PARTIDO
PROGRESSISTA (PP) (1993-1995)
Partido político nacional fundado em 31 de janeiro de 1993,
como conseqüência da fusão do Partido Social Trabalhista (PST) com o Partido
Trabalhista Renovador (PTR), cujos principais líderes eram, respectivamente,
Álvaro Dias, ex-governador do Paraná, e Joaquim Roriz, então governador do
Distrito Federal. Em setembro de 1995, fundiu-se com o Partido Progressista
Reformador (PPR), liderado por Paulo Maluf, e o Partido Republicano
Progressista (PRP) para dar origem ao Partido Progressista Brasileiro (PPB).
Atuação
Quando
de sua fundação, o PP atraiu políticos de diversos estados, como Nélson
Carneiro, então senador pelo Rio de Janeiro, do Partido do Movimento
Democrático Brasileiro (PMDB), o ex-deputado e ex-candidato ao governo de Minas
Gerais, Hélio Costa, do Partido da Reconstrução Nacional (PRN), e Bernardo
Cabral, ex-ministro da Justiça do governo Collor, do Amazonas, também do PMDB.
Desde
o início o partido buscou criar uma imagem de “socialdemocrata”, enquanto Álvaro
Dias, um de seus principais líderes, manifestava a intenção de concorrer à
presidência da República em 1994. O partido buscou também, em seus primórdios,
uma aproximação com o governo do presidente Itamar Franco, ao qual passou a dar
apoio com sua bancada de 37 deputados federais e quatro senadores, que o
tornava a quinta maior força política do Congresso Nacional.
Integrado à bancada governista, o PP passou a pressionar o
governo para obter cargos de relevo na administração federal. Foi atendido com
a nomeação para o Ministério da Saúde do goiano Henrique Santillo, cuja gestão
foi marcada por denúncias de irregularidades e desentendimentos com outras
pastas. Uma denúncia feita por uma ex-funcionária do ministério, de que
parlamentares do PP integravam um esquema visando liberar registros de
medicamentos e alimentos, foi investigada pela Polícia Federal em 1994. Por seu
lado, Santillo também chegou a fazer críticas a um suposto corte de verbas
destinadas à sua pasta. Seu alvo principal foi a Secretaria de Planejamento e o
Ministério da Fazenda, este comandado por Rubens Ricupero.
No início de 1994 o PP começou a discutir seus rumos nas
eleições presidenciais a serem realizadas em outubro. Álvaro Dias àquela altura
resolvera candidatar-se ao governo do Paraná, e o PP, ao mesmo tempo que
mantinha conversações com o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) para
apoiar Fernando Henrique Cardoso, recebia pressões internas vindas sobretudo de
Hélio Costa e de Luís Antônio Medeiros, candidatos aos governos de Minas e São
Paulo, que preferiam uma coligação com Paulo Maluf, então prefeito da capital
paulista. A decisão do partido foi tomada em maio e confirmou a vontade
predominante de apoiar Fernando Henrique Cardoso nas eleições presidenciais.
Álvaro Dias, por sua vez, deixaria o PP para se filiar ao PSDB.
Nas eleições de 1994 o PP teve um bom desempenho, ajudando a
eleger Fernando Henrique Cardoso presidente da República. O partido não
conquistou nenhum governo estadual, mas elegeu quatro senadores, 36 deputados
federais e 54 deputados estaduais em todo o país.
No cenário político instalado em 1995, o PP se alinhou ao
novo governo, que assumiu com vários projetos de reformas constitucionais. O
partido se mostrou favorável ao fim das restrições ao capital estrangeiro, à
flexibilização das telecomunicações, à abertura da exploração do subsolo, à
mudança nas regras da aposentadoria e à flexibilização do monopólio do
petróleo.
Juntamente com a nova agenda política começaria mais uma vez
a busca por cargos, desta feita com ameaças de rompimento e de retirada de
apoio ao governo. Por diversas vezes os principais líderes do PP ameaçaram não
votar as principais propostas do governo no Congresso Nacional caso não fossem
contemplados com cargos. De volta ao partido, Álvaro Dias encabeçou negociações
que tiveram um desfecho favorável ao PP no final de março de 1995, com a
nomeação de Delcídio Gomes para a presidência da Eletrobrás. Além disso, o PP
ficaria com a Secretaria Nacional de Assistência Social, ligada ao Ministério
da Previdência Social. Assumiu o posto a ex-deputada Lúcia Vânia, de Goiás.
Ainda em 1994 tinham começado articulações políticas, que se
fortaleceram em 1995 por iniciativa de Paulo Maluf, visando fundir o PP com o
PPR e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Neste último verificaram-se as
maiores resistências à fusão, na medida em que seus integrantes não aceitavam a
perda de sua sigla e propunham que o novo partido se chamasse PTB, proposta
esta não aceita pelo PP nem pelo PPR. Por fim, apenas essas duas legendas se
decidiram pela fusão, ganhando ainda a adesão do PRP, que contava com apenas um
parlamentar. O novo partido foi fundado em setembro de 1995 com o nome de
Partido Progressista Brasileiro, contando com 84 deputados federais e nove
senadores em seus quadros. Era a quarta maior bancada do Congresso Nacional,
atrás do PMDB, do Partido da Frente Liberal (PFL) e do PSDB.
Ricardo Guanabara colaboração
especial
FONTES: Estado
de S. Paulo; Folha
de S. Paulo; Globo;
Jornal do Brasil;
KINZO, M. Radiografia;
NICOLAU, J. Multipartidarismo.