PARTIDO LIBERTADOR CARIOCA
PARTIDO
LIBERTADOR CARIOCA
Partido
político do Rio de Janeiro (então Distrito Federal) fundado em 1937 por
dissidentes do Partido Autonomista do Distrito Federal, liderados por Jones Gonçalves
Rocha. Foi extinto pelo Decreto nº 37, de 2 de dezembro do mesmo ano, após a
instauração do Estado Novo.
Logo
após a prisão do prefeito Pedro Ernesto Batista, em abril de 1936,
intensificou-se a divisão interna dentro do Partido Autonomista. Dois grupos
disputavam o controle do partido: o primeiro era liderado por Jones Rocha,
aliado e defensor de Pedro Ernesto, enquanto o segundo, de oposição ao prefeito
preso, era chefiado pelo padre Olímpio de Melo, que, como presidente da Câmara
Municipal,, assumira a prefeitura. O padre Olímpio não obteve o controle total
do partido e foi obrigado a enfrentar a oposição de Luís Aranha, Augusto do
Amaral Peixoto e Cesário de Melo.
A sucessão presidencial contribuiu ainda mais para aumentar
as divergências dentro do Partido Autonomista. O receio de que Pedro Ernesto
fosse absolvido e reassumisse o cargo levou o governo central a decretar a
intervenção no Distrito Federal em 15 de março de 1937, quando o padre Olímpio
de Melo foi nomeado interventor. Por outro lado, a unificação do Partido
Autonomista e das correntes políticas do Distrito Federal era imprescindível
para que se pudesse processar a escolha do candidato à sucessão de Vargas. Este
fato determinou o afastamento do padre Olímpio de Melo da prefeitura e a nomeação
de Henrique Dodsworth, um nome capaz de unir todas as forças em torno da
candidatura de José Américo de Almeida.
Durante
a campanha de 1937, contudo, Jones Rocha, liderando um grupo dissidente
favorável ao candidato oposicionista Armando de Sales Oliveira, abandonou o
Partido Autonomista e fundou o Partido Libertador Carioca.
Ao sair da prisão, Pedro Ernesto foi pressionado a aderir à
candidatura de José Américo, mas optou pelo nome de Armando Sales. Sua decisão
foi anunciada durante uma manifestação no Teatro João Caetano, em 29 de
setembro de 1937. Nessa mesma ocasião, Pedro Ernesto aceitou a presidência do
Partido Libertador Carioca.
Pedro
Ernesto foi preso novamente no mês de outubro, quando foi decretado o estado de
guerra, e pouco depois o novo partido foi extinto.
Alzira Alves de Abreu
FONTE: Diário de
Notícias, Rio (25/9 e 8/7/37).