PARTIDO
EVOLUCIONISTA DE MATO GROSSO
Partido político mato-grossense fundado em 1934 para
congregar as forças de oposição ao governo do interventor Leônidas Antero de
Matos, apoiado pelo Partido Liberal Mato-Grossense. Cindiu-se em 1936, passando
seus membros a integrar, de um lado, o Partido Republicano Mato-Grossense, e,
de outro, a Aliança Mato-Grossense.
Nas eleições estaduais de 10 de outubro de 1934, o Partido
Evolucionista de Mato Grosso elegeu 15 deputados estaduais e três deputados
federais (Generoso Ponce, Alberto Fernandes Trigo Loureiro e Carlos Vandoni de
Barros). Destes três, os dois últimos haviam pertencido ao Partido Liberal em
1933, passando depois para o Partido Evolucionista.
Embora identificado como partido de oposição ao interventor,
o Partido Evolucionista não congregava a totalidade dos oposicionistas, pois
dentro do próprio partido da situação existia uma facção contrária ao governo.
A Assembléia Constituinte Estadual, composta de nove
deputados do Partido Evolucionista e 15 do Partido Liberal, além de preparar a
Constituição do estado, deveria eleger o governador constitucional de Mato
Grosso e dois senadores. Em função destas eleições, as forças políticas do
estado vinham-se articulando desde junho de 1934.
O
governo do interventor Leônidas de Matos vinha provocando a insatisfação geral
devido à precária situação financeira do estado. Essa situação remontava à
administração anterior, de Mário Correia da Costa, que exercera o governo do
estado de 1926 a 1930. Neste período, Leônidas de Matos fora chefe de polícia.
Devido a divergências pessoais, porém, Mário Correia da Costa e Leônidas de
Matos haviam-se desentendido, tornando-se inimigos políticos.
Em
1934, durante a interventoria de Leônidas de Matos, Mário Correia da Costa, que
se encontrava ausente, voltou a Mato Grosso, sendo recebido com grande
manifestação popular. Congregando as forças de oposição ao interventor, lançou
a candidatura de Filinto Müller ao governo estadual. Sua campanha foi apoiada
pelo Partido Evolucionista e pela maioria dos membros do Partido Liberal.
Diante da oposição crescente a Leônidas de Matos, o governo federal interveio,
nomeando em outubro de 1934 um novo interventor. César de Mesquita Serra
governou apenas quatro meses, sendo substituído em março de 1935 por Fenelon
Müller, irmão de Filinto Müller.
Filinto Müller desistiu então de sua candidatura em favor do
irmão. No entanto, as forças políticas de oposição, lideradas por Mário Correia
da Costa, não apoiaram Fenelon e se articularam em torno da candidatura do
próprio Mário Correia da Costa. Um dos principais participantes desse acordo
foi João Vilasboas, então chefe do Partido Liberal, que em troca do apoio a
Mário Correia da Costa garantiu sua eleição para o Senado. Os deputados
oposicionistas do Partido Liberal ficaram contudo numa situação delicada ao
retirar seu apoio à candidatura Fenelon Müller. O clima de tensão política se
agravou e a Assembléia Constituinte estadual só teve condições de se reunir
depois de nova intervenção federal. Enquanto isso, os oposicionistas do Partido
Liberal refugiaram-se no quartel do 16º Batalhão de Caçadores. O novo
interventor era o coronel Newton Cavalcanti, que assumiu o cargo em 30 de
agosto de 1935 e nele permaneceu apenas durante nove dias.
Em
7 de setembro foi instalada a Assembléia Constituinte estadual, que elegeu
Mário Correia da Costa para governador e, para senadores, Vespasiano Barbosa
Martins, do Partido Evolucionista e João Vilasboas, do Partido Liberal.
No
entanto, a coligação que elegeu o governador rompeu-se logo após as eleições, e
dois novos partidos foram fundados. De um lado, o Partido Republicano
Mato-Grossense, formado por Mário Correia da Costa e seus partidários tanto do
Partido Evolucionista de Mato Grosso quanto do Partido Liberal Mato-Grossense,
e de outro, a Aliança Mato-Grossense, formada pelo restante dos membros destes
dois partidos liderados por João Vilasboas, em oposição ao governo de Mário
Correia da Costa.
Regina Bressane
FONTES: Diário de
Notícias, Rio (21/3, 20/8 e 10/9/35); Estado de S. Paulo (8/11/34); MENDONÇA,
R. História.