PARTIDO
SOCIAL DEMOCRÁTICO DO ESPÍRITO SANTO (PSD)
Partido político espírito-santense fundado em 1933 para
concorrer às eleições para a Assembléia Nacional Constituinte. Foi extinto
junto com os demais partidos políticos do país pelo Decreto nº 37, de 2 de
dezembro de 1937.
O PSD era o partido do interventor João Punaro Bley, e
representava, portanto, os interesses da Revolução de 1930. Faziam parte de sua
comissão diretora Fernando Rabelo, Josias Soares, José Esfíndula Batalha
Ribeiro, Carlos Lindenberg, Josué Prado, Jones Santos Neves, Fernando de Abreu,
Genaro Ribeiro, Ademar Távora, Martinho Barbosa, João Dutra Barroso e Volmar
Carneiro da Cunha.
A maioria dos representantes do Espírito Santo na
Constituinte de 1933 pertencia ao PSD. Eram eles Fernando de Abreu, Carlos
Lindenberg, Godofredo Costa Meneses e, como suplente, Asdrúbal Soares.
Nas
eleições estaduais de 1934, o PSD elegeu os deputados federais Asdrúbal Soares,
Francisco Gonçalves e Jair Tovar, e 16 deputados estaduais. A oposição,
representada pelo Partido da Lavoura e pelo Partido Proletário, elegeu apenas
nove representantes à Assembléia estadual. Contando com a maioria, o PSD tinha garantida
a eleição de seu candidato ao governo do estado, o interventor João Punaro
Bley.
Com
o objetivo de lançar um candidato concorrente, os partidos oposicionistas se
uniram, constituindo as Oposições Coligadas do Espírito Santo. Recebendo o
apoio do deputado federal Asdrúbal Soares, ex-secretário de Agricultura do
interventor, os oposicionistas começaram a articular sua candidatura. Os
deputados do PSD Sólon de Castro, Jair Freitas e José Aires aderiram ao
movimento, sendo seguidos de mais um deputado pessedista. As tentativas de
Punaro Bley e do presidente da Assembléia, Carlos de Medeiros, de conquistar
para o PSD o voto do representante do Partido Proletário fracassaram, e os
oposicionistas ficaram em maioria na Assembléia.
Diante desse quadro Punaro Bley retirou sua candidatura e o
governo federal indicou um candidato de conciliação, Jerônimo Monteiro Filho,
do Partido da Lavoura. A idéia era impedir que as oposições vencessem as
eleições, passando a controlar o governo do estado.
As oposições rejeitaram o novo candidato, com exceção porém
de dois deputados do Partido da Lavoura. Os situacionistas reconquistaram assim
a maioria.
No entanto, alguns membros da direção do PSD, entre os quais
Carlos de Medeiros, opuseram-se à proposta do governo federal e passaram a
negociar com Jerônimo Monteiro Filho a rearticulação da candidatura de Punaro
Bley em troca de sua eleição para o Senado. O acordo foi aceito e confirmado
pelas urnas.
Em agosto de 1936, Carlos de Medeiros rompeu com o governador
Punaro Bley por não ter sido reeleito presidente da Assembléia Legislativa.
Uniu-se a seguir com Jerônimo Monteiro Filho, passando para as Oposições
Coligadas.
Em 25 de maio de 1937, na convenção de lançamento da
candidatura oficial de José Américo de Almeida à presidência da República o PSD
esteve representado pelo deputado Francisco Gonçalves.
Regina Bressane
FONTES: Diário de
Notícias, Rio (1935-7); Diário Oficial, PE (3/33); Estado de S. Paulo (11/54).