MASCARENHAS,
Raimundo
*pres. CVRD 1969-1974 e 1986-1987.
Raimundo Pereira Mascarenhas nasceu em Prado (BA) no dia 7 de abril de 1928, filho de
José Alves Mascarenhas e de Adélia Pereira Mascarenhas.
Em 1950, formou-se em engenharia civil pela Escola
Politécnica da Universidade da Bahia. No ano seguinte tornou-se engenheiro da
secretaria de Viação e Obras Públicas do estado do Espírito Santo, sendo
promovido em 1953 a engenheiro-chefe da divisão de Construção da mesma
secretaria, onde permaneceria até 1956. Em 1954, tornou-se professor da cadeira
de resistência de materiais da Escola Politécnica do Espírito Santo, onde
lecionaria até 1960.
Iniciou
sua carreira na Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) em 1957, como engenheiro do
departamento de estrada da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), atendendo a
um convite de Eliezer Batista, mais tarde presidente da Companhia (1961-1964 e
1979-1986). No ano seguinte passou a chefe da Comissão Especial de Obras
Portuárias e, em 1961, tornou-se superintendente do departamento das minas. Em
1962, assumiu as funções de representante da presidência junto aos
departamentos e de superintendente-geral do controle, cargo em que permaneceria
até 1963. A partir de 1962, passou a ocupar também o cargo de diretor da Vale
do Rio Doce Navegação S.A. (Docenave), no qual ficaria até 1966. Em 1963,
tornou-se secretário técnico da CVRD. No ano seguinte, acumulou a direção da
Usina Siderúrgica da Bahia (Usiba), onde permaneceria até 1968. Em 1967, passou
a ocupar a superintendência geral de vendas da CVRD, onde permaneceu até 1968.
No
ano seguinte assumiu como diretor e, ainda no mesmo ano, foi empossado
presidente da Vale do Rio Doce, em substituição a Antônio Dias Leite Jr.,
tornando-se o segundo empregado a ocupar o mais alto posto da empresa. Neste
período a CVRD tinha planos de se expandir, empreendendo a reformulação e
expansão completa das minas e ampliando as ferrovias. Logo no primeiro ano de
sua gestão, a exportação da CVRD passou das 11,550 milhões de toneladas
embarcadas em 1968 para 16,056 milhões, quase 50% a mais, conseguindo assim
fazer frente à concorrência do mercado internacional. Em 1970, acumulou o cargo
de presidente da Amazônia Mineração S.A. Investindo na diversificação da
empresa na área mineral, criou, em 1971, a Rio Doce Geólogos e Mineração (Docegeo), que passou a pesquisar os depósitos de titânio e fosfato em Salitre e
Tapira, próximos a Araxá (MG). Pouco tempo depois, os geólogos desta empresa
passaram a atuar também no Espírito Santo, Goiás, Bahia, Pará e Amazonas.
Começou então, em 1972, a embarcar, através das instalações portuárias da Vale,
o ferro-gusa, um novo produto oriundo do oeste de Minas Gerais. Em sua gestão,
foi inaugurada também a primeira fase da usina de concentrado de itabirito, que
permitiria à CVRD aumentar as exportações, em 1973, para 37,5 milhões de
toneladas. Ainda em 1972, começou a operar o segundo píer do porto de Tubarão,
com capacidade de carregamento de 32 mil toneladas/hora. Iniciaram-se também as
negociações para a entrada da empresa na área da bauxita e do alumínio,
fazendo-se um convênio com a Alcan, neste mesmo ano, para se estudar a região
de Trombetas (PA), onde mais tarde se instalaria a Mineração Rio do Norte.
Durante sua administração, criou também, em 1973, a Fundação Vale do Rio Doce de Seguridade Social (Valia), com o objetivo de complementar a
aposentadoria de seus funcionários e prestar serviços sociais.
Com o mercado de minério de ferro dominado, a CVRD partiu
para atuar em outras áreas: o último ano da gestão de Raimundo Mascarenhas
(1974) marcou também a união da Vale do Rio Doce com grandes produtores
japoneses de papel, o que resultou na Celulose Nipo-Brasileira (Cenibra),
localizada em Minas Gerais. Simultaneamente, nasceu a Empreendimentos
Florestais S.A. (Flonibra), no Espírito Santo, destinada a produzir o mesmo
produto. Nesse mesmo ano, deixou a presidência da CVRD e da Amazônia Mineração
S.A. para assumir a direção da Companhia Bozano, Simonsen Comércio e Indústria.
Ficou nesta empresa até dezembro de 1983. No ano seguinte retornou à Companhia
Vale do Rio Doce como seu diretor comercial. Em maio de 1985 tornou-se
vice-presidente e, em abril do ano seguinte, foi novamente empossado como
presidente da CVRD.
Faleceu em 8 de setembro de 1987, num acidente
automobilístico no Espírito Santo.
Era casado com Maria Laura Rodrigues Mascarenhas, com quem
teve seis filhos.
FONTES: CURRIC.
BIOG.; INF. Maria Laura Mascarenhas; Vale 40 anos.