GRUPO DE AÇÃO POLÍTICA PRÓ-DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL (GAP)
GRUPO
DE AÇÃO POLÍTICA PRÓ-DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL (GAP)
Movimento interpartidário constituído na Câmara Federal em
meados de 1957. Era composto por cerca de cem parlamentares do Partido Social
Democrático (PSD) e do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), agremiações que
davam sustentação política ao governo do presidente Juscelino Kubitschek, e
mais 40 deputados de partidos da oposição. Adotando uma linha de atuação
nacionalista, não chegou a funcionar plenamente, confundindo-se com a Frente
Parlamentar Nacionalista, movimento igualmente interpartidário surgido no
Congresso no final de 1955 e do qual muitos membros do próprio GAP faziam
parte.
Em julho de 1957, o deputado federal Bento Gonçalves Filho,
do Partido Republicano (PR) de Minas Gerais, leu o manifesto do GAP na Câmara.
Segundo o documento, o objetivo central do movimento era “coordenar a ação político-administrativa
de modo a conduzir o país a um tipo de desenvolvimento econômico que lhe
assegurasse plena autonomia”. Para que esse desenvolvimento independente se
concretizasse, o GAP preconizava uma série de medidas, entre as quais as
seguintes: formação de uma frente nacional para a defesa do desenvolvimento
brasileiro, congregando “todas as forças vivas da nação”; nacionalização e
monopólio estatal das fontes de energia e dos minerais estratégicos
considerados indispensáveis à defesa nacional; fortalecimento das indústrias de
base, principalmente da siderurgia, da química e da mecânica pesadas; monopólio
estatal de todas as fases de exploração do petróleo, desde a pesquisa até a
distribuição; transformação da estrutura agrária, possibilitando o acesso do
homem do campo à terra, e estabelecimento de relações diplomáticas com todos os
países do mundo.
Em termos estritamente políticos, o GAP pretendia recuperar o
prestígio do Legislativo, levando-o a discutir questões de real interesse da
coletividade. Pretendia também disciplinar e ordenar os trabalhos legislativos
e lutar pelo equilíbrio orçamentário. Por outro lado, o movimento tinha a
intenção de transformar em projetos de lei os itens da sua plataforma
nacionalista, tendo, nesse sentido, entrado em entendimento com o ministro da
Justiça, Nereu Ramos, que se declarara formalmente solidário com o seu
programa.
A direção do GAP era formada pelos deputados Bento Gonçalves
(presidente), Dagoberto Sales, do PSD de São Paulo (primeiro-vice-presidente),
Josué de Castro, do PTB de Pernambuco (segundo-vice-presidente) e mais Abguar
Bastos, do PTB de São Paulo, Sérgio Magalhães, do PTB do Distrito Federal, Nita
Costa, do PTB da Bahia, Hermógenes Príncipe e Hildebrando de Góis, ambos do PR
da Bahia, Colombo de Sousa, do Partido Social Progressista (PSP) do Ceará e
Teotônio Monteiro de Barros, do PSP de São Paulo.
Sérgio Lamarão
FONTES: Nacional (6
a 12/8/57); Novos Rumos (20 a 26/3/59); Semanário, Rio (18 a 25/7/57).