MASCARENHAS,
Ajalmar Vieira
*militar; comte. IV
ZA 1942; comte. II ZA 1945-1946; ch. Emaer 1948-1951 e 1953-1954; comte. ESG
1955-1956; ch. Emaer 1956-1957 e 1962.
Ajalmar Vieira Mascarenhas nasceu
em Anádia (AL) no dia 13 de agosto de 1897, filho de Manuel Cesário Mascarenhas
e de Lourença Vieira Mascarenhas.
Estudou no Colégio Diocesano de Alagoas e no Liceu Alagoano.
Sentou
praça em agosto de 1915, ingressando na Escola Militar do Realengo, no Rio de
Janeiro, então Distrito Federal, de onde saiu aspirante da arma de artilharia
em dezembro de 1919. Promovido a segundo-tenente em abril de 1920, cursou a
Escola de Aviação Militar no Rio de Janeiro, integrando no ano seguinte a
primeira turma de observadores aéreos. Foi promovido a primeiro-tenente em maio
de 1921, e, por ocasião da Revolta de 5 de Julho de 1922, foi preso, juntamente
com grande número de oficiais acusados de participar da insurreição.
Promovido a capitão em março de 1926, foi transferido em
novembro do ano seguinte para a arma de aviação do Exército e em junho de 1928
foi promovido a major. Após a Revolução de 1930, participou da repressão à
Revolução Constitucionalista de São Paulo, irrompida em julho de 1932, sendo
nomeado em setembro comandante das unidades aéreas do Destacamento do Exército
do Sul. O conflito terminou em outubro do mesmo ano com a vitória das forças
legalistas.
Promovido a tenente-coronel em junho de 1933, nessa mesma
data tornou-se comandante da Escola de Aviação Militar, função que exerceu até
abril do ano seguinte. Voltou a comandar essa unidade de março de 1938 a julho do ano seguinte e, em janeiro de 1941, foi transferido para o recém-criado Ministério da
Aeronáutica, sendo promovido a coronel-aviador em dezembro desse mesmo ano.
Empossado
em fevereiro de 1942 no comando da então IV Zona Aérea (IV ZA), sediada em Porto Alegre, deixou o cargo em maio seguinte para assumir, nesse mesmo mês, a Diretoria de
Pessoal da Aeronáutica. Em março de 1944 foi promovido a brigadeiro-do-ar,
integrando em dezembro do mesmo ano a comitiva do ministro da Aeronáutica,
Joaquim Pedro Salgado Filho, em visita ao front italiano durante a
Segunda Guerra Mundial. Em janeiro de 1945 foi exonerado da Diretoria de
Pessoal e nomeado comandante da II ZA, com sede em Recife, onde permaneceu até
agosto de 1946.
Em
setembro seguinte passou a integrar o Estado-Maior Geral, órgão precursor do
Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA), na condição de subchefe da Aeronáutica,
e um mês depois foi promovido a major-brigadeiro-do-ar. Deixando a subchefia da
Aeronáutica em março de 1947, nessa mesma data tornou-se chefe da Inspetoria do
Estado-Maior da Aeronáutica, função que exerceu até janeiro de 1948. Ainda em
1948 tornou-se novamente diretor-geral de Pessoal da Aeronáutica, sendo nomeado
em agosto para substituir o major-brigadeiro Gervásio Duncan de Lima Rodrigues
como chefe do Estado-Maior da Aeronáutica (Emaer). Ocupou esse cargo até a
substituição do presidente Eurico Dutra por Getúlio Vargas em janeiro de 1951,
quando foi por sua vez substituído pelo major-brigadeiro Vasco Alves Seco. Em
janeiro de 1953 voltou a exercer essa função, substituindo o brigadeiro Alves
Seco. Deixou o Emaer em agosto do ano seguinte, pouco antes da morte de Vargas
(24/8/1954) e em meio à grave crise que envolveu a Aeronáutica em decorrência
do Atentado da Toneleros (5/8/1954), no qual perdeu a vida o major-aviador
Rubens Vaz. A participação de membros da guarda pessoal de Vargas no episódio
provocou forte reação na oficialidade da Força Aérea Brasileira (FAB), levando
o ministro Nero Moura a demitir-se. O brigadeiro Ivan Carpenter Ferreira
assumiu o Emaer durante a fase crítica que culminou com o suicídio do
presidente, transferindo então o cargo, já no governo de João Café Filho, ao
brigadeiro Gervásio Duncan.
Em
1955 Ajalmar Vieira Mascarenhas presidiu, na condição de chefe da delegação
brasileira, a Comissão Militar Mista Brasil-Estados Unidos. Em dezembro desse
ano, foi nomeado para suceder ao almirante-de-esquadra Ernesto de Araújo no
comando da Escola Superior de Guerra (ESG). Respondeu pelo cargo até abril de
1956, quando o transferiu ao marechal-do-ar Vasco Alves Seco. Nessa data, no
início do governo de Juscelino Kubitschek, reassumiu a chefia do Emaer em
substituição ao major-brigadeiro Armando Araribóia, a quem voltou a transferir
o cargo em fevereiro de 1957. Ainda nesse ano atuou como adido aeronáutico à
embaixada brasileira em Washington. Promovido a tenente-brigadeiro em dezembro do ano seguinte, voltou a chefiar o Emaer entre julho de 1962 —
substituindo o tenente-brigadeiro Armando Araribóia, já durante o governo de
João Goulart — e dezembro do mesmo ano. Seu substituto foi o tenente-brigadeiro
Francisco de Assis Correia de Melo, empossado no cargo em janeiro de 1963.
Ainda em dezembro de 1962 recebeu a patente de marechal-do-ar.
Fez também os cursos de pilotagem, aperfeiçoamento de
oficiais, estado-maior, superior de guerra, artilharia e aperfeiçoamento de
artilharia, tendo exercido ainda as funções de diretor-geral de Ensino da
Aeronáutica. Pertenceu à Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra
(ADESG).
Era casado com Leonor Rebelo Mascarenhas, de quem teve três
filhos.
FONTES: BRAYNER, F. Verdade;
CORRESP. CENTRO DOC. HIST. AER.; CORRESP. II COMDO. AÉREO REGIONAL;
CORRESP. V COMDO. AÉREO REGIONAL; CORRESP. ESC. SUP. GUERRA; COUTINHO, A. Brasil;
ENTREV. PEIXOTO, A.; FARIAS, O. Meio; MIN. AER. Almanaque
(1963); SOC. BRAS. EXPANSÃO COMERCIAL. Quem.