidente Ana Amélia Queirós Carneiro de Mendonça e secretário
Pascoal Carlos Magno. Pelo Decreto nº 20.559, de 23 de outubro de 1931, o
presidente Getúlio Vargas doou à instituição 730 contos de réis provenientes de
fundos angariados em campanhas populares logo após a Revolução de 1930, com a
finalidade inicial de contribuir no pagamento das dívidas externas brasileiras.
A entidade dispunha, também, de uma subvenção anual do Ministério da Educação.
Os estatutos da entidade foram organizados por uma comissão de estudantes de
direito, sob a orientação do professor Castro Rebelo. Foram criados os
departamentos e serviços internos em favor da classe acadêmica, sendo
estudantes todos os primeiros diretores dos mesmos.
Em
1942, a Casa do Estudante do Brasil deu início à construção de sua sede
própria, no Rio de Janeiro, um edifício de 12 andares onde vieram a se instalar
quase todos os seus serviços e departamentos. A entidade organizou um
restaurante, uma residência e um bureau de empregos para estudantes, o
primeiro serviço de matrículas gratuitas ou com abatimento e um serviço médico
gratuito. No terreno do intercâmbio, criou um serviço de correspondência
escolar nacional, ligando os estudantes de todo o país, bem como um serviço de
correspondência escolar internacional, filiado ao Instituto de Cooperação
Intelectual da antiga Liga das Nações. No setor cultural, foi pioneira na
criação do Teatro do Estudante do Brasil, da Orquestra Sinfônica Universitária,
da Livraria-Editora, surgida das primitivas feiras de livros, e na edição da
revista Rumo.
Em
1932, a Casa do Estudante do Brasil recebeu a visita de dois estudantes
poloneses que sugeriram sua filiação à Confédération Internationale des
Étudiants, sediada em Bruxelas, entidade que reunia associação de estudantes de
quase todos os países. Para isso, a Casa do Estudante do Brasil precisava se
transformar em entidade representativa dos estudantes de todas as escolas
superiores do país. Com esse fim, a entidade convocou um conselho nacional de
estudantes, previsto em seus estatutos, esperando receber dele esse status. No
entanto, o conselho acabou por criar a União Nacional dos Estudantes (UNE), em
1938, a qual assumiu a representação pretendida pela Casa do Estudante do
Brasil. A partir daí, esta entidade restringiu-se a promoções culturais locais,
funcionando como um órgão de distribuição de favores governamentais.
Luís
Antônio Cunha
colaboração especial
FONTE:
POERNER, A. Poder.