JOBIM,
José
*jornalista e diplomata; emb. Bras. Paraguai 1958-1959.
José Jobim nasceu
em Ibitinga (SP) no dia 2 de agosto de 1909, filho de Francisco Antenor Jobim e
de Joaquina Pinheiro Jobim. Seu irmão, Danton Jobim, foi jornalista e senador,
de 1971 a 1978, pelo então estado da Guanabara. Completou o curso secundário no
antigo Serviço de Assistência ao Menor (SAM) no Rio de Janeiro, então Distrito
Federal. Trabalhou primeiramente como jornalista, tendo sido revisor e redator
de A Manhã, do Rio de Janeiro, e redator do Diário de Notícias de Porto Alegre.
Contratado pela Agência Meridional dos Diários Associados, foi redator de O
Jornal e seu enviado especial à Europa. Entre 1930 e 1936 viajou também à URSS,
Ásia e África.
Ingressou na carreira diplomática em 1938, como cônsul de
terceira classe, e no mesmo ano foi designado vice-cônsul em Iokohama, no
Japão. Nesse período ajudou o cônsul brasileiro naquela cidade, Raul Bopp, a
editar o Correio da Ásia, mensário redigido em português. Entre 1938 e 1941, de
volta ao Brasil, serviu na Secretaria do Comércio Exterior. Em 1941 foi
transferido para Nova Iorque, ainda no posto de vice-cônsul.
Promovido a cônsul de segunda classe em 1942, permaneceria em
Nova Iorque até 1943 como cônsul adjunto. Nesse período participou também da
Comissão Técnica Brasileira-Americana, conhecida como Missão Cooke, e foi
assistente técnico do gabinete do coordenador da Mobilização Econômica, na
gestão de João Alberto Lins de Barros, além de chefe do setor de comércio
exterior desse órgão. A principal tarefa da Coordenação da Mobilização
Econômica, criada pelo governo federal em setembro de 1942 e extinta em
dezembro de 1945, consistia em ativar e coordenar a economia nacional ante a
situação de emergência provocada pela guerra.
Em 1943 seguiu para a Argélia, encarregado de instalar o
consulado brasileiro na então colônia francesa, e em 1944 tornou-se membro do
Conselho Federal de Comércio Exterior. Participou da Conferência Interamericana
para a Manutenção da Paz e da Segurança no Continente, realizada em 1947 em
Petrópolis (RJ), na qualidade de assistente do serviço de imprensa. Voltou a
Nova Iorque em 1948 como cônsul adjunto, aí permanecendo até o ano seguinte,
quando foi nomeado delegado do Brasil à Comissão de Territórios Não-Autônomos
da Organização das Nações Unidas (ONU), participando das delegações brasileiras
enviadas à II Sessão da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) em
Havana, à IX Sessão do Conselho Econômico e Social da ONU em Genebra, e às IV e
V sessões da Assembléia Geral da ONU. De 1949 a 1951 serviu ainda como
segundo-secretário da delegação permanente do Brasil junto à ONU.
Promovido a primeiro-secretário em 1951, exerceu o cargo nas
representações brasileiras na Argentina, em 1952, e no Uruguai, de 1952 a 1953.
Nesse ano ascendeu ao posto de conselheiro e representou o Ministério das
Relações Exteriores na Comissão do Regime de Licença Prévia de Exportação e
Importação. Entre 1953 e 1954 ocupou o cargo de oficial-de-gabinete do ministro
das Relações Exteriores, Vicente Rao.
Ascendeu a ministro de segunda classe em 1954 e nesse ano foi
nomeado consultor da Comissão Mista Brasil-Argentina e membro da delegação
brasileira à X Conferência Interamericana, realizada em Caracas. Durante o
governo Café Filho (1954-1955) assumiu a chefia do cerimonial da Presidência da
República. De 1955 a 1956 atuou como ministro plenipotenciário na Finlândia, e
entre 1958 e 1959 foi ministro conselheiro e encarregado de negócios em
Assunção e chefe da seção brasileira da Comissão Mista Brasil-Paraguai.
Desde
sua promoção a ministro de primeira classe, em 1959, ocupou o posto de
embaixador do Brasil no Equador, de 1959 a 1962, na Colômbia e na Jamaica
cumulativamente, de 1965 a 1966, na Argélia, de 1966 a 1968, e no Vaticano, de
1968 a 1973. Ao se aposentar do Itamarati, em 1975, estava à frente da
representação brasileira no Marrocos, onde chegara em 1973.
Diplomou-se
pela Escola Superior de Guerra.
Foi encontrado morto no Rio de Janeiro em 24 de março de
1979, dois dias após ter desaparecido em circunstâncias não esclarecidas.
Era casado com Lígia Collor Jobim, filha de Lindolfo Collor,
primeiro ministro do Trabalho brasileiro. Teve dois filhos.
Publicou:
Brasil (1922), Sol e banana (coletânea de artigos em colaboração com Raul Bopp,
1934), Hitler e seus comediantes (1934), A verdade sobre Salazar (1934), O
Brasil na economia mundial (1939), História das indústrias do Brasil (1941),
Brazil in the making (1943), Geografia mineral e Mineral wealth of Brazil.
FONTES: ARQ.
OSVALDO ARANHA; HIRSCHOWICZ, E. Contemporâneos; Jornal do Brasil (25/3/79);
LEITE, C. Assessoramento; MELO, L. Dic.; MIN. REL. EXT. Anuário (1973).