RESISTÊNCIA (RIO DE JANEIRO)
RESISTÊNCIA
(Rio de Janeiro)
Jornal carioca, diário e matutino, criado em janeiro de 1944
e extinto em 1947.
Resistência foi fundado por Vítor do Espírito Santo e Mário
de Sousa Martins com o objetivo de combater o Estado Novo e derrubar a
ditadura. Partindo dessa perspectiva, o jornal se engajou na luta pela
redemocratização, advogando a destituição de Vargas e a convocação de uma
assembléia constituinte, que promulgaria uma nova carta democrática.
Segundo
Vítor do Espírito Santo, a linha política de Resistência poderia ser definida
como uma linha “liberal de esquerda”. Embora criticasse severamente Luís Carlos
Prestes, o jornal apoiou em 1945 a campanha pela anistia e pela legalização do
Partido Comunista Brasileiro. Seu noticiário continha igualmente críticas ao
capital estrangeiro, podendo sob esse aspecto ser qualificado de “nacionalista
moderado”.
Ainda em 1945, quando se lançaram os candidatos às eleições
presidenciais e ocorreu a reorganização partidária no país, Resistência apoiou
o brigadeiro Eduardo Gomes, candidato oposicionista da recém-criada União
Democrática Nacional (UDN).
Em
sua primeira fase, Resistência desempenhou um papel importante na defesa das causas
democráticas. No decorrer de 1946, entretanto, com o desaparecimento de sua
principal frente de luta — o combate à ditadura do Estado Novo — o jornal
perdeu parte de seu impacto.
Embora
permanecesse vinculado à Esquerda Democrática, grupo de intelectuais e
políticos de tendência predominantemente socialista reunidos em 1945 e, em
algumas questões, aliado à UDN no combate ao governo Dutra, Resistência foi
restringindo gradativamente sua área de atuação. Finalmente, em virtude de
dificuldades financeiras, o jornal foi fechado no ano de 1947.
Marieta de Morais Ferreira
FONTE: ENTREV.
ESPÍRITO SANTO, V.